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PDF - Expectativas

Esta é a história de Abelardo e Isabela.
Isabela passeava pelo vasto espaço preenchido de estrelas, sóis e luas, morada de inúmeras poesias quando encontrou um estranho jovem que lembrava alguém. Ele cultivava expectativas. Uma grande horta de expectativas alinhadas em pequeninos vasos multicoloridos. Algumas pareciam ter saído de baús empoeirados, outras lembravam promessas partidas e remendadas, enquanto outras brilhavam como estrelas em um estranho céu envasado.
Pessoas se conhecem todos os dias, mas encontros como esse não. Eles não se conheceram por acaso. Amaram-se por que assim deveria ser e escreveram outra história.
Uma história de encontros de infância, estrelas papel e expectativas.

(Abelardo)
Ele modelou pequenos vasos de terracota, coloriu-os com delicados pincéis de finas cerdas e neles cultivou expectativas. Uma grande horta de expectativas depositadas em pequeninas formas multicoloridas, como uma procissão de arcos-íris alinhados lado a lado. Algumas eram misteriosamente caladas e pareciam ter saído de baús empoeirados, lembravam promessas partidas e remendadas, enquanto outras brilhavam como estrelas em um estranho céu envasado.
Quando o plantio terminou era manhã de domingo.
As expectativas floresceram três dias depois.

(Isabela)
A poesia é feita de fé e esperança.
Dizia a avó.
Poesia é poesia.
Dizia o outro avô que não entendia muito bem as metáforas das palavras.
Para Isabela, a poesia é como segurar algo entre as mãos, mas olhá-las e nada ver, é onde o dia nasce e a noite descansa, é a casa das lembranças que traz
o frescor da vida, uma estranha combinação entre acreditar e sentir, entre viver e sonhar.