O presente trabalho analisa a indumentária da Corte do Rio de Janeiro entre 1808 e 1821. Com a transferência da Corte portuguesa para o Rio de Janeiro foram estabelecidas relações de interpenetração entre a elite de negociantes de grosso trato fluminenses e as elites portuguesas recém-chegadas. Estas relações são analisadas através da indumentária, pois, esta, além de expressar o poderio econômico, demarcava o lugar ocupado pelo sujeito na hierarquia social, bem como a que corpo ele pertencia, pois existiam uniformes, que somente poderiam ser usados por quem ocupasse algum cargo público, e insígnias de Ordens Militares, que eram dadas pelo rei através de mercês régias. Assim, através da indumentária, analisa-se como esses negociantes buscaram se inserir na lógica do Antigo Regime por meio do uso de símbolos de prestígio, expressos em suas vestimentas