Resenhas - Arte Comentada

JPHoppe 26/06/2021

Conceitos podem ser interessantes. Existem vários que, embora a maioria das pessoas se sinta confortável em afirmar que conhecem e entendem, são difíceis de serem traduzidas em palavras. Para ficar em dois termos nas Ciências Biológicas, temos "Vida" e "Espécie". Como conceito, o mesmo pode ser dito da "Arte".

O que é, afinal, arte? "Arte é o que é produzido pelo artista", se apressa em responder a tautologia. Mas, falácias lógicas à parte, talvez essa definição não seja de todo imprestável. Só precisa definir o que é um artista. Na minha singela opinião, um artista é aquele que intenciona reproduzir algo que ele deseja reproduzir. Pode ser uma impressão literal e objetiva da realidade, um pulso do inconsciente, uma subversão de algo estabelecido, uma afronta ao status quo, ou mesmo a inexistência de algo que é dito estar lá. Se de alguma forma provém da criatividade, é um artista, e a obra é arte.

Assim, fico tranquilo em ver obras como a Mona Lisa e a pirâmide de vidro do Louvre que a cerca e chamar de arte, assim como ver pinturas vazias ou com rabiscos que um elefante encharcado em LSD com um pincel amarrado na ponta da tromba faria e chamar de arte. Arte não é o que eu acho bom ou ruim.

Apesar de apreciar obras de arte, nem de longe me considero um estudioso do assunto. Quase que completamente leigo. É uma área do conhecimento onde meu treinamento científico, as vezes pejorativamente chamado de "cartesiano", não serve para estabelecer critérios objetivos de qualidade. Assim, obras introdutórias como esse "Arte Comentada" são uma mão-na-roda, tocando a superfície do oceano que é a produção artística da humanidade.

O único ponto fraco da obra é que várias obras discutidas não possuem representação, nem mesmo em preto-e-branco. Mas, é completamente compreensível. Imagens costumam ter direitos autorais, e nem todas devem ser fáceis de conseguir. Além disso, devem jogar o preço lá nas alturas. É um problema facilmente contornável com uma conexão razoável com a internet, no entanto.

Senti falta também de contribuições brasileiras. De súbito, consigo pensar em artistas como Candido Portinari, Tarsila do Amaral, Oscar Niemeyer e Romero Britto, que poderiam muito bem ilustrar diversos momentos e movimentos na história da arte. Talvez não tenham relevância no cenário global, apesar de achar mais provável que sejam desconhecidos pela autora, ou que ela não tenha conhecimento suficiente deles para inclusão nesse breve guia.

Após a leitura, consigo concluir uma coisa: não entendo nada de arte moderna, e daí em diante. But, to each his own.

Peterson Boll 09/07/2010

Pra aprender mesmo
Quem estiver interessado em aprender sobre arte, eu recomendo. Excelente!

Ana Gonçalves 01/03/2009

Quem gosta de um livro sobre arte bemmm resumido, esse é o melhor.Mas faltou dizer muitas coisas que eu acharia necessário para se ter um bom estudo.:-(