Paula.Serkonos 01/10/2012
O zumbi que não achou graça
Eu não sei quanto a vocês, mas acho que a Rocco tem problemas. Sinceramente, não tem como falar do livro sem falar da editora que faz merda. Se alguém leu a versão brasileira e achou que no segundo volume as merda da Rocco fossem melhorar, está errado. Eu estava, porque né. Depois de um tempo nesse planeta, você acaba supondo que se algo tem fãs, você melhora a qualidade. Quer dizer, eu imaginei que o trabalho de merda feito no primeiro volume acabava ali, mas não, continua e PIORA no segundo.
Sério mesmo. O livro é todo torto e errado quando se trata de tradução e revisão. Trocou de tradutor, eu sei. Mas aí né, também é trabalho do revisor arrumar. Entretanto, não no caso da Rocco.
Pouco tempo se passa após os acontecimentos de Prazeres Malditos, resenha aqui, porém Anita está quase totalmente recuperada após a luta com Nikolaos, a falecida vampira mestre da cidade de St. Louis, Missouri. Agora, o lindo e maravilhoso Jean-Claude é o chefão de todos os vampiros na área e ele está um tanto chateado: Anita Blake, sua serva humana está pouco se fodendo para ele, o que lhe bota em maus lençóis perante aqueles a quem deve mandar.
Entretanto, essa não é a história central do livro, e um uma das sides. Ou seja, também não é um dos problemas mais importantes da Anita. A porra fica séria quando uma família é totalmente aniquilada por um zumbi que come carne. Eu tive que escrever esse ele era carnívoro porque, realmente, os zumbis da série são mortos-vivos pacíficos, em sua maioria. A crime scene é um tanto trágica porque geralmente, se há uma, há corpos. Mas não dessa vez, esse zumbi homicida não deixa cadáveres, ele deixa restos de gente. Basicamente isso.
A grande questão do livro é sobre quem acordou esse zumbi, e é aí que entra a Señora, Dominga Salvador. Ela é uma sacerdotisa vodu e uma vadia, que tomou um curioso interesse em Anita e seus poderes como necromante. Além de Harald Gaynor, um cara que está disposto a pagar 2 milhões de dólares a Anita para que ela acorde um zumbi de trezentos anos.
O engraçado de acordar zumbis é o preço. Para o ritual, você precisa de um sacrifício, e ele é proporcional à idade do cadáver. Digamos que se o morto tem mais de cem anos, o único sacrifício digno é a bode branco/bode sem chifres. Ou seja, humano.
Eu, particularmente, não tenho TANTOS problemas assim com sacrifícios, pelo menos a partir do ponto em que funcionem. Mas a Anita e toda a sociedade da série não gosta. Então nós respeitamos e seguimos em frente. Entretanto, o sr. Gaynor não está tão contente com a resposta da nossa querida Anita e é aí que a merda vai pro ventilador. Porque, realmente, você nunca diz não para um cara que tem máquinas de matar disfarçadas de seguranças e moral/índole nenhuma. Ainda mais quando você já está atolada de problemas com uma sacerdotisa vodu egocêntrica com complexo de rejeição, sendo que o alvo é você.
Como sempre, a história da caçadora de vampiros, animadora e necromante continua fabulosa e me encantando até sangrar meus olhos. Não é atoa que a série tem 21 volumes e eu já li metade deles. O engraçado é que não tem como só gostar de um personagem. Amo a Anita, amo o Jean-Claude, tenho orgasmos pelo Edward, Asher, Nathanael, etc. Micah nem tanto. Sem contar os vilões que só duram um livro, mas são tão mordíveis… Queria poder colecioná-los. Ale-alejandro, então nem se fala.
Mas infelizmente ele é personagem para o próximo livro.
Agora é a parte em que eu comento sobre o livro em si, não a história e sinceramente, não tem como não xingar. Eu achei que a editora Rocco fez um trabalho porco com Prazeres Malditos, mas com O Cadáver que Ri foi além. A diagramação continua uma merda, a tradução está errada em vários pontos e a revisão dá nos nervos. Sem contar que não tem sinopse na contra-capa e sim um textinho ridículo sobre como a série veio antes de muitas histórias de vampiro por aí. Já nas abas há uma espécie de sinopse que conta praticamente tudo. E, se você for na página do skoob, haverá um resumo do livro inteiro como sinopse. Me diz: PRA QUÊ? PRA QUE FAZER ESSE TIPO DE MERDA?
Mas eu entendo, eu realmente entendo. A porra da editora Rocco só investe nos livros que eles acham que tem mais fãs, tudo bem. Tudo Pretty Little Liars, que realmente, só tem fãs aqui por causa da série, antes ninguém conhecia, né? Pois é. Já Anita, que tem até HQ pela MARVEL, ninguém dá bola.
Vou deixar aqui um trecho de tradução/revisão terrível que me apareceu no livro.
Então, ele sorriu abertamente e de forma espontânea, mostrando as garras. – Quero que você seja a minha serviçal humana.
Página 217
Sim, traduziram FANGS como GARRAS. Eu juro por Deus, eu não conheço nenhum vampiro que tenha garras na boca. Nenhum mesmo, mesmo que não conheça qualquer vampiro real. Mas, sei lá, eu sempre imaginei que eles tivessem presas. Sabe? Caninos afiados e levemente mais longos que os nossos? Bem isso. A original é essa:
He smiled then, wide and genuine, flashing fangs. “I want you to be my human servant.”
Flashing FANGS!. F A N G S! Não malditas garras!
Pra terminar essa resenha com uma quote que define bem o meu padecer sobre essa terrível editora que faz um trabalho tão deplorável com uma obra tão boa.
“Stupidity isn’t punishable by death. If it was, there would be a hell of a population drop.”
Estupidez não é punível com morte. Se fosse, haveria uma imensa queda de população.
Realmente, Rocco, essa quote é pra você.