O madeirense Antônio José de Freitas Noronha (1744-1814) aportou na Vila de Nossa Senhora do Desterro da Ilha de Santa Catarina aos sete anos de idade, em 1751. Cinquenta anos mais tarde, já como Capitão do Regimento de Linha, recebeu ordem do então Governador para produzir um estudo sobre a flora local, num tempo em que a botânica brasileira dava seus primeiros passos. Surgiram então aquarelas de plantas frutíferas, muitas já extintas, seus nomes e anotações. Porém, este precioso e surpreendente trabalho jamais foi divulgado, permanecendo praticamente como um tesouro oculto, e, agora, dois séculos depois, com esta publicação transforma-se em um inédito livro.
Noronha oferece 3 tipos de informação para se tentar identificar cientificamente as plantas que relacionou como frutíferas aqui: I) um nome popular, II) uma pequena descrição (em geral com altura da planta e forma de uso do seu fruto, mais comentários eventuais sobre outros aspectos variados) e III) uma gravura que ilustra uma planta inteira ou um ramo com fruto(s), bem esquemática e com variável nível de detalhes.