Desde a sua publicação, em 1854, Walden ou a vida nos bosques, de Henry David Thoreau (Concord, 1817/1862), se converteu numa bíblia secreta, lida e amada no mundo inteiro. Sem este livro planetário, que une poesia, ciência e profecia, não teria havido Gandhi, o movimento ecológico e a rebelião mundial da juventude. Ele tem inspirado as sucessivas elites intelectuais a se insurgirem contra o convencional american way of life, como é o caso de Henry Miller. A vida das grandes cidades depende da vida nos bosques - assim, Walden levou a geração dos hippies a redescobrir a terra e a natureza, as árvores e os rios, os bichos e as estrelas. Estimulou e justificou a desobediencia civil contra o Estado guerreiro e tributário. Ensunou o homem a ser solidário mesmo na solidão, indentificando o seu semelhante - o outro ao mesmo tempo igual e diferente - e a comungar com o universo.
A salvação do mundo e dos povos passa pela salvação do individuo, pelo respeito à liberdade individual e aos direitos aà diferença e a diversidade - eis a lição suprema deste livro belísso e sábio que, dotado de uma juventudo perpétua, nos ensina a amar a vida. Pelo seu dom de fazer florir e frutificar o coração do homem, Walden ou a vida nos bosques é uma semente.