Liberalismo. Entre civilização e barbárie

Liberalismo. Entre civilização e barbárie Domenico Losurdo




Resenhas - Liberalismo. Entre civilização e barbárie


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ciliane.ogg 16/10/2023

Depois de ler Domenico Losurdo, não haverá pensamento reformista em sua cabeça. Esse livro explicita a maneira de pensar e agir da Europa e Estados Unidos em relação ao terceiro mundo, ou melhor, aqueles que não são eles.
Nos consideram pessoas sem autonomia, como crianças que os adultos precisam ficar de olho para não fazer nada errado. Somos vistos como menos humanos, seres de menor importância, que apenas atrapalham e sujam o mundo que idealizaram.
Recomendo muito a leitura. O posfácio do Jones Manoel é maravilhoso também.
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Bruno.Fales 30/01/2022

Didático e incendiário - imprescindível
Fico muito entusiasmado com a potência que a crítica formulada ao longo dessa obra de Losurdo tem - uma argumentação sistemática que desvela os ideólogos liberais e seu respaldo às políticas coloniais e neocoloniais, o papel dos movimentos comunistas e da revolução de outubro de 1917 na reivindicação por uma verdadeira universalidade do que é ser humano, a genealogia e intercâmbio cultural do estado racial estadunidense (Herrenvolk Democracy) e o fenômeno do nazismo, bem como a avassaladora política imperial estadunidense que espezinha os povos da periferia do mundo.

Losurdo é um filósofo essencial para responder a pergunta que a professora Rita Von Hunty nos incita: ?Que horas são??

O posfácio dessa edição é espetacular, faz jus ao ímpeto da pesquisa de Losurdo de abrir nossos olhos para uma alternativa ao nosso modo de vida neste início de século: ?(?) nossas ideias vão encontrar as massas exploradas e oprimidas. Elas vão voltar a ser perigosas!?
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Joao.Lucas 04/03/2021

Sem dúvida uma das melhores obras e críticas sobre o liberalismo, mostrando sua história e contradições. Com exemplo contemporâneos, como a guerra no Iraque, Domenico Losurdo expõe o modus operandi dessa corrente política e como ela é devastadora para muitos, e enriquecedora para poucos.
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Pedro.Henrique 12/02/2021

Jones só mostra coisa boa
Cheguei a Losurdo por indicação de Jones Manoel e já posso falar muito obrigado ao Jones. No começo do livro fiquei um pouco perdido mas depois fui entendendo sua maneira de escrever e a clara mensagem que ele queria saber, liberalismo é barbárie. Todos, ou pelo menos, os mais "importantes" país que vendem o liberalismo ao dito 3º mundo cometeram, cometem e claramente vão cometer atrocidades ao ar livre sempre que lhes convém. A tal democracia liberal que os EUA tanto gostam de exportar a base de bala vem acompanhada de venda de recursos naturais as potências ocidentais, perda de poder do povo e endividamento público perante BM e FMI. Todos e todas que se opõe a esse regime do mercado acima de tudo são eliminados ou minados até não aguentarem mais. Boa parte dos "filósofos" do liberalismo tem alguma mancha bem grande em seu currículo, seja de ter ações em empresas que traficavam escravos até a um elogio ou outro ao nazismo e fascismo. Não quero dar spoilers do livro então acho melhor parar por aqui e também não gosto de resenhas do tamanho de um livro. Esse livro é extremamente claro e direto na mensagem que quer passar. Mostra alguns, apenas alguns, dos podres do liberalismo norte americano e europeu de forma clara e sem muita necessidade de conhecimento prévio sobre o assunto. Pessoas como Guga Chacra deveriam ler mais esse tipo de livro. Recomendo muito a sua leitura e por sorte posso indicar mais um livro que peguei em seguida que é o "Balas de Washington" de Vijay Prashad, os temas casam muito e se completam. Boa leitura camaradas.
Cristiano.Gomes 10/04/2021minha estante
Socialismo (comunismo) é barbárie? Conhece as origens do liberalismo? a esquerda se apoia em ideias como "ditadura do proletariado", mas não sabe traçar uma linha de Marx, passando de uma posição evolucionista para a revolucionária do socialismo, até Gramsci. Este último é quem, de fato, estabeleceu os meios para se chegar a hegemonia, ou seja, a tomado das consciências (psicologia) para se chegar ao poder.


Alessandra.Tenorio 07/01/2023minha estante
Eu também estou procurando o livro devido a indicação do Jones Manoel.




Lista de Livros 08/03/2018

Lista de Livros: Liberalismo. Entre civilização e barbárie – Domenico Losurdo
“Os políticos mais liberais e radicais da livre Grã-Bretanha (...), quando se tornam governadores da Índia, transformam-se em verdadeiros Gengis Khan.” (Lênin)
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“O pensamento de Lênin distingue-se por esta sua atenção aos excluídos e pela sua implacável denúncia dos estereótipos e dos processos de desqualificação racista, pela sua recusa de contrapor um estereótipo a outro, pelo esforço constante de recompor a unidade da história mundial e do gênero humano. O universal a construir – sublinha o revolucionário russo, citando e subscrevendo a “fórmula magnífica” da Lógica de Hegel – deve ser tal que abranja em si “a riqueza do particular”.”
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Antonio Luiz 11/08/2010

O liberalismo contra a liberdade
Além do neoliberalismo, o neoimperialismo é outro sintoma de que a destruição da herança do movimento democrático-socialista ameaça as conquistas igualitárias e humanitárias do século XX. Esse é o tema central dos cinco ensaios do filósofo italiano Domenico Losurdo – professor de filosofia da história da Universidade de Urbino e membro do comitê nacional da Refundação Comunista – que foram reunidos pela editora Anita Garibaldi em Liberalismo. Entre civilização e barbárie.

Nem sempre o marxismo favoreceu a libertação nacional, concede Losurdo. Karl Marx foi ambivalente em relação à colonização da Ásia, que analisou como veículo necessário da revolução social – sem desconsiderar seu custo humano terrível – e viu nos Estados Unidos de seu tempo o “país da emancipação política realizada”, esquecendo a escravidão dos negros e o morticínio dos índios.

Friedrich Engels elogiou os EUA por arrebatar a Califórnia aos ”indolentes mexicanos que não sabiam o que fazer dela” e muitos dos teóricos social-democratas da II Internacional defenderam como “progressista” a política colonial de seus governos.

Mas nos escritos de Lênin e na prática revolucionária que o seguiu, a crítica do colonialismo e do imperialismo tornaram-se centrais. Mesmo conduzida por burgueses contra um governo colonial conduzido por um partido operário, como era o caso do Egito rebelado contra um Império Britânico sob governo trabalhista, a luta pela independência foi vista como revolucionária.

Já para o historiador britânico Eric Hobsbawm, em A Era dos Extremos, a Revolução de Outubro dera ao ocidente “o incentivo do medo para se reformar”, promovendo os avanços nos direitos sociais e trabalhistas e nas políticas econômicas que tornaram possível a redução das desigualdades durante a Idade de Ouro do capitalismo, antes da crise de 1973.

Losurdo vai além: o desafio socialista foi responsável não só pela redução das desigualdades reais, como também pela superação das discriminações formais de raça, sexo e renda que viabilizou a democracia, pela emancipação das nações colonizadas e pelo próprio conceito de direitos humanos universais e de ser humano enquanto tal.

Na tradição liberal, a teorização e a celebração da liberdade avançaram lado a lado com cláusulas de exclusão baseadas em estereótipos sexuais, nacionais e raciais e com a imposição violenta do livre comércio – como John Stuart Mill a aplaudir a abertura dos portos da China às drogas britânicas pela Guerra do Ópio.

Vistos como eternas crianças aquém da racionalidade liberal, não-proprietários, mulheres, raças consideradas “inferiores” e nações “atrasadas” foram excluídos politicamente enquanto a ameaça revolucionária não levou as elites a ceder os anéis, um a um, para não perder os dedos. Em 1952, por exemplo, o Secretário da Justiça dos EUA defendia a integração escolar nos seguintes termos: “a discriminação racial fortalece a propaganda comunista e gera dúvida mesmo entre as nações amigas sobre a intensidade de nossa devoção à fé democrática”.

Eliminado o constrangimento da ameaça comunista, a noção de “Herrenvolk democracy” – democracia apenas para o povo dos senhores – volta à tona, principalmente no país onde a ideologia da “nação eleita por Deus com mandato da história para ser um modelo para o mundo”, nas palavras de Bush júnior, ainda é legítima – ao contrário do que se deu na Europa, onde os vários mitos nacionais de missão imperial e escolha divina neutralizaram-se uns aos outros.

A própria expressão “Estados renegados” (rogue states), que designa países como Iraque ou Irã, rebeldes passíveis de embargos, bombardeios e invasões, trai o veio discriminatório de sua origem. Rogues eram em meados do século XIX os escravos que fugiam – atitude que um psicólogo da época diagnosticava como um distúrbio psíquico, a “drapetomania”. Coisa parecida, segundo Losurdo, a rotular de “antiamericanismo” doentio, sintoma de inadaptação à modernidade moderna, os atuais movimentos de protesto e de luta contra o imperialismo.
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