Helder 30/11/2011Diversao PuraNo começo achei que não conseguiria me envolver com uma estória onde os personagens chamam-se Cotton Malone e Cassiopeia Vitt, pois parecia nome de desenho animado, mas eu estava completamente enganado. Virei fã de Steve Berry. Ele escreve muito bem. O livro é uma delicia de ler e a imaginação do autor é incrível. Quase 600 páginas de pura diversão.
A começar pelos vilões, com a boa e velha intenção de conquistar o mundo. Irina Zovastina, a primeira ministra da Federação Asiática, um país fictício criado por Berry a partir da junção de 5 ex republicas russas terminadas com “ÃO”. Zovastina conseguiu juntar os 5 paises em uma federação eliminando seus inimigos com armas biológicas, e fanática por Alexandre o Grande, pretende conquistar o mundo como ele fez em sua época, mas agora a Asia se fortalecendo e invadindo o Ocidente. Para isso ela conta com os diversos vírus "criados" por Enrico Vittorio, que apesar do nome italiano, é um americano inteligentíssimo que usa seu cérebro para o mal, pois após ter ajudado o Iraque a criar armas biológicas, seguiu fazendo isso e montou uma empresa farmacêutica que se tornou milionária. Mas assim como Zovastina, ele também tem um plano para ter o mundo aos seus pés, e em seu caso, é um segredo muito interessante. E tem ainda Viktor, o principal guarda do Bando Sagrado de Zovastina.
Do lado dos mocinhos temos Cassiopeia tentando vingar a morte de um antigo namorado, Sthepanie, que trabalha para o governo americano e pela primeira vez está fazendo um serviço de campo , Thorvaldsen, o milionário Dinamarquês que aceita comprar um museu para botar fogo e também ter uma mansão a beira mar incendiada e Cotton Malone, um ex agente americano hoje dono de livraria que cai de pára-quedas na estória.
E que estória. Primeiro tem o lado geográfico da trama: Começando pela Dinamarca, passando por Amsterdan, Veneza, China e a capital da Federação Asiática. As descrições são tão bem feitas que dá vontade de viajar. Me pergunto quantas vezes Berry foi a Catedral de San Marco para conseguir descrever tantos detalhes. Em segundo vem o lado histórico: os mocinhos descobrem que a primeira ministra está atrás de medalhões que podem levar ao tumulo de Alexandre o Grande. E neste túmulo pode estar a cura de diversas doenças. Assim Berry nos apresenta um pouco da história de Alexandre e também de Veneza e São Marcos. Em terceiro vem o lado “Teoria da Conspiração” com os planos mirabolantes para controlar o mundo usando bactérias e vírus e os americanos salvando o mundo. Tudo tão bem explicado, sem chatices, que fica até plausível.
Demoramos para entender o que está rolando e o que buscam os personagens de Zovastina e Enrico, mas isso só torna o livro mais interessante. A junção da estória de Alexandre o Grande, com São Marcos de Veneza e a cura de doenças é muito inteligente. E ainda tem todos os lances cinematográficos como a arma usada por Cassiopéia em Veneza, as seqüências de incêndio com Fogo Grego, personagens mudando de lado, a casa de Enrico com suas passagens secretas em Samarcanda , o tumulo de Alexandre, o esporte favorito de Zovastina e todos os helicópteros, laboratórios e armas.
O livro tem capítulos curtos, e todos terminam com um suspense, porém como tem um monte de personagens e cada capitulo vai tratando de um grupo, somente uns 3 capítulos depois é que ele volta para resolver aquele ponto. Sendo assim, a estória vai te prendendo e é difícil de largar. Todos os personagens só se encontram no mesmo lugar lá pela pagina 400, e ai o ritmo fica melhor ainda.
Se você curte este tipo de livro com enredos mirabolantes, mergulhe de cabeça. Recomendo ler primeiro o Elo de Alexandria. Eu não li ainda, mas este livro cita diversas coisas que aconteceram com os personagens antes, portanto acredito que seja legal ler na seqüência em que foram escritos.