Em meados de 2015, num café de uma paulistana avenida, Fábio e Nelson se desafiaram a escrever uma ficção a quatro mãos, pra celebrar o aniversário de cinquenta anos dos dois e sua paixão pela ficção científica.
Em 2016 a dupla completaria meio século circulando em torno do sol. Mas a literatura segue seu próprio ritmo − até mesmo a mais irreverente − e a noveleta “Oneironautas” só ficou pronta agora.
Esta narrativa de humor bizarro é antes de tudo um exercício de imaginação onírica, quase um sonho lúcido, à maneira dos desafios dos repentistas nordestinos. Um bate-rebate em que cada um escreveu um capítulo, forçando o outro a responder à altura.
Homenageando levemente o “método das restrições” do grupo Oulipo, cada capítulo tem trezentas palavras cravadas e o epílogo tem novecentas.
É importante salientar que nenhum animal, humano, ciborgue, androide ou alien foi maltratado ou assediado sexualmente durante as gravações.
E o salário de machos e fêmeas (humanos e não-humanos) foi exatamente o mesmo: zero absoluto. Menos o do operador de telemarketing vestido de Leão da Montanha, que pagou pra entrar na história.
[ Fernandes & Oliveira ]