marcelgianni 13/11/2016Análise da Missão de Joana d'ArcNão se trata de um resumo ou sinopse do livro, mas sim de um relato do que me chamou a atenção no livro, e que pode influenciar outras pessoas na sua decisão de lê-lo ou não. Sem o uso de spoilers, faço uma análise sucinta da obra, justificando minha nota atribuída.
*Para ver minha resenha completa, acesse o link mais abaixo.
Escrito pelo médium francês Léon Denis, este livro procura fundamentar a missão da heroína Joana d’Arc com base nos preceitos espíritas. Tendo como base principalmente o fato de a pucela ter relatado visões de alguns santos, podendo comunicar-se com eles, o autor narra sua história explicada pelo Espiritismo, colocando Joana d’Arc como uma poderosa médium, um messias.
O livro não é grande – possui 200 páginas -, e é dividido em duas partes aproximadamente do mesmo tamanho. A primeira parte trata da vida e da mediunidade de Joana d’Arc, mais voltada para um relato biográfico da francesa, enquanto que a segunda parte traz explicações e discussões sobre fatos ligados à sua história, assim como as consequências de seus atos, com base nos relatos de diversos escritores.
Sua leitura não se desenrolou tão facilmente – pelo menos não para mim -, por ser uma versão em português lusitano, e não no nosso português tupiniquim. Isto faz com que em algum momentos o leitor se sinta um pouco perdido em algumas expressões ou termos utilizados. No entanto, não chega a comprometer a leitura.
Já que eu li há pouco o livro de Ermance Dufaux, Joana d’Arc, ditada por ela mesma, de cunho espírita, procurei este outro, também de um médium, para que servisse de comparação. O livro de Dufaux é mais circunscrito à vida e missão de Joana, narrado através do ponto de vista dela, mostrando seu modo de ser e de pensar, esclarecendo as justificativas para seus atos e ações, até o momento de sua morte. No livro de Léon Denis temos uma visão mais abrangente e ampliada da vida da heroína, já que o autor traz um ponto de vista de um historiador, narrando sua história por meio de relatos históricos e documentados. Traz ainda as consequências da sua missão após sua morte, assim como a visão que o mundo tem dela.
Em resumo, recomendo a leitura das duas obras, já que elas se complementam. Geralmente algum ponto indefinido ou dúbio trazido pela leitura de um dos livros é esclarecido no outro.
A segunda parte do livro começa tentando explicar a noção de Pátria que Joana d’Arc defendia, que naquela época era uma ideia muito vaga, confusa, quase desconhecida. O autor cita alguns autores que defendem essa conquista assim como outros que relatam que essa identificação defendida pela Pucela foi mais prejudicial aos povos que benéfica.
Em outro capítulo, o autor faz um paralelo entre a devota católica Joana d’Arc, que se recusou submeter-se à Igreja Católica na Terra, durante seu julgamento em Ruão, e sua relação com a ideia de religião.
Temos um capítulo voltado a discorrer sobre a fisionomia e constituição física de Joana d’Arc, e suas representações por diversos artistas. O capítulo discorre ainda sobre o seu caráter e como ele foi retratado (e corrompido) com o passar do tempo.
Outro capítulo discorre sobre o gênio militar de Joana, uma adolescente que comandou os exércitos de um país, obtendo grandes vitórias, sem qualquer conhecimento militar. O autor traz escritores que minimizam sua participação nos êxitos franceses, assim como outros que exaltam seus feitos e ações.
Finalizando o livro, Léon Denis expõe o que mundo contemporâneo pensa de Joana d’Arc e do legado que ela deixou. Enquanto que na França a heroína ainda é bastante atacada por certos pensadores, como o livro relata, em diversas partes do mundo – inclusive na Inglaterra -, ela é exaltada como um ideal de patriotismo, honra e coragem.
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https://idaselidas.wordpress.com/2016/11/10/joana-darc-medium-leon-denis/