Desireé (@UpLiterario) 02/12/2019Um velho, não tão velho Brasil. (@UpLiterario)O ano é 1942, mas o Brasil ainda é um império escravocrata, misógino e retrógrado. Cheio de preconceitos e atrasos morais, o reinado de D. Pedro III está chegando ao fim e, sem filhos herdeiros, a disputa pelo trono torna-se uma acirrada disputa entre primos, oligarquias e igrejas.
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Isabel e Júlio são filhos do mesmo pai, e apesar de terem vidas completamente diferentes, possuem problemas e desafios semelhantes. Isabel é mulher e, portanto, precisa se casar para receber em herança os bens de sua família quando seu pai falecer. Além disso, toda mulher precisa da proteção de um homem e sua vida e liberdade estarão sempre atreladas a uma figura masculina.
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"- E eu posso saber quem você quer ser, Isabel?
- Uma mulher livre."
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Júlio, por outro lado, não conhece a liberdade. Ele é um escravo, filho bastardo, considerado um cidadão de terceira classe. Apesar de todos os privilégios que seu pai e patrão lhe garantiu - estudos, um cargo de confiança em seus negócios - Júlio sempre estará condenado às castas inferiores, mesmo caso seja liberto.
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”O gerente o recebeu com um grande sorriso, e Júlio chegou a ficar incomodado com a sensação de não ser mais invisível."
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Não bastassem os problemas de Júlio e Isabel, seu pai morre repentinamente, colocando todos em uma situação extremamente delicada e...perigosa. Qual será o destino destes irmãos nas garras de um país que os condenou no nascimento? E como sobreviver ao caos político que floresce no Brasil, pondo risco ao futuro do Império?
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Uma obra que nos mostra um país completamente diferente do Brasil atual, mas que ainda se aproxima muito da nossa e de muitas realidades. Desigualdades, preconceitos, machismo, racismo, corrupção e traições. A sobrevivência é a palavra de ordem. E a liberdade é apenas um sonho.
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”O futuro chegaria um dia, e ela só queria viver bastante para ter certeza."
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Recomendo muito!
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