Depois de cinco anos enterrada dia após dia em meio aos mapas e manuscritos decadentes de um instituto histórico, Lou recebe uma tarefa de campo bem-vinda: catalogar uma biblioteca do século XIX, provavelmente localizada em uma casa octogonal em uma ilha remota no norte de Ontário.
Ansiosa para reconstruir a curiosa história da propriedade, ela não está preparada para a descoberta de que a ilha tem outro habitante: um urso.
A imaginação de Lou é logo ultrapassada pelos ocupantes históricos da propriedade, cujo fascínio pelo folclore dos ursos se torna seu. Irresistivelmente, Lou é conduzida por um caminho de autodescoberta emocional e sexual, enquanto explora os limites de sua própria natureza animal através de seu relacionamento bizarro e curativo com o urso.
Urso, da canadense Marian Engel, é mais um desses livros que várias editoras rejeitaram de início.
Mas, em 1976, o livro foi publicado, e acabou por ser a obra vencedora do Governor General's Awards (Prêmio Literário do Governador Geral) do Canadá – algo como o Prêmio Jabuti no Brasil, cujo júri era composto por Margaret Laurence, Mordecai Richler e, a Nobel de Literatura, Alice Munro.
Ele acabou tomando uma dimensão bem maior do que a própria autora poderia imaginar, isso porque a narrativa conta a história de uma bibliotecária que acaba por ter que realizar um trabalho particular em uma ilha e se vê em uma relação com um urso que sequer imaginava que existisse.
A edição brasileira conta com a tradução de Berttoni Licarião, apresentação da escritora e professora Dia Nobre e texto de orelha da vencedora do Prêmio Jabuti Monique Malcher.