Jogo Terminal

Jogo Terminal Floro Freitas de Andrade




Resenhas - Jogo Terminal


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kalb 03/02/2011

Comprei o livro por acaso, Paguei uma mixaria por ter comprado num sebo.

O livro tem um inicio tedioso, mas que vai melhorando, e muito, até o final.

Com certeza um livro que vale a pena ler. E demostra que no Brasil ainda encontramos uma boa literatura!

O livro se passa num quarto, onde o personagem está preso, numa luta intelectual e psicologica com um computador que tenta compreender e possuir o sentimento humano.
@bruno_bjc 10/04/2012minha estante
Comprei por R$ 1,00
E adorei a leitura ;)


Igor Gil 24/12/2012minha estante
Basicamente a mesma história. Também comprei por uma mixaria em um sebo e, no começo, achei que era uma versão nacional de "1984". Porém, com a evolução da história, a obra se torna uma coisa fantástica.




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Davenir - Diário de Anarres 06/05/2017

Nem tudo que tem chip, é Cyberpunk.
"Jogo Terminal" é uma Ficção Científica Brasileira, escrita por Floro Freitas de Andrade publicada em 1988 pela editora Melhoramentos. A arte da capa e o cenário da estória sugerem um cyberpunk, porém nem tudo que tem chips é cyberpunk.

A Estória se passa em um Brasil que a séculos não existe mais. Os territórios e a vida social e politica que conhecemos foi alterada. Tudo gira entorno de uma inteligência artificial que governa o mundo, chamada M-Max. Os humanos são apenas tolerados e utilizados para estudos. Roval, o protagonista da estória é um deles. Ele é um escritor e como pessoa sensível (é o que se espera de escritores) acaba sendo um objeto da atenção de M-Max, que sabemos ser uma máquina que almeja sentir. A estória se passa praticamente toda dentro do "ovo quadrado", a cabine onde Roval vive confinado. Tão preso que não se tem ideia de como é a vida fora dali.

Somos conduzidos, durante a narrativa, somente pelos pensamentos de Roval. Infelizmente intercalando da primeira para terceira, sem aviso e sem motivo aparente. Isso pode ser uma questão de estilo da escrita, mas acredito que aqui atrapalhou a imersão na estória. Acompanhamos a rebeldia contra a máquina (o não-humano) e contra o que já fomos um dia, o que confere um ar de pessimismo a obra, característico das distopias.

O autor faz muitas referências ao momento final da ditadura no Brasil, que permeia o momento da obra no final dos anos 1980. A escolha da ocupação de Roval (escritor) acabou tornando a trama frágil e com pouco proposito. Temos muitos insights de Roval: alguns interessantes e outros maçantes mas tudo dentro de um desenrolar lento e isso é muito ruim para um livro de 125 páginas. A princípio, esperamos um duelo com uma inteligência artificial superior, mas M-Max acaba ficando escanteado da estória e a trama não se desenvolve até o momento do fatídico encontro entre Roval e M-Max.

A trama para o tempo todo para descrições das estórias que Roval escreve. Elas são, forma de enxertos na narrativa contemplativa de Roval. Nesses enxertos, Roval desenvolve personagens melhor que o próprio Roval é desenvolvido como tal. Entre eles: Robledo, presidente corrupto do Brasil; Gerrard, exilado da mesma ditadura na França; José, um homem cego que é traído pela mulher e Hans, um cientista que faz uma descoberta incrível com sua pesquisa em vaga-lumes. As páginas finais dão conta de amarrar a es estórias de Roval entre si, e com a estória de Roval e M-Max, mas tudo isso a custa de um desenvolvimento lento e que apenas flertou com a Ficção Científica. Tanto que capa do livro menciona ser uma "fábula sobre a liberdade". Esperava que fosse exagero de um editor desaviado pois, a fábula tende a passar a mensagem em detrimento da estória mas infelizmente é o que acontece nesta obra.

P.S.: Uma curiosidade sobre esta obra é que não consegui nenhuma informação sobre o autor ou de outra obra escrita por ele. Talvez fosse um pseudônimo. Se você souber de algo, comente no blog.

site: http://wilburdcontos.blogspot.com/2017/05/resenha-63-jogo-terminal-floro-freitas.html
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Nelson 28/01/2018

Uma poética disputa em um futuro distante
O livro, lançado em 1988, me parece um pequeno mistério, pois, como mencionado na resenha de meu colega (Davenir Viganon), não encontrei informações sobre o autor. Levando em consideração a crítica feita em Jogo Terminal à ditadura militar no Brasil, talvez isso aponte que Floro Freitas De Andrade seja um pseudônimo de alguém que preferiu não se identificar. Mas o teor do livro não limita apenas a isso, ele também abrange muitos temas, como o ato da escrita, da revisão, as dificuldades do isolamento e, principalmente, sobre a liberdade. Há muitas reflexões discutidas sobre esses temas e elas se apresentam tanto na trama do protagonista, Roval, quanto nos enredos das histórias criadas por ele.

Mas cabe aqui uma boa observação sobre a diferença entre essas duas narrativas: enquanto Roval se desenvolve lentamente e com muitas repetições, chegando ao ponto de ser cansativo em vários momentos, os seus personagens, pelo contrário, são bem tocantes e atingem certa profundidade rapidamente. É bastante compreensível essa diferença brusca devido ao contextos dos personagens, afinal, Roval vive "isolado" em um ovo quadrado num futuro onde o ser humano é uma cobaia. Mas essa situação cria uma morosidade que pode cansar os leitores mais habituados a conflitos na trama, pois a proposta de Jogo Terminal passa longe disso.

A escrita de Floro Freitas De Andrade é muito poética. Para qualquer descrição, o leitor encontrará poesia entremeada a cenários, pessoas, ações, etc. Isso dá uma certa beleza a leitura, já que na maioria (em minha opinião) são belas passagens e que muito exploram o sentimento de liberdade do ser humano. Mas algumas outras ficaram um pouco bregas, principalmente quando o autor exagera em adjetivos - e como há adjetivos nessas descrições!

Quanto a edição, posso dizer que a diagramação tem uma certa dose de variação. Isso facilita imaginar os momentos em que Roval está a escrever e acessar os comandos do computador em seu ovo quadrado. Mas em meio a essa "linguagem" computacional criada pelo autor, muitos caracteres, as vezes, acabam não dizendo nada ao leitor, apenas reforça uma imagem visual que já estava no imaginário do leitor desde o início do livro... Notei no miolo muitas páginas contendo letras mais fortes (tinta) na última linha, sendo que não se trata de negrito, mas isso não interfere na leitura.

Já a capa é outra incógnita. Assim como meu colega blogueiro, Davenir, também fui confundido pelo o que ela aparenta e o que o livro entrega. Explico: não é difícil imaginar uma obra cyberpunk a julgar pela capa, pois a época de lançamento confere com o auge do subgênero, o personagem (que só consigo imaginar sendo Roval) na ilustração tem o que parece ser um circuito integrado em seu cérebro e usa um óculos, item muito associado ao cyberpunk em todas as mídias (jogos de RPG, literatura, HQs, etc.), que se assemelha ao estilo ciclope. Mas quando se lê a obra, essa expectativa desaparece rapidamente.

É um livro para se pensar e que deixa bastante reflexões. Mas, infelizmente, nessa profunda exploração dos personagens criados por Roval, acabamos não tendo espaço para compreender profundamente o seu próprio mundo da Max-era. Um exemplo: qual o sentido da existência de vrillahs (quase a mesma coisa que uma prostituta) na obra? Não achei uma boa resposta, que não fosse fornecer uma cena de sexo. Alguns detalhes aqui e ali acabam deixando mais perguntas do que reflexões para o leitor, como se aquele mundo estivesse incompleto mesmo na cabeça do autor. Mas minha maior dificuldade foi em lidar com o final. Por mais que caiba ali uma metáfora sobre a liberdade, o elemento fantástico que cria essa situação é mal desenvolvido, forçando um desfecho rápido que contraria todo o andamento do livro até ali e, pior, a situação é mais comentada pelo narrador do que realmente descrita por Roval, fazendo com que maior parte da emoção não seja passada ao leitor. Daí surge outro problema: se já era necessário muita suspensão de descrença para lidar com aquele elemento fantástico, a conclusão do embate entre M-Max e Roval é tão ilógica, que só consigo imaginar que o autor quis passar uma mensagem otimista e o fez em detrimento da história e da verossimilhança. Para uma obra que havia me despertado interesse, o final foi um balde de água fria!
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