Em Memorial do Fim, o romancista Haroldo Maranhão expõe o maior dos escritores brasileiros, Machado de Assis, em seus dias de ocaso e morte. Mas não é o escândalo, ou o ofício fúnebre, sequer uma tentativa de desmistificação; é sim um relato soberbo da luta solitária do homem contra a aniquilação, um prodigio de mimetismo literário em que todos ganham. Machado, porque está vivíssimo neste texto sarcástico. Haroldo Maranhão, porque executa um salto mortal estilístico e sai vitorioso. E os leitores, porque estão perante uma obra provocadora.