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PDF - Saraminda

Saraminda, essa mulher sedutora que empresta seu nome ao último romance de José Sarney, é uma personagem fascinante. Quando está para ser leiloada antecipa-se e surge, enérgica, com apenas 15 anos, e proclama: "não sou de leilão, sou de Cleto Bonfin". Ou seja, não é mulher para estar à venda. Ela mesma se negocia, selando, assim, sua sorte, sua sina, assim como a sina, o destino, da narrativa.
A partir desse jogo de sedução, que envolve linguagem, personagens laterais, a comunidade do ouro e a luxúria, aquela Salomé de Caiena comanda o corpo e a alma. É dona de seu corpo a ponto de ser novamente virgem quando quer. Torna-se definitivamente um símbolo inesquecível frente ao qual as noções de bem e de mal não significam muito.
Eu creio que José Sarney conseguiu algo muito difícil para um autor, que é fazer uma região mítica, buscar um território literário, popular esse território e nos convencer, nos fazer perder a descrença na história. Nós, como leitores, nos deixamos seduzir e entregamos naquele momento nosso destino estético às imposições estéticas de seu autor.
Nélida Piñon

Resenhas para Saraminda (21)

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Subestimado

João Lucas

3

on 12/12/13

Com um lirismo virtuoso, José Sarney nos mergulha na atmosfera da velha Caiena e nos garimpos da Guiana. Contestado, ouro, sangue. A leitura da obra é uma experiencia fabulosa. Não podemos nos esquecer, é claro, da personagem título; Saraminda, uma mistura de Capitu, Iracema e Gabriela, mas com personalidade, estória e nuances próprios. Pena não ser tão conhecido. Recomendo... leia mais