Orações Licenciosas

Orações Licenciosas Romulo Narducci



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O ser humano rege sua vida por paixões. Arte, religião, dinheiro, moral, tudo isso o impulsiona ferozmente para frente, insuflando as velas de seu corpo e seu limitado intelecto. Mas, mesmo sendo regente desta orquestra desafinada de doze peças, ele é escravizado por suas necessidades fisiológicas. Não há gênio que não precise comer, ou dormir. Porém, a escatologia, como a pedofilia, é um tema tabu para a arte, que requer habilidades além da humanidade para ser transformada em beleza. Destarte, resta ao artista recorrer ao mais belo e tirano de seus algozes: o sexo.

A arte erótica habita o imaginário do homem desde a pré-história. Pinturas e esculturas rupestres já demonstravam o fascínio pelo corpo e suas vertentes. Na literatura, a representação do sexo desponta já na Bíblia, no Cântico dos cânticos, e sempre foi tema recorrente, do oriente ao ocidente, do Kama Sutra a Fernando Pessoa. Ao escolher tal tema para a sua primeira publicação, o poeta Romulo Narducci mostra a principal vertente de sua arte, a angústia e a delícia em ser humano, com todas as suas imperfeições e momentos de êxtase. Dissolvendo as sombras que envolvem a nossa personalidade, destila uma impressionante força ancestral em seus versos luxuriantes, porém sempre amorosos.

Conheci o poeta Romulo Narducci no prostíbulo-palácio de todos os artistas: a boemia. Distribuindo seu fanzine, as letras daquele poeta esguio, pálido, com uma camisa do Joy Division logo me chamaram atenção por apresentarem uma excelência rara. Muita poesia é produzida nos dias de hoje (apesar do ostracismo a que nos relega a mídia e o mercado), mas poucos são poetas. Poucos têm a coragem de viver a sua vida intensamente, trazendo o poeta para o comando de uma personalidade complexa e confusa, e não o aprisionando em um quarto escuro da psique, soltando-o apenas no papel. Romulo Narducci é um Poeta da velha escola, boêmio, apaixonado, dionisíaco. Tenho orgulho de ser seu contemporâneo, seu companheiro de letras, tavernas e boemia, e acima de tudo, seu amigo.

Muito me honra o prazer de abrir as portas deste relicário para vocês, de compor a homilia que vos prepara para as orações licenciosas que, se não nos levam para o céu, preparam-nos um belo e ardente inferno...

Evoé!



Rodrigo Santos





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