Sobre a primeira edição, em 2001, assim se expressou Dinho Ouro Preto, vocalista do Capital Inicial, e um dos personagens deste diário:
Todo mundo acha que a sua adolescência foi especial. Todo mundo acha que ninguém mais vai entender a intensidade do que aconteceu. Parte da graça está aí: um entusiasmo impossível de traduzir em palavras. É hora de ação, não de se preocupar em entender ou explicar. Isso fica pra depois. Bem depois. O ideal é esperar alguns anos, olhar pra trás e, com a isenção do tempo, fazer um balanço.
É lógico que isso é uma missão quase impossível. Como não cair numa tentação nostálgica? “A meus anos dourados...” ou algo assim?
Paulo Marchetti responde a essa pergunta, condensando as aventuras de seus amigos. Se todas as adolescências são iguais, às vezes calha de numa só turma todos resolverem, de algum modo, ser artistas. Às vezes calha de o país estar vivendo simultaneamente uma profunda transformação política. O sentido de urgência da juventude, às vezes, parece conduzir o país.
Todos queremos mudar o mundo, e em alguns momentos achamos que realmente dali em diante tudo será diferente.
No final, o país pode não ter mudado muito. No final, era só a adolescência de mais uma turma. Mas não duvide: ao menos esse povo sabia se divertir.