Lecoin, a figura central, evoca nesses quatro dias situações que marcaram sua infância; é forçado a desidealizar, a confrontar-se com seus verdadeiros sentimentos - e ressentimentos - em relação ao mundo de falsidades, de meias-verdades, em que foi criado e no qual moldou sua personalidade. Um mundo que o transformou num "semi-qualquer-coisa", como ele próprio vem a perceber claramente.
Apoiando-se em tais lembranças e no rumo que tomou a vida de seu personagem, Simenon, com a sensibilidade e a agudeza que lhe são habituais, oferece ao leitor, dentro de uma história pungente, uma análise psicológica das motivações e fatalidade de um autêntico pobre homem.