Irinia Zachello 18/03/2013Pão-de-MelBom dia, leitores como estão?
A resenha de hoje é do livro Pão-de-Mel da autora Rachel Cohn é um livro de literatura estrangeira. Vou dizer a princípio que o livro me agradou em boa parte e desagradou em uma só, quando toca no tema aborto. Isso não é um spoiler, isso é comentado algumas vezes durante o enredo e não é o foco principal da personagem.
O livro conta a história de Cyd Charisse uma adolescente problemática de 16 anos, mora em São Francisco, tem uma vida sexual ativa, muitas confusões de sentimentos.
Cyd Charisse tem o nome de uma dançarina que sua mãe gostava na época, filha de Nancy uma mulher que tenta salvar sua filha que não a compreende para o pai Frank, que mora em Nova York e pediu para que a garota passasse uns dias com ele. Cyd está vivendo um romance com Siri, conheceu ele cumprindo trabalho voluntário após ter sido pega roubando algumas coisinhas. Ela estava orgulhosa de si mesma, conheceu Pão-Doce, sua melhor amiga uma senhora que lê tarô. Após uma desilusão amorosa, um castigo em seu quarto tudo o que mais queria era conhecer seu pai de verdade, e seu desejo foi atendido sua mãe a manda para Nova York e lá ela consegue resgatar uma parte de sua vida que vivia no escuro. E que talvez atrapalhasse essa busca de seu eu. De se encontrar e ser uma garota normal.
Como comentei no início a Cyd, fez um aborto uns meses antes de conhecer Siri, namorava o cara mais bonito do colégio e com os hormônios a flor da pele aconteceu o indesejável, porém evitável. Sozinha nessa situação, ligou para seu pai, em um dos escassos contatos que tinha com ele e pediu dinheiro para livrar a barra, essa conversa acontece primeiramente com Pão-Doce que está lendo o tarô para ela. E foi abordado como um tema simples e normal, abortar... Por exemplo: Não tenho condições, acho que minha mãe não vai ajudar ou meu namorado não vai me ajudar e essa é a única saída. E nessa situação foi sexo consensual, então para não estender o assunto, nesse caso nunca poderia precisar de um aborto. Quer dizer, um livro para mim, é um exemplo, não a ser seguido todas às vezes, vejam bem. Um livro é como um filme. Vemos e ficamos impressionados, apaixonados, cheios de idéias e muitas vezes motivados. Se eu leio um tema desse abordado de forma natural, naturalmente eu cederia a ideia de um aborto. E acho que não é bom, uma menina que está muito confusa, ler livros assim. É fato também que hoje os adolescentes têm vida sexual ativa e no livro não deixou de ser diferente. Porém a parte boa é que ela aprendeu a lição e se cuida, usa métodos anti-contraceptivos, como a camisinha e a pílula. Mesmo assim. Fiquei reticente.
"Aqueles que chamo de pais detestam meu namorado, Siri. Nem sei se acreditam que ele é meu namorado. Só de olha para o seu visual largado, de camiseta de surfe, e jeans caído, comendo biscoitos Pop Tart, com o cabela espetado, já dá para ver a confusão explodindo como bombas nas suas cabeças, como se pensassem "Ah, não, Cyd Charisse, esse rapazinho não é para você.
Mas garanto que é."
Página 9 Capítulo 01
"Então talvez Frank e eu tenhamos começado a nos aproximar durante um programa sobre uma bruxa e o incrível jantar de frango da Senhorita Loretta, mas quando acordei no dia seguinte ao meio-dia..., Frank tinha saído. Havia um bilhete na geladeira...Presa ao bilhete havia uma nota de cinqüenta dólares que eu arranquei da geladeira, e joguei no lixo, picada em pedacinhos.
Página 117 - Capítulo 22
O final do livro, não deixou a desejar. Condizente com os acontecimentos expostos durante a narrativa. Eu recomendo, o livro fala das confusões que passam na cabeça de uma menina de 16 anos que não foi criada em um ambiente seguro. Mas que vai se restabelecendo e mudando o destino da sua vida. Eu recomendo é uma boa leitura, não é algo que vai fazer chorar de emoção, mas é um livro que nos traz uma lição de vida, uma moral da história.