Em setembro de 1764, Gibbon, já historiador bastante conhecido, ao contemplar as ruínas de Roma, teve a ideia de pesquisar as causas da decadência de um império tão poderoso. Após doze longos anos de pesquisas e observações, surgiu o primeiro volume de sua obra clássica. O livro foi recebido com escândalo, e Gibbon recebeu severas críticas dos meios eclesiásticos e dos setores mais conservadores. Entre as várias teses para explicar a decadência do império, Gibbon enfatiza a ascensão do cristianismo como uma de suas principais causas. Ele vê os mártires da Igreja como verdadeiros revolucionários subversivos, que deveriam ser perseguidos pelo Estado romano para garantir a sobrevivência do império. Os cinco volumes restantes da obra saíram no período de 1781 à 1788, e embora personalidades da época defendessem a importância da obra, o livro foi colocado no Index pela Igreja, sendo proibido aos católicos por mais de um século. Gibbon apresenta a decadência do império romano como um processo contínuo. A primeira parte cobre um período de 460 anos (180 a 641), e a segunda vai até a queda de Constantinopla, em 1453. Os fatos são relatados com extrema lógica e coerência: a crise da civilização romana, a ascensão do cristianismo, a aliança entre os povos bárbaros e a Igreja cristã, e a precária sobrevivência do império bizantino, cujo desfecho será a tomada de Constantinopla pelos turcos.