Don Cook pinta um vívido retrato de De Gaulle, uma personalidade solitária, egoísta e arrogante, a quem um dos oficiais de sua divisão descreveu como um indivíduo severo, desapiedado e desumano, para quem nada nem ninguém, salvo o combate, contava. O general francês foi irredutível na guerra, na política e em sua vida pessoal, e até os maiores, como Hitler, Churchill, Stalin, Kennedy, Truman ou Krushov, viram-se obrigados a ceder diante de seus desejos.
Em uma França invadida pelos alemães, aquele soldado quase desconhecido soube tornar-se a única esperança para seus compatriotas. Tudo estava contra ele. Em seu país, o governo colaboracionista condenou-o à morte e, no exterior, Roosevelt o repudiou abertamente. De Gaulle só contava com umas poucas e desgastadas forças espalhadas pelo amplo território do antigo império colonial.
No fim do conflito, esse homem havia transformado a França derrotada em uma potência capaz de sentar-se e negociar à mesma mesa com as potências hegemônicas Estados Unidos, Inglaterra e União Soviética.
Don Cook descreve de maneira primorosa o período da Segunda Guerra Mundial, mas não esquece o resto da vida do general, especialmente sua carreira política e a enorme influência que exerceu entre os políticos e estrategistas que o seguiram.