Luan.NietzsChe 25/04/2024
Uma comédia maquiavélica
Uma peça teatral escrita há mais de cinco séculos, menos de seis, que tanto se encaixa na atualidade. Vai, porém, além da comédia, traçando seu caminho à moral... Bom, uma comédia maquiavélica.
A estória gira em torno de Calímaco, Siro, Ligúrio, Messer Nícia, Frei Timóteo, Lucrécia e Sóstrata. Dá-se início quando, enamorado de uma mulher casada (Lucrécia, mulher de Messer Nícia), Calímaco faz de tudo para possuí-la. E, para tanto, conta com a ajuda de Ligúrio, Siro e Frei Timóteo, para pôr seu plano em ordem e suceder o fim. Para tanto, aproveitam da ingenuidade de Messer Nícia, que tanto faz-nos rir quanto sentir pena. Calímaco, desejando Lucrécia, vê-se capaz de qualquer coisa; Ligúrio, por conseguinte, faz o que for possível em troca de recompensas que lhe serão deveras aprazíveis; Frei Timóteo, por fim, embora com um pé atrás, aceita também em troca de recompensa. E o final ? se deu certo ou não ? vocês saberão ao ler.
"Quando convém a alguém, deve-se ter por certo, se dela lhe damos comunicação, que ele nos sirva fielmente."
Maquiavel descreve bem como somos capazes de cometer o ato mais absurdo em favor da própria vontade. É nesse momento que foge de nossa consciência toda a possibilidade de imoralidade. Quem nunca fez uma barbárie em nome de si mesmo, sem ao menos pensar no outro? Quem diz que não, é tão imoral quanto quem diz sim. Faz parte do âmago humano. Mas quem sou eu para falar de moral? Um conceito tão humano! Ah! Se a natureza humana fosse uma ideologia política, seria liberal, com certeza. O livro, então, nos deixa críticas e ótimas reflexões, bem estilo Maquiavel, mesmo.