Andar entre livros

Andar entre livros Teresa Colomer




Resenhas - Andar entre livros


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Eear 02/12/2017

Resenha sobre "Andar entre livros"
A obra “Andar entre livros” de Teresa Colomer, já como seu sugestivo título alude, propõe o progresso do indivíduo nos caminhos do conhecimento linguístico, literário e enciclopédico, por meio da leitura integral de obras literárias. Mais indicada aos profissionais professores ou futuros professores da área de Letras, concebamos logo que este indivíduo a ser levado à contínua e progressiva viagem literária é o aluno, englobando especificamente o público infanto-juvenil que compõe as séries primárias e secundárias das escolas europeias – um paralelo do Ensino Fundamental e Médio brasileiro.
A caminhada proposta por Colomer plasma-se num conjunto dividido em duas partes, tornando a concepção das ideias mais viáveis, para uma profícua compreensão do professor, ou futuro professor, que a lê, podendo este aplicar, em moldes iguais ou próximos, os mesmos ensinamentos do livro nas aulas de literatura e linguística.
Tendo a literatura como espécie de “pedra filosofal” para um ensino qualificado, a autora percorre, junto ao seu leitor, a sua história e função na escola do velho continente desde o final do século XIX até as décadas de 60 e 70 do século XX, período em que essa encontrava-se já sem o mesmo prestígio de outrora na sociedade (uma formadora do “ser social”) e em necessário processor reformulação de sua função num espaço urbano com novas e diversas formas de uso da língua e aspirações do indivíduo em um mundo moderno e capitalista. Tal retomada histórica até seus dias, da ao leitor um panorama do que a literatura já representou, por qual processo importante já passou, e como se encontra em seus dias, século XXI. Principalmente, ao que convém ao livro, como se encontra o uso da literatura no ensino na escola.
Constatando as cicatrizes deixadas pelos tumultuados processos pelos quais sofreu, como o já citado ensino instrumentalizado com fins em competência linguística e retórica, e ensino preso a passagens históricas, Colomer vê a aprendizagem de literatura sem rumos e com falhas que são suficientes para que a escola não produza leitores autônomos. Eis os rumos que a autora dá ao seu livro, produzir autores autônomos, defendendo o valor da literatura como aglutinadora de diversas áreas do conhecimento, capaz de levar os alunos a dialogarem com a cultura que vivem e poderem aceitá-la ou reescrevê-la. A função da literatura como formadora de seres sociais críticos emerge forte na obra, mas para tal êxito ambicioso, o caminho não é a simples exposição do aluno ao livro, mas sim um caminhar que exigirá o uso de livros infanto-juvenis - a porta de entrada para o mundo do letramento e promoção de um prazer literário – e uma nova forma de mediação do professor em sala de aula. O “Andar entre livros”, buscando tal propósito se evidencia mais acentuadamente com as propostas da “segunda parte”.
Esta, sendo a parte mais informativa para o processo de atuação e utilização do livro, por parte do professor, traz, dentre outros, com acentuada relevância no conjunto, os subtítulos “Ler, expandir e conectar” e “Ler com os especialistas”.
O primeiro reuni as considerações sobre a importância da leitura de livros como um espaço de inter-relações de conhecimento. O livro pode para Colomer cumprir a função fornecer ao aluno uma mescla de competências como leitura, fala, escrita, sociologia, filosofia história etc. Mas o subtítulo dá ênfase maior à aproximação da leitura literária e da produção escrita, defendendo que a capacidade de escrever sobre o que se lê produz leitores ainda mais capazes de entenderem as estruturas narrativas, aumentando a capacidade interpretativa. E a produção das redações de contos é levada em consideração, apresentando a possibilidade de diferentes tipos de contos, com diferentes tipos de narradores ou foco narrativo, diferentes tipos de funções dos personagens, todos adequados às devidas faixas etárias, para trabalhar em sala.
Já o segundo, orienta a função do professor nesse processo de mediação. Questionando resquícios de um ensino literário inadequado do passado, em que o professor, promovendo em sala de aula uma leitura guiada, onde ele se propõe a ler fragmentos do livro para a interpretação do aluno, o que Colomer redefine como “leitura substituída” (nada da subjetividade do aluno é emprestado a este processo interpretativo), a autora traz à luz a possibilidade de outra mediação. O professor agiria em uma dupla faceta, como um solucionador de conflitos entre texto e aluno, aparecendo para este dando luz às possíveis obscuridades na leitura, e como promotor de novas possibilidades de interpretação dentro da mesma leitura em questão, assim proporcionando uma progressão da expansão da capacidade deste jovem leitor. As leituras de críticos, que aparecem no universo literário com um papel parecido como o do professor, substituindo a leitura subjetiva do aluno em um primeiro contado com a obra, ficaria para o auxílio em uma segunda leitura, mais avaliativa, mais crítica.
A utilização de uma quantidade de livros por parte do professor para um projeto será necessária. Colomer fala, sobre isso, em livros para uma leitura mínima, em que o professor pretende que o aluno atinja a conclusão em determinado período, mas sem deixar de reservar o devido lugar da leitura livre por parte do aluno – aqui o aluno escolhe. Assim, afastando-se de erros antigos, e resguardando o prazer literário do jovem leitor, a leitura subjetiva se alia à leitura crítica em um contínuo que é a própria proposta do livro, já marcada no título.
De modo geral, objetivo da obra de Colomer é essa progressão em direção ao “leitor literário”, leitor este capaz de interpretar autonomamente, buscando sentidos internos às obras, na parte constitutiva da mesma, emprestando sua subjetividade, e externos, na contextualização dentro da tradição literária – em que as obras se relacionam - e na contextualização sócio-histórica, usando os especialistas em um segundo momento como auxílio, não como “substituição” no processo. Para esta finalidade, fica acentuadamente marcada a importância, para professores do ensino básico, do conhecimento e utilização dos livros infanto-juvenis. Estes que agirão de forma motivadora na captura do aluno para um prazer na leitura, corrigindo assim os erros do passado, em que as aulas eram ineficazes na fomentação de leitores e temidas pelos alunos pelo aspecto maçante e instrumental que incorporavam. O livro então é de fundamental importância para todo aquele que pretende trabalhar no ensino de português e literatura, podendo, com o auxílio de tal repertório de ações programadas, seguir o itinerário fornecido pela autora, ou mesmo inspirar-se para, a partir dali, ter ideias tão eficazes quanto, garantindo assim ao seu aluno a possibilidade de “caminhar” na vida escolar em diálogo intenso com a cultura escrita e ficcional, em uma grande promoção do conhecimento.
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Djane 01/12/2017

O desafio da leitura
O livro de Teresa Colomer "Andar entre livros", de tradução de Laura Sandroni, da editora global, é uma excelente referência aos que pretendem trabalhar na área da educação, sendo fundamental para professores que pretendem entender o porquê de algumas práticas escolares serem mais eficientes que outras.

Não é um guia com passo-a-passo, mas um aprofundado estudo sobre o papel do livro até os dias de hoje. A literatura tinha um papel de desenhar uma sociedade para que seus indivíduos fizessem parte de um todo homogêneo para educar em relação a valores e comportamentos, e ainda não era vista como detentora de um poder libertador que conquistou com o passar dos tempos.

Nas escolas, em séries iniciais, os livros tinham narrativas simples e a leitura não tinha um objetivo programado. Ela escreve sobre a dificuldade , nas séries mais avançadas, de se olhar a literatura como uma prolongamento das séries anteriores, no sentido de se contribuir não somente para a vida escolar, mas também para sua vida pessoal, criando pessoas capazes de ler não somente os livros mas o mundo em sua volta. Aponta possíveis responsáveis pelo fracasso da relação com livro , onde tudo converge negativamente para o afastamento da literatura e para com os livros. Segundo Teresa, alunos, professores e mídia devem trabalhar juntos para que se consiga leitores conscientes dos benefícios da leitura para a vida das pessoas. Mais do que ler em quantidade é preciso que se desperte nos alunos a vontade de ler, mas para isso é preciso preparação dos professores , juntamente com sensibilidade para se encontrar o melhor caminho a ser traçado pelos alunos.

Criou-se a ideia de literatura como disciplina obrigatória, e isso se derrama no contato com o livro. A literatura precisa ser encarada de forma diferente, como um suporte na criação do indivíduo. É urgente que aconteça essa desconstrução e Teresa Colomer, em "Andar entre livros", nos ajuda nessa compreensão.
Como ela escreve, ler nas escolas tradicionais exigia esforço, pois os alunos eram direcionados, muitas vezes, a estar em contato com textos de outras épocas, canônicos, longe de suas expectativas. Não que isso seja errado, mas não existia uma liberdade de escolha e eram obrigados a satisfazer as necessidades de outros, não as deles. Por isso, ler sozinho pode se transformar, em um momento primeiro, um excelente método para construir um ambiente para de fato, depois, mergulhar no mundo literário. A autora aponta a necessidade de o aluno se conhecer como um leitor que tem um perfil que deve ser valorizado primeiramente por ele. Essa exposição ao livro sem ter alguém mediando seus passos é um exercício de autonomia, de capacitação individual, visto que passará por diferentes sentimentos que podem ser traduzidos em aprendizagem para as próximas leituras. Daí a grande importância das bibliotecas escolares, ou mesmo públicas, que abrem esses espaços prontos a serem ocupados.
Depois da leitura individual, partem para as leituras compartilhadas, onde as experiências e outros pontos de vista poderão ser observados por cada um. Teresa escreve sobre essa prática antiga, que acontecia antigamente, em que que participavam juntos do "folclore oral da coletividade", e arrisca dizer que uma das formas de resistência à leitura pode ser o fim dessa atividade. Antes se ouvia um ao outro, mas não acontece mais nos dias de hoje. Depois desse tempo é hora de se estabelecer leituras com objetivos mais claros, direcionando, juntamente com o professor , uma leitura dos acontecimentos ao longo da história humana, ou mesmo de outras visões, que não sejam as que já estamos acostumados a ouvir.
Andar entre livros possui muitos dados, altamente importantes, que ampliam bastante o pensar e agir sobre a literatura, que vem sendo esquecida, ou trabalhada erroneamente. Deve ser estudado de forma minuciosa por alunos do curso de Literaturas, por professores empenhados em formar novos leitores. Dialoga com a realidade da literatura no Brasil , portanto suas práticas podem ser colocadas em prática facilmente nas escolas. Por clarear aspectos facilitadores da educação aumenta as esperanças de incentivo a possíveis leitores, das séries iniciais ao nível secundário.
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Ana Ribeiro 01/12/2017

Andar entre livros, de Tereza Colomer, é um livro bastante denso, que demanda certo esforço por parte do leitor, principalmente, a primeira parte, mas garanto que a leitura deste livro é bastante valiosa. Quem se aventurar na empreitada, com certeza ficará mais enriquecido. Andar entre livros traz reflexões muito importantes sobre os desafios de se ensinar a ler literatura na escola, remontando o período em que a autora atuou em uma escola da área metropolitana de Barcelona.

O livro é uma obra essencial para os profissionais da educação, ou qualquer pessoa que tem como preocupação a promoção da leitura. A autora destaca a necessidade de se colocar ao alcance dos alunos a literatura adequada de acordo com a idade e o interesse do leitor. Outro ponto importante é o de que se deve levar em conta o processo contínuo dentro do itinerário de leitura entre as séries iniciais e as séries finais, no ambiente escolar.

Analisando historicamente, a autora percebeu que até não muito tempo atrás, a escola tinha por hábito trabalhar o estudo de fábulas nos anos iniciais; os anos finais destinavam-se ao estudo da história da literatura, em vez do estudo da literatura em si. Nesse ponto, se compararmos com o que vemos em nossas escolas, percebemos que o que Colomer observou em Barcelona, não é muito diferente do que acontece no contexto brasileiro. Assim, fica inviabilizada a prática da leitura, gerando uma incoerência gritante, já que o objetivo da escola é a formação de leitores competentes, no sentido social, cognitivo e afetivo. Ou pelo menos deveria ser.

Não é que a história da literatura não seja importante, ela tem o seu valor, mas o acesso às obras deve estar sempre em primeiro lugar, nada pode substituir a experiência da leitura das obras literárias. Além disso, Colomer salienta, também, a necessidade de que se leia obras integrais, não fragmentadas. O leitor precisa ter em mãos o objeto livro. Por isso, a importância das boas bibliotecas nas escolas e fora delas. Entretanto, somente o acesso ao livro não tem se mostrado efetivo na promoção da leitura de obras literárias, pois “graças à extensão da escolaridade, lê-se mais que nunca, mas o que se lê está longe de corresponder à literatura e seus possíveis benefícios” (P.104). Tendo em vista que somente o acesso ao livro não é o bastante, é preciso também mediadores competentes, professores leitores e capacitados para estimular o acesso à leitura. Sim, professores leitores fazem a diferença. Nesse sentido, mais uma vez podemos traçar um paralelo com o Brasil, pois pesquisas mostram que o perfil dos nossos professores nem sempre são oriundos de uma tradição leitora.

Um aspecto que vale destacar diz respeito ao compartilhamento da leitura com outras pessoas, tendo em vista sua importância, pois na troca com o outro, verificamos a possibilidade de construção de sentido e obtenção de prazer, o que ajuda melhorar a compreensão dos livros lidos. Para a autora, o ato de compartilhar leituras, é basilar na formação de leitores, pois faz com que o leitor possa experimentar a leitura em sua dimensão socializadora. Para tanto, é necessário equilibrar a leitura autônoma, a leitura por prazer e a leitura de âmbito escolar.

No capítulo 8, ao tratar do tópico “Ler com os especialistas”, a autora faz uma reflexão sobre a falta de clareza na delimitação dos objetivos quanto à orientação dos saberes que devem ser acionados na orientação de leitura dos alunos, mais precisamente no que se refere á etapa secundária. Ela fala da importância de se servir da leitura de textos de especialistas, mas com a devida cautela, já que esses textos devem ser utilizados como guia, apenas, e não como substituição à leitura dos alunos. Do mesmo modo como é problemático substituir a leitura de obras literárias pelo estudo da história da literatura, a leitura com especialista se mostra igualmente comprometedora. Ou seja, o guia deve auxiliar o leitor, “deve servir para mostrar o modo de vencer as dificuldades de sentido da obra” (P.183). A leitura guiada deve ampliar uma leitura anteriormente já realizada.

Assim sendo, numa sala de aula, a depender da mediação, se não tomar o devido cuidado, o professor pode acabar criando uma armadilha para seus alunos, na medida em que impõe sua autoridade de especialista. É importante que o mediador, seja ele professor ou não, estimule os leitores a terem suas próprias interpretações, que eles tenham autonomia para expressar suas opiniões pessoais e suas afetividades com as obras lidas.
É por essas e outras reflexões, trazidas por Tereza Colomer, que considero bastante valiosa a leitura deste livro. Servez-vous!
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Claudia.Lima 01/12/2017

Leitura com eficiência
Teresa Colomer é espanhola e muito respeitada por seus trabalhos com literatura infantil e juvenil. Seu livro me chamou atenção pelo título, achei bem poético já que tinha que escolher entre três obras para um trabalho da graduação de Letras, não me arrependi da escolha. Apesar de o livro ser bem complexo, é de uma leitura explicativa e não são apenas conceitos, a autora procura conciliar a teoria à prática de sala de aula.
“Andar entre livros” se divide em duas partes, na primeira a autora faz um relato histórico da literatura no mundo. Ela vai mostrando a evolução e a importância da literatura, em como era representada em vários momentos e como as mudanças políticas e sociais influenciaram durante séculos na educação literária, que a literatura não tem mais o mesmo papel do século XIX. Essas transformações culminaram em um contingente maior de alunos, uma escolarização em massa e os problemas aumentaram. A autora vai apontando esses problemas e direcionando possíveis soluções.
Na segunda parte do livro ela se propõe a mostrar a leitura em funcionamento, como as escolas estão trabalhando e como deveriam trabalhar. Ela enfatiza que para obter um bom desempenho em sala de aula, o professor deve estimular apresentando o livro para a criança. Esse primeiro contato é de extrema importância, porque muitas vezes essas crianças não encontram estímulo em casa. O professor deve além de estimular, intervir e mediar nesse processo.
Outra solução que a autora defende é a participação sociofamiliar, a importância de ter um adulto compartilhando uma leitura com a criança. Seja em casa com um responsável ou na escola, onde o professor ou um mediador que acompanha essa leitura não deve dar as explicações sobre o texto. Ele deve ensinar a criança a construir o seu entendimento, deve trabalhar o texto e discutir as questões abordadas.
São muitas os questionamentos quanto à leitura, o que seria melhor a leitura autônoma ou a compartilhada? Tudo tem o seu momento. Nas pesquisas feitas pela autora ela fala de crianças que dizem não gostar de lerem sozinhas, ou que ler é muito chato. Por isso os estímulos são muito importantes, o professor precisa escolher obras que tenham um bom corpus, que seja interessante para eles.
Uma questão muito importante que é discutida no livro é a realização dos projetos escolares, os projetos ajudam a pôr mais ênfase em aspectos da leitura e da escrita, a autora coloca que um projeto longo e bem feito ajuda a acabar com essa separação que há entre a leitura e a escrita na escola. Nesses projetos o professor deve trabalhar as obras integrais enriquecendo assim a assimilação dos conteúdos aplicados, pois o aluno lembra melhor da leitura de textos se esta estiver integrada a uma atividade longa e com sentido próprio.
O espaço escolar para leitura é também muito defendido, porque possibilita a todos o acesso ao livro e também é um lugar onde o aluno possa fazer uma leitura autônoma. Como a autora mesma coloca que a leitura na escola nunc a é livre por completa, vale ressaltar a importância desse cantinho da leitura, de ter alguém mediando e orientando, pois, a seleção das obras a serem lidas é essencial para um bom desempenho do leitor.
Compartilhar é um tema bem recorrente neste livro, as análises da autora mostraram que compartilhamento de uma obra por outras pessoas beneficia muito o leitor. Quando o professor se apropria desse tipo de leitura, ele pode orientar para que os alunos possam construir o sentido do texto, à medida que isso acontece, um vai se beneficiando da competência do outro e chegando às suas próprias conclusões.
O que a autora propõe é que o importante é ler, seja sozinho, com os outros ou com especialistas, cada tipo de leitura leva a um resultado diferente. Portanto, pensando no ambiente escolar é muito importante que se perceba o que cada tipo de leitura pode proporcionar ao seu aluno, em que momento ele se encontra. Porque é no ambiente escolar que a literatura é mais desenvolvida, pois muitos alunos não tem esse contato em casa.
A literatura precisa ser trabalhada desde a mais tenra idade, as crianças bem pequenas gostam de ouvir histórias e isso já é uma introdução, então quando a autora trabalha essas questões na infância, ela está mostrando claramente que é ali que começa o erro. Uma criança que não é bem introduzida na leitura será um jovem que terá dificuldades mais tarde. Uma criança que lê bem e consegue interpretar o que lê, terá mais facilidade de aprendizagem em todas as matérias. A leitura literária abre a mente para várias possibilidades do texto, então fica mais preparado quem consegue dominar essa prática.
Recomendo o livro por ter questões muito abrangentes, embora a escritora não seja brasileira, ela parece que está falando conosco. As questões abordadas são de uma amplitude geral, é o tipo delivro que eu como futura formadora de leitores usarei para me orientar e voltarei a ele sempre que necessário.










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Miriam.Nascimento 01/12/2017

O florescer de uma nova perspectiva
Andar entre livros de Teresa Colomer, diretora da Rede de Pesquisadores de literatura para crianças das universidades da Catalunha, traz um desejo de colaboração para com os profissionais que já atuam ou pretendem atuar na área de literatura nas escolas, e que, por muitas vezes esbarra com o desinteresse por parte dos alunos, já que muitos alunos a tem apenas como mais uma matéria escolar. Isso acontece porque os estudantes sentem-se obrigados a ler determinado livro e não tem espaço para a leitura de outros.
Colomer acredita ser “tarefa da escola mostrar as portas de acesso” à literatura, mas cabe ao aluno entrar ou não, e, na medida em que lhe apraz, ou seja, é necessário que bons textos sejam apresentados, e que espaços de escolha sejam propiciados aos estudantes, mas não de forma impositiva. Unindo-se a isso, é fundamental uma tarefa que estimule o raciocínio. Dessa forma, compreenderão melhor a obra e aprenderão enquanto realizam algum tipo de atividade. Diferentemente de exercícios habituais que servem apenas para avaliar a capacidade deles em fazê-lo.
Além do papel importante que a autora dá à instituição, ela também destaca o resultado que os compradores adultos, por vezes, desorientados socialmente, geram nos pequenos. Isso porque, adquirem livros sem nenhuma crítica, e, acabam por oferecerem aos possíveis leitores um corpus, no qual, estes não se sentem seguros de que vale a pena ler. Colomer percebeu, também, que os indivíduos não se formavam leitores na escola, embora tenham sido submetidos constantemente a leituras e, até mesmo, a novas formas de proximidade com textos, contudo sem eficácia.
É recomendado, por ela, então, um rompimento com algumas práticas, dentre elas a separação entre leitura e escrita. Estas são duas atividades que podem estar perfeitamente conectadas. Para isso, sugestiona-se trabalhar com projetos. Por que não elaborar projetos nos quais os familiares estejam incluídos? Como a pesquisadora constata: “não há adultos formando esse entrelaçamento socioafetivo em casa nem no entorno social”. Talvez, essa, seja uma pequena atitude que poderá diminuir a distância entre pessoas que são, efetivamente, leitoras e aquelas que não, pois, fato é: ler amplia o vocabulário. Assim, o leitor vai ficando cada vez mais apto a progredir em textos mais complexos. Em contrapartida quem não tem essa prática fica para trás.
Outro ponto abordado, não menos importante, é sobre a leitura compartilhada. Está seria uma aprendizagem “social e afetiva” definida como a “base da formação de leitores”, pois livros populares em alguns momentos fazem com que as crianças sintam-se efetivamente leitoras no meio de seus amigos, com uma vantagem extra: sem interferência de nenhum adulto. Isto torna a leitura muito mais prazerosa. Seria interessante, talvez, o professor procurar saber o que seus alunos gostam de ler, abrindo, assim, espaço para esse tipo de comentário, e, dali, extrair um possível livro para a turma ler.
A interferência do adulto, como pode ser percebida, é muito bem vinda, até porque, acredita-se na necessidade de um mediador para guiar a leitura. Como revelado em “A literatura é importante para os humanos, e os adultos são responsáveis por incorporá-la às novas gerações”. Porém, assistir “à afirmação renovada desta ideia” denota a existência de um problema: a função social da literatura está mudando e o seu espaço diminuindo frente ao crescimento do ensino da língua e das demais matérias funcionais ao sistema. Por isso, o modo como se dará a atuação do professor neste contexto fica bem clara. Colomer afirma, muito sabiamente, que este profissional precisa atuar de forma tal que não venha inibir o “processo pessoal de elaboração”.
Não passa despercebida, à vista disso, a visão funcional sobre textos literários, pois, comumente são associadas a desocupados, pessoas que estão se dedicando à literatura e não a um estudo mais “útil”. Na contramão desse tipo de pensamento está o fato de que “lê-se mais que nunca”, mas, no contexto atual, em que crianças e jovens estão submetidos a muitas e diversas informações, o espaço para a literatura e seus benefícios está aquém do devido. Nessa linha de pensamento, a autora fala que não basta simplesmente levar os livros aos indivíduos, como pretendem alguns projetos, bem intencionados, claro, pois o ser humano não está sempre consciente da necessidade destes. Ele precisa do mediador. Por isso, há, atualmente, uma preocupação “com a formação dos professores através da atenção à sua própria experiência de leitura adulta”.
É, portanto, ao florescer de uma nova perspectiva para as escolas, os mestres e os estudantes que essa obra se dedica. Crendo na possibilidade de um trabalho eficaz, esse é um texto, sobre o qual pode-se debruçar e repensar como foi, tem sido e será o estudo de literatura, pois além do já referido, o livro traz em sua primeira parte uma historiografia deste assunto. Sendo assim, se os profissionais da área quiserem, terão nele muito embasamento para elaborarem metodologias produtivas rumo a um futuro de indivíduos preparados para pensar e articular o seu entorno.




Rosi 01/12/2017minha estante
Arrasou no resumo, fiquei curiosa para ler.


Miriam.Nascimento 02/12/2017minha estante
Que Bom! Obrigada ?




Nonata.Martins 29/11/2017

um livro essencial
Essencial para professores, educadores e demais pessoas, este livro traz uma grande contribuição para quem pretende entender sobre o desafio de formar leitores e o caminho para esse processo. Andar entre livros tem como subtítulo ‘A leitura literária na escola’. Apesar de o subtítulo indicar que se trata de uma reflexão do contexto escolar, a ideia principal do livro é a formação de leitores. Um processo que pode ser iniciado antes mesmo da criança ir para a escola. Portanto, esta obra pode ser usada não só por profissionais da educação, como também pode ser utilizada por pais, contadores de histórias, ou qualquer pessoa que considera a leitura algo essencial na formação do indivíduo, e que tenha o interesse de tornar o momento da leitura mais prazeroso.
A primeira parte do livro é dividida em três capítulos, traz uma reflexão histórica e tem como base o tripé do ensino de literatura: escola, leitores e livros. No primeiro capítulo, a obra apresenta uma reflexão sobre os livros de leitura na escola, pois é através de uma leitura extensa e aprofundada que o leitor pode adquirir alguns conhecimentos que aparecem através da mediação do professor. Para tanto, se faz necessário uma leitura guiada e é na escola que este processo ganha mais força. O segundo capítulo contempla o progresso do leitor, é importante pensarmos em como algumas vezes não percebemos as escolhas das crianças e adolescentes, e que ao enxergar tais escolhas poderemos construir um caminho de contribuição para um crescimento do aluno, do leitor. Por sua vez, o terceiro capítulo mostra os livros como mestres, pois é lendo que se aprende a ler, e grande parte da formação literária das crianças e adolescentes é produzida através do seu contato direto com a literatura destinada à infância e à adolescência. Esse contato direto com a literatura os conduzirá ao gosto pela leitura. Por ser a parte mais densa do livro, requer mais dedicação e mais tempo de leitura. Acaba sendo a parte mais cansativa também, mas vale fazer um pequeno esforço e continuar a leitura. Pois cada tópico carrega uma bagagem muito ampla de informação e reflexão.
A segunda parte é dividida em seis capítulos e é também mais agradável de ler, porque se volta para a reflexão da leitura em funcionamento, ou seja, pensando as práticas de leitura, os principais lugares que proporcionam essas práticas, e como se pode contribuir para ativar o encontro entre crianças e livros. Considerando o contexto atual da sociedade, pode-se afirmar que nunca se leu tanto quanto atualmente. Porém, ainda se considera que os jovens não leem, a autora destaca que melhor do que entender porque não leem é perceber os que leem apesar do contexto, assim poderemos contribuir mais facilmente para o crescimento e amadurecimento do leitor.
Embora esta obra tenha sido baseada nas experiências da autora enquanto docente na Europa (Espanha), ela apresenta algumas reflexões que se encaixam em outros contextos, como na realidade brasileira por exemplo. Combinando teoria e prática, a autora reflete sobre a possibilidade de o leitor obter maior conhecimento através de um itinerário de leitura. A ideia de leitura prazerosa vem acompanhada da importância de ler sozinho, a autora indica que é necessário que o leitor construa seu próprio caminho de leitura, isto ajuda a desenvolver sua autonomia. Igualmente à leitura solitária, é a leitura compartilhada. Quando as crianças e adolescentes gostam de uma determinada obra eles indicam para os colegas, tentam convencê-los a ler também, depois discutem entre si as conclusões que cada um teve de sua leitura a respeito da obra. Isto gera uma rede de contatos e interação, necessárias para o desenvolvimento da criança em comunidade. A obra destaca também a leitura guiada, que é a leitura feita com o auxílio do professor ou de alguém que conheça melhor a obra que está sendo lida. E da leitura com os especialistas, que é a leitura a partir de um pesquisador, ou seja, quando lemos alguma obra de autores clássicos procuramos também a opinião de um crítico literário para nos ajudar a entender melhor a obra, no Brasil um dos teóricos mais utilizados é Antônio Cândido.
Vale ressaltar que, no contexto brasileiro, esta leitura com os especialistas normalmente é uma leitura acadêmica, dificilmente se ler algum teórico na escola. Como estudante da rede pública na educação básica, e agora como graduanda de licenciatura em Letras, em dois anos de estágio não obrigatório, eu nunca presenciei leitura de crítico literário na escola. Por essa razão afirmo que leitura com especialista é mais frequente ou só acontece na faculdade.
Uma das principais ideias que a autora desenvolve neste livro, é a de uma contínua construção de sentido. É necessário que os leitores mais experientes, como pais e professores, mostrem para o leitor em formação, crianças e adolescentes, que a leitura tem um sentido para o cotidiano. A autora aponta que mais eficaz do que ensinar literatura, é ensinar a ler literatura. Ou seja, formar leitores é um caminho de aprendizagem diária, tornar-se um leitor é também uma atividade diária e gradativa. Pode-se concluir que para formar leitores, o primeiro passo é ser um grande leitor.
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Thaís Silveira 20/11/2017

Andar entre Livros: A leitura literária da na escola, de Teresa Colomer (2007), traz para seu leitor uma reflexão sobre o ensino de literatura em sala de aula, tendo como foco de sua discussão o ensino para crianças e adolescentes. Buscando demonstrar através de seus capítulos que não é necessário se “ensinar literatura”, mas se “ensinar a ler literatura” e a melhor maneira de se formar leitores já a partir dos seus primeiros anos na escola. Apesar de ser um livro escrito no contexto europeu (Espanha), acredito que muitas das reflexões e problemas colocados pela autora relacionados ao ensino de Literatura se encaixam perfeitamente na realidade das escolas brasileiras atualmente.
A primeira parte do livro se detém na escola, no leitor e no livro – elementos que interagem no processo do ensino de literatura –, trazendo uma breve história de como se deu ensino de literatura com o passar no tempo, a relação do leitor criança/adolescente com os livros visto de um modo mais geral, e a acuidade do livro como ferramenta fundamental para o professor, além de destacar a importância da leitura integral de livros e não só de trechos. Todos esses aspectos são vistos e discutidos de uma forma mais geral, entretanto, é na segunda parte que a autora traz seu discurso para o âmbito escolar.
Na segunda parte Colomer abarca questões importantes, a partir das quais se discutem as melhores formas de uma integração entre aluno e obras literárias. Assim sendo, a autora nos traz pontos fundamentais como: a importância da leitura compartilhada, mas também a de uma leitura individual, a importância da escola como um guia da interpretação dos textos, contudo um guia que dê espaço e voz também aos alunos, sendo. Além disso traz a discussão da separação entre o ensino de língua e o ensino de literatura e como isso se reflete até na aprendizagem, ou seja, primeiro se aprende a ler e depois a escrever.
No que concerne à leitura compartilhada e individual, Teresa Colomer abrange a necessidade de se haver uma leitura coletiva, em sala, e discussões a respeito da obra literária trabalhada pelo professor, sendo este um canal para o conhecimento e para a formação de um indivíduo apto a ler, entender, e a ter suas próprias interpretações, sendo criticado no livro um método de ensino no qual os alunos são como turistas em um museu, só observam sem compreender a obra, apenas ouvindo o que seu guia diz. O que se busca é a integração das crianças e adolescentes com os livros e com a literatura, uma integração que depende também da relação individual de cada um com o livro fora do âmbito escolar, e não apenas nele.
Em relação a leitura por prazer o livro traz uma reflexão interessante quando ressalta que é sim importante se ler por prazer, contudo, uma leitura só por prazer não traz desafios aos leitores, logo, o mesmo se mantém em uma zona de conforto sem que evolua. Assim, como mediador, o professor tem como dever não proibir a leitura por prazer, claro, mas desafiar seus alunos a leituras de obras literárias e leituras críticas mais complexas, que façam com que os mesmos desenvolvam sua capacidade de leitura e interpretação. O livro destaca maneiras de se trabalhar uma obra clássica de uma forma que seja proveitosa para os alunos e para o professor.
Ao tratar do ensino de literatura nas salas de aulas, a autora destaca também a separação erronia que existe entre literatura e o ensino de língua, colocando em questão desde o capítulo 1 a própria formação dos professores, que por terem um ensino onde houve essa separação tende a refleti-lo e transferir esse conhecimento aos alunos. Contudo, língua e estudos literários são duas aprendizagens que andam juntas. Ao ler um aluno não está se formando apenas um leitor, mas também desenvolvendo sua capacidade de escrita, pois o contato com novos vocabulários e novas formas sintáticas trazem a ele uma evolução gramatical. Logo, se propõe no livro um ensino conjunto que uma língua e literatura.
Assim sendo, acredito que a leitura desse livro seja de suma importância para professores, futuros professores e qualquer pessoa que queira refletir sobre o ensino de Literatura nas escolas. Visto que o livro abrange diversas maneiras de melhorar o ensino e destaca problemas que apesar de estarem claros, muitos professores ignoram. No capítulo 9, que é o último e consequentemente a conclusão, a autora constrói uma tabela (ou um resumo) para ajudar professores que queiram refletir e mudar o método de ensino, tendo como foco a formação de futuros leitores, trazendo para dentro de sala a presença de livros, levando os alunos para lerem também fora de sala, e fazendo com que o ato de ler se torne prazeroso e desafiador.
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Paula.Rhaquel 20/11/2017

“Andar entre livros”: Reflexões e sugestões sobre o ensino literário nas escolas
Apesar de a obra ser baseada em experiências docentes da autora no secundário em um colégio de Barcelona, Teresa Colomer consegue construir diversas reflexões a cerca da literatura infantil e juvenil no ensino literário, de forma que é possível atribuir tais conceitos sobre outros contextos e níveis escolares. Ao combinar teoria e prática, a autora pode fazer com que o leitor adquira um maior conhecimento sobre a importância do ensino de literatura nas escolas e de como isso pode ser feito cotidianamente através de um itinerário de leitura.

O livro é dividido em duas partes. A primeira se volta aos três principais elementos do ensino de literatura: a escola e sua evolução no estudo literário para as crianças; os leitores sendo pensados através de seu desenvolvimento de competências literárias; e os livros como forma de apoio a esse processo. Já a segunda parte é pensada a partir de uma perspectiva totalmente voltada à escola, construindo um guia de leitura que facilite a inserção de obras literárias integrais na vida escolar da criança e do adolescente, mas que também permita que esse indivíduo se torne um leitor para a vida, adquirindo competências que deem suporte para uma autonomia de leitura. Subdivida em cinco capítulos, o segundo módulo da obra envolve os temas da articulação escolar da leitura literária; a leitura individual e compartilhada; a conexão entre literatura e escrita; e a leitura guiada por especialistas.

Esse livro é interessante para professores de todas as áreas do conhecimento educacional, especialmente os do domínio de Letras, pois a obra pensa especialmente na importância do ensino literário a partir de obras integrais e como isso afeta o conhecimento na competência literária dos alunos. É importante também para futuros professores e até mesmo para pais e mães que veem a literatura e a leitura inserida na vida das crianças desde a fase inicial como um fator necessário à educação e à aquisição de um conhecimento crítico. Com isso, mesmo que a autora não diga ser um estudo sobre a literatura infanto-juvenil ou uma proposta didática, há uma importante discussão sobre leitura e ensino, teoria e prática que enriquece o trabalho docente.
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Izabelle.Savignon 16/11/2017

"Andar entre livros" : Reflexões sobre uma nova leitura nas escolas
“Andar entre livros” é uma obra de Teresa Colomer que, diante do seu contato tido como docente em uma instituição escolar em Barcelona, aborda a forma como a literatura é aplicada e discutida em sala, unindo e associando o livro com o professor e com o aluno, fazendo- o, assim, “melhor amigo” e influenciador de interpretações, compreensões e estudos sobre as diversas literaturas estudadas.

O livro é dividido em duas partes, sendo três capítulos para a primeira parte e seis para a segunda.

Na primeira parte, Teresa, bastante teórica e histórica, traz reflexões, estudos e conceitos para compreender aspectos que dialogam com a educação da literatura, sejam elas focadas na escola ou nos leitores em geral. Ela rodeia entre o leitor, o educador e a instituição e suas interações entre si, usando o conhecimento histórico muito das vezes.

Os três capítulos inicias trazem assuntos muito pertencem ao papel da Escola e o quanto ela pode ser essencial para a melhor inclusão da literatura no âmbito escolar, visto que, com o avanço social e tecnológico, esse interesse, principalmente, pelo corpo estudantil foi se perdendo. Outro tema abordado pela autora nesses capítulos foi o processo evolutivo do leitor/escritor e da relevância de uma biblioteca ampla (ideia tal surgida através de uma construção de uma biblioteca de classe em Barcelona, onde trabalhou com diversos alunos), a qual poderia haver uma troca coletiva de livros e conhecimentos entre os alunos e professores. Resumidamente, nesses primeiros capítulos, o tema central são a escola, leitores e livros.

No entanto, na segunda parte, o assunto é em torno das práticas escolares e sua influencia sobre os professores e os novos leitores/escritores juvenis. Estimulando à leitura e a construção dela, Teresa discute sobre quatro características da leitura escolar: Em primeiro lugar, a leitura individual e os problemas dos livros pré-definidos para a leitura dos jovens; Em segundo lugar, trata da leitura compartilhada pensando as práticas de leitura e a leitura de “clássicos”/ tradicionais na escola. Aborda, ainda, a questão do vinculo social e do compartilhamento diante de vários pontos de vistas diferentes, mas que agregam para o melhor entendimento da leitura e da literatura como um todo.

Seguindo a reflexão sobre o papel da Escola, da literatura, do professor e do próprio leitor/escritor, a autora apresenta questões linguísticas, não como algo especifica, mas na necessidade de estender/expandir a leitura e a sua prática, sendo ela na forma de escrita ou no próprio ato de ler. Cria uma relação leitura – escrita. Para tal, Teresa trata a leitura como pulsor de diversos meios de aprendizagem e de grandes motivações, como a criação de grandes escritores contemporâneos. Seguindo a obra, ainda é retratado o protagonismo da escola e o papel do professor como guia da leitura e suas interpretações, colocando em xeque a questão da leitura guiada, da leitura do especialista e da reflexão como formadores de aprendizagem da leitura.

Por ultimo, Teresa traz um quadro explicativo e com elementos cruciais para o melhor entendimento da sua obra , refletindo e fazendo com que os leitores de seu excerto reflitam sobre a importância da pratica do corpo docente sobre a leitura e a literatura no âmbito escolar.

Teresa Colomer, em sua incessante busca sobre a forma mais apropriada de inserir e ensinar a leitura e a escrita em sala de aula traz reflexões bem incisivas sobre tal pratica em “Andar entre livros, A leitura literária na escola”. Com isso, ela traz ao leitor de sua obra a ideia de concretização de pensamento através de exemplos e de fatos vividos. Talvez seja por isso a divisão em duas partes e fazendo com que a primeira seja mais teórica e histórica, situando o leitor no tempo, no espaço e no assunto abordado e, a segunda, mais focada em explicar o papel de cada um numa sociedade educativa. Lembra-se que Teresa é uma autora que mesmo tendo sua formação e escrita voltada para o primeiro segmento, essa obra e crendo em outras obras também, trazem uma reflexão que podem ser pensadas por todos os segmentos estudantis.

“Andar entre livros” é uma obra pra quem visa à leitura, a educação literária, a formação de novos leitores e a importância/espaço da literatura na escola. Antes de tudo, cabe ressaltar que o excerto cria uma relação leitura x escrita, correlacionando-as e não as tendo como algo separado. Ora primeiro se ler, ora se escreve, criando problemas ao compartilhar leituras e escritas. Sendo assim, o livro traz reflexões sobre a formação do docente quanto formador de leitores e sobre diversos pontos de vistas, que podem ser criados através dos próprios alunos – agora criadores de argumentos, contos e histórias e construtores de um futuro ensino básico brasileiro de boa qualidade e de grandes leitores convictos do que leem e escrevem.
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Tamires.Oliveira 07/11/2017

“Andar entre livros” - Questões e múltiplas escolhas da formação literária.
“Andar entre livros” é um título justo, adequado para sua função, sintetiza em três palavras a essência do que Teresa Colomer traz em seu livro. Para aprender a ler e escrever é preciso ler e escrever, sendo assim o livro é o melhor aliado do professor e o melhor aliado do aluno, devendo, portanto, estar presente nos ambientes em que professores e alunos habitam.

“Navegar é preciso, viver não é preciso”, e é nessas imprecisões da vida que se encontram as questões centrais a serem discutidas: como escolher um livro? Quais critérios adotar? Qual melhor forma de organização das leituras na escola? Como possibilitar o acesso aos livros? Como articular a leitura literária com outros conhecimentos curriculares? Como promover a relação leitura e escrita e a relação leitura e exercício? Como guiar a leitura literária? Como administrar as diversas interpretações?

A autora não responde categoricamente a essas questões, mas faz reflexões sobre os temas que as circundam, não existe uma fórmula para a formação de leitores, porém Teresa Colomer busca em cima de suas experiências e pesquisas recorrer às formas que têm obtido sucesso. Como já bem diz o subtítulo, “Andar entre livros, A leitura literária na escola” é um livro focado em trazer reflexões e situar a leitura literária dentro do espaço escolar.

A autora remonta seu primeiro trabalho como docente, em uma escola de Barcelona onde montou com os alunos uma biblioteca de classe (proposta que é trabalhada em detalhes pela autora no capitulo cinco) com livros que eles levaram. Durante anos passou a confiar nos livros como seus melhores colaboradores. “Andar entre livros” reuniu as reflexões que Teresa Colomer teve durante esses anos de docência, focalizando na leitura dentro do que chamamos de primeiro segmento. O livro dividido em duas partes traz na primeira, que é bastante teórica, conceitos e ideias centrais para entender o leitor, o professor e a escola, fazendo um percurso histórico da relação entre esses elementos.

Na segunda parte do livro a autora inicia abordando o estímulo à leitura e o planejamento dela, nos capítulos seguintes Teresa vai abranger quatro aspectos/espaços da leitura na escola, primeiro a leitura individual problematizando a escolha dos livros a serem dispostos as crianças e jovens, no capítulo seis trata da leitura compartilhada pensando as práticas de leitura e a leitura de “clássicos” na escola. Estender a literatura em direção às habilidades linguísticas e outras áreas do conhecimento pensando a relação entre leitura e escrita fica a cargo do sétimo capítulo e ao oitavo fica pensar o papel do professor como guia da leitura e suas interpretações, neste capítulo a autora põe em questão a leitura guiada e a leitura do especialista.

O livro lido foi a edição brasileira, que é tradução de Laura Sandroni, com uma linguagem e estrutura fácil, porém é um livro repleto de conceitos e informações. Teresa alia no livro a teoria e a prática o que traz ao leitor uma sensação maior de concretização das ideias; pois em sua maioria as questões apontadas no livro são exemplificadas. Considera-se que a divisão em duas partes, uma mais voltada a abordar questões teóricas e a segunda mais focada em localizar as questões dentro das atividades de leitura na escola torne a primeira um pouco mais densa.

Apesar da escrita de Colomer ser baseada na sua experiência com os anos iniciais (Primeiro Segmento) e localizada em Barcelona as propostas, reflexões e exemplos dados pela autora são aplicáveis a qualquer idade, cabendo a todos os níveis de ensino e não são questões fora da realidade brasileira.

Por exemplo, questões que ganham destaque nesse livro como a relação leitura e escrita, que geralmente são tratadas separadas em um esquema em que primeiro se lê e depois se escreve sobre o que leu ou a não prática de compartilhar leituras são problemas que facilmente localizamos na realidade de nosso país. Assim como a propostas de projetos longos, visando a leitura integral de obras, que a autora coloca como uma das formas de maior eficácia é possível para todos os níveis de ensino cabendo apenas adaptações.

Pode-se considerar “Andar entre livros” uma leitura para quem se interessa na educação literária e na formação de leitores, que busca refletir sobre esses espaços da leitura dentro da escola, pensar todas as vias em que se pode desenvolver essa educação literária, refletir sobre as possibilidades de formas e interpretações das leituras para que possa formar a prática do professor dentro desses conceitos e ideias que com empenho são plausíveis e necessárias quando pensamos na escola básica brasileira.
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Carolina.Montecchio 06/11/2017

Em Andar entre livros, Teresa Colomer pretende, acima de tudo, falar sobre o uso e a repercussão do uso da literatura em âmbito escolar, considerando que os livros são os melhores colaboradores dos professores na educação leitora e literária de seus alunos, refletindo, a partir do uso coletivo do livro, sobre as várias possibilidades de interpretação, compreensão e desfrute do mundo que a literatura dispõe.
O livro organiza-se em duas partes, sendo a primeira constituída de três capítulos, todos eles dedicados à três aspectos que interagem no processo da educação literária: escola, leitores e livros, enquanto a segunda trata do uso de tais práticas escolares.
Os capítulos pertencentes à primeira parte tratam da função da Escola e fazem um esboço do progresso e da necessidade do ensino da literatura nos novos contextos de sociedade que foram surgindo, bem como suscita discussões a respeito do itinerário formativo que se oferece aos estudantes através da leitura. O progresso do leitor também é abordado, assim como a importância da existência de uma biblioteca ampla, onde os leitores fiquem expostos à diversas opções de leitura.
Sobre a segunda parte, podemos afirmar que ela consiste em expor a inter-relação da escola, leitores e livros com quatro possibilidades de leitura capazes de auxiliar os professores a programar suas atividades de animação leitora: leituras individual e coletiva, sua expansão em áreas distintas do conhecimento e a escola como guia especializada na interpretação de textos.
O quatro capítulo do livro abrange a questão do estímulo à presença da literatura e do planejamenyo do desenvolvimento das competências infantis, realizando um balanço sobre a animação para a leitura. Além disso, muito fala sobre a frustração (gerada a partir do fracasso para com a leitura) que as crianças sofrem quando deparam-se com leituras um pouco mais complexas das que estão habituadas no contato inicial, o esforço de ler, dentre outros temas, sempre destacando o importante papel do professor na formação desses jovens leitores.
Já no capítulo cinco, a autora aborda a leitura autônoma e seus benefícios, tanto na formação de alunos em sua auto-imagem como leitor, quanto na capacidade de avaliar livros (selecionar quanto às suas expectativas etc). Também abrange a caracterização da qualidade literária e fala novamente (só que de forma mais aprofundada) sobre o itinerário de aprendizagem.
O sexto capítulo trata da importância da experiência da leitura compartilhada, dizendo que o compartilhamento dos contos nos primeiros anos de vida aumenta a possibilidade de tornar-se leitor. Nesse sentido, disserta sobre a importância da socialização e dos benefícios obtidos no ato de compartilhar, já que várias competências entram em cheque, assim como vários pontos de vista convivem e enriquecem a leitura na escola. Também problematiza a questão dos cânones literários, dizendo que há necessidade de uma confluência entre esses cânones e as obras contemporâneas na escola, argumentando que assim os leitores se sentem mais capazes de discutir sobre o valor desses textos mais próximos do tempo em que agora se situam.
O sétimo capítulo trata da necessidade de expandir as práticas de leitura literária que permitam sua integração com outros tipos de atividades, dando especial importância às atividades de relação entre a leitura escrita e a escrita de contos e poemas. Trata da obra como abrangedora dos mais diversos tipos de aprendizagem, entendendo a leitura não como competência de decodificar e compreender signos linguisticos, pois a literatura não é algo estanque, já que abarca inúmeras motivações.
O oitavo capítulo recupera o protagonismo da escola como guia experimentada na interpretação dos textos, além de abordar as possibilidades que tem a leitura de obras numa programação específica sobre os saberes literários. Teresa afirma que há necessidade de renovar os espaços de leitura escolar, mas que, para isso, há de se ter um objetivo delimitado, uma programação específica dos conteúdos que serão abordados. Ressalta, também, a importância da crítica literária, uma vez que suscita interrogações e problemas propostos justamente a fim de fazer os leitores refletirem, sendo levados a descobertas mais complexas e gratificantes sobre suas leituras.
O nono capítulo aborda um quadro síntese de tudo o que a Teresa aborda, trazendo os elemento-chaves para a confecção de sua obra. Além de tudo, pode-se dizer que faz um convite aos professores para compararem suas práticas com os critérios expostos e pensarem num modo diferenciado de planejar e por em prática a leitura em sala de aula.
Tendo em vista que o objetivo deste livro é salientar a importância de ajudar os novos alunos a se tornarem leitores, indico ele para pessoas que, assim como eu, almejam atuar no ensino de literatura, uma vez que nos traz reflexões sobre nossa formação e expande nossos horizontes, fugindo um pouco da ótica tradicional de ensino, vendo, agora, nossos alunos não como aceitadores de informação, mas como pessoas subjetivas, leitores autônomos e argumentadores.
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Maria Dália Leão 05/11/2017

Andar entre Livros : uma leitura essencial ao ensino literário nas escolas.
Teresa Colomer, a partir da experiência em seu primeiro trabalho como docente em uma escola da área metropolitana de Barcelona, se inspirou para construir este livro. A despeito da imaturidade didática e da atuação iniciante em sala de aula, teve a ideia de criar, junto aos pequenos, uma biblioteca de classe com os livros que estes levavam de casa e viu que o projeto deu certo. A professora, então, tomou os livros como suas principais ferramentas de ensino literário e de formação do leitor na escola e concentrou seu trabalho, sobretudo, no ensino da literatura considerando a leitura de livros como uma forma de conciliar o ensino de literatura e a literatura infantil e juvenil. Esta obra é fruto desse estudo de anos da autora onde ela expõe e elucida suas reflexões vitais.
O livro divide-se em duas partes. A primeira parte conta com três capítulos que abordam, respectivamente, a escola, a leitura e os livros. Quanto à escola, será levantado seu papel de atribuir um sentido à leitura de obras, bem como foi seu desenvolvimento, o motivo do mesmo e as discussões que influíram a leitura na sala de aula. O acesso às obras no ensino de literatura e os equívocos sobre a leitura literária também entrarão em pauta nesse primeiro capítulo. A respeito do segundo capítulo, que versa sobre os leitores, preza-se a individualidade do leitor e de suas capacidades e competências literárias, pensando a leitura na formação educativa das crianças. Já no terceiro capítulo, temos os livros como instrumento educativo e de geração desse leitor.
A segunda parte de Andar entre Livros se situa no eixo das “leituras escolares” e é constituída por seis capítulos, incluindo a conclusão. Diferentemente da primeira parte, mais introdutória, a fim de oferecer uma visão geral acerca dos aspectos basilares na idealização do ensino de literatura às crianças ( a escola, o leitor e os livros); a segunda parte do livro se encarrega de apresentar as etapas fundamentais da leitura literária na escola, tratando das modalidades de leitura existentes e seu funcionamento, além de aprofundar as estratégias que podem ser empregadas na prática de ensino da literatura pelos educadores. Essa parte focalizaria “a escola operante”.
O capítulo quatro, precursor da segunda metade do livro de Teresa Colomer, intitula-se A articulação escolar da leitura literária e discorre sobre o estímulo à leitura e seu planejamento, mais especificamente como concretizar de maneira eficaz e conjugar esses dois tópicos com o desenvolvimento e atuação das competências leitoras infantis, possibilitando, assim, o ingresso no universo literário. Adiante, aparecerão quatro diferentes tipos e espaços de leitura que auxiliarão os professores ao propor atividades de leitura para seus alunos.
A primeira modalidade de leitura é a leitura autônoma, como sugere o título do capítulo 5 Ler Sozinho. Nesse capítulo, a autora defende a criação de um espaço de leitura individual na escola, espaço esse essencial para a fruição das habilidades de leitura e composição da autoimagem do leitor. Fala-se, também, sobre a importância do estímulo, da leitura livre e do processo de seleção dos livros, abordando os critérios que serão utilizados para uma escolha consciente das obras: a qualidade literária, os valores morais, a opinião do leitor e, por último, o itinerário da aprendizagem. A autora diz, ainda, que a seleção dos livros deve ser feita coletivamente pelos professores, mediadores e bibliotecários e que é preciso haver uma leitura prévia dos exemplares antes de serem encaminhados às mãos das crianças.
O capítulo 6, Ler com os outros, ocupa-se da leitura compartilhada e os benefícios que ela pode promover aos alunos e mestres. Colomer postula que esse tipo de leitura faz com que os leitores se sintam pertencentes a uma comunidade e se ajudem mutualmente, recorrendo às competências de cada um, a construir o significado de um livro e a entendê-lo de forma mais satisfatória. No que concerne às redes horizontais e verticais, pontos deste mesmo capítulo, se comenta a respeito da proximidade com os livros, a avaliação do mesmo e sobre a formação do gosto e do julgamento através da diferença de opiniões. Através das redes verticais, temos a criação de uma conexão cultural entre os leitores. Neste capítulo surge, inclusive, a questão dos clássicos nas escolas.
O capítulo sete denominado Ler, expandir e conectar disserta sobre a multidisciplinaridade que a leitura pode oferecer, atuando tanto na área linguística como em todas as outras presentes no currículo. É destacada a importância máxima das atividades que contemplam a leitura em si com o exercício de elaboração de poemas e contos. Já o oitavo capítulo, Ler com os especialistas, concentra-se no propósito de renovação educativa do espaço escolar e a potencialização da interpretação textual, ir além da leitura superficial e conseguir observar e compreender uma obra sob diversos ângulos.
Ao final do livro, no capítulo nove, há um quadro esquemático que compila todas as propostas de planejamento de performances atreladas à leitura e ao ensino de literatura nas escolas, servindo aos professores e educadores como um suporte estratégico-pedagógico. Permite-se, com isso, que tais métodos e estratégias educativas sejam comparadas, modificadas e adequados à realidade de cada instituição escolar etc. A leitura desse livro é capaz de estabelecer um elo significativo entre teoria e prática educacional a fim de enriquecer ainda mais o aparato didático de que dispõem nossos professores e futuros professores tornando, por conseguinte, a aprendizagem e a prática de leitura e escrita em sala de aula mais dinâmica e prazerosa.













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jane 22/12/2014

Andar entre livros
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