Quando Freud pediu aos seus pacientes para que associassem livremente, ele usou um método simples e revolucionário: pediu que pensassem em voz alta. Com esse artifício admirável, Freud transformou o monólogo interno em diálogo terapêutico. Ao fazer isso, porém, deu vazão a um novo discurso com linhas de pensamento que pareciam não ter relação alguma com os sintomas dos pacientes. O psicanalista também deveria deixar os seus pensamentos correr livres a fim de "captar o fluxo do inconsciente do paciente".
Essa comunicação meditativa entre dois participantes "oníricos" tornou-se um método psicanalítico novo e fundamental. Que modo curioso de descobrir as verdades que originam o conflito psicológico! Mesmo assim, esse "par freudiano" é sem dúvida a forma mais sofisticada existente do pensamento inconsciente, que como afirma Cristopher Bollas, tem implicações muito mais profundas do que imaginamos.