Marlon Moraes... O que já leu sobre o autor? Conheceu a
literatura ou apenas os méritos de um corpo ardente e vívido,
ao vento?
Nada, nada além dos versos apaixonados se perpetuou
aqui. Então, leia! Leia... E se confesse (aos olhos), como se a
poesia lhe permitisse e acariciasse as mãos. Sinta, ouça a voz que
ecoa! E esteja com os lábios entreabertos: pois o poeta muitas
vezes lhe beija.
Sim, do beijo, nasceu o destino... Imaginando um amor
maior, desenhou talvez o autor uma saudade dos tempos não
vividos! E se antepôs também, entre as cousas findas.
Assim, se espera um livro de perdão, rasgue as páginas!
Doe... Venda! Ou simplesmente esqueça às ruas. Se espera uma
oração americana, queime sumariamente! Não há uma razão
sequer para que passe à próxima página, se espera a carne e o
sangue apenas. Não, não... Aqui se adverte a alma!
Então, o que sabe sobre a República? Assistiu a última
novela com a família? O que me diz da moeda atual?
O autor não lhe espera com flores e vinho... O poeta não
optou pela burguesia tacanha. O autor viveu aqui! E o poeta
conheceu o amor... E aqui escreveu os Versos de Ontem.
Pense em um livro que não quer o seu abraço, mas sim
o beijo úmido! Imagine os poemas, como quem se despe; pois
foram consumados na paixão. Acredite no que não lhe espera...
Já dormiu com o autor? Ou beijou uma vez o poeta?
Para que sejam a minha voz (a sua voz), não leia apenas:
mastigue, devore os versos! Sinta, na língua, o beijo. E, quando
as mãos intimamente lhe falharem, saiba: eu li Marlon Moraes!