Grave Surprise

Grave Surprise Charlaine Harris




Resenhas - Grave Surprise


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Cindy 29/01/2018

Livro bem fraquinho...
Neste segundo livro da série Harper Connelly, Harper e seu "stepbrother" Tolliver Lang estão em um antigo cemitério de Memphis, para que ela faça uma demonstração de seu "dom" para um professor universitário com sua turma de alunos, e ela acaba encontrando os restos mortais de uma garotinha desaparecida há quase dois anos. E, a partir daí, os problemas começam e os dois se envolvem na investigação do caso...

Sempre uso o termo original ("stepbrother"), em inglês, para me referir ao "parentesco" entre a Harper e o Tolliver, pois não há um termo equivalente em português, embora muitos tradutores traduzam erroneamente como "meio-irmão". Ele é filho do padrasto ("stepfather") dela com a primeira esposa e era um adolescente, assim como ela, quando o padrasto se casou com a mãe dela. Ou seja, ele não possui nenhum grau de parentesco com ela, eles apenas moravam na mesma casa durante a adolescência. Meio-irmão ("half-brother") é uma coisa completamente diferente: é um irmão somente por parte de pai ou de mãe, ou seja, possui laços consanguíneos com a pessoa.

Voltando à história... Achei esse livro bem fraco, muito inferior ao primeiro. Não acontece nada de interessante, os dois passam o tempo todo trancados no quarto do hotel, conjecturando sobre o caso e recebendo visitas de policiais e parentes da garotinha desaparecida, ou vagando pela cidade por falta do que fazer.

O Tolliver, na minha opinião, não tem nenhuma "função dramática" na narrativa, já que ele não faz nada a não ser agendar as consultorias da Harper, recolher o pagamento e dar apoio moral quando ela tem uma de suas crises de mimimi, enxaqueca ou dores na perna. Por que um cara saudável, razoavelmente inteligente e instruído, de 28 anos não tem um emprego de verdade? Embora a autora o defina como "manager" da Harper, ou seja, seria como um empresário que gerencia a "carreira" dela, para mim ele não passa de um explorador dos "dons" da garota, se comportando como um tipo de cafetão. Ele até mesmo fica dando indiretas, olhando de cara feia e dando chilique quando qualquer homem jovem (ou até mesmo adolescente) se aproxima da Harper. Sem contar o fato de ele levar qualquer mulher que cruza o caminho dele para a cama - desde garçonetes até pessoas envolvidas nos casos que eles investigam. Resumindo: o cara não consegue manter as calças fechadas!
Em relação à Harper, acho que ela é muito mercenária e também fria e insensível com seus clientes. Aliás, ela e o Tolliver não demonstram a menor empatia pelas pessoas e nem mesmo pelas irmãs deles (que vivem com a tia da Harper). Em vários momentos do livro eles se referem às irmãs como uma obrigação e nunca com carinho, saudade ou afeto.

Além disso, não acho nada ético esse tipo de trabalho que a Harper faz: ganhar dinheiro às custas da desgraça e do sofrimento alheios, se aproveitando da fragilidade das pessoas em momentos de crise. Ok, ela precisa trabalhar, ganhar dinheiro, etc. - mas precisa ser dessa forma? Não sei, acho que seria mais ético da parte dela se ela só cobrasse os gastos da viagem, hospedagem e alimentação, mas não os "serviços" prestados - porque uma coisa é ajudar de graça e outra é pagar pra ajudar os outros.

Fica difícil gostar de um livro cujos personagens principais são frios, mercenários, sem nenhuma empatia, e cuja narrativa é extremamente lenta e se arrasta até um final no qual - assim como no livro anterior - tudo se resolve de forma repentina, com o vilão contando todos os seus planos em detalhes. Esperava muito mais desse livro...
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