Resenhas - Filosofia Guaracyana

Phelipe Guilherme Maciel 26/12/2019

A filosofia Guaracyana compilada
O Templo Guaracy do Brasil foi fundado nos anos 60 na região do Campo Limpo, zona sul de São Paulo e se expandiu. Hoje possui templos em diversos estados de São Paulo, e também no exterior, como por exemplo EUA e Europa. A filosofia Guaracyana também estimulou o nascimento de diversos outros templos umbandistas pelo Brasil, onde outros babalorixás e iyalorixás seguem alguns ou todos os preceitos guaracyanos, em uma religião onde típicamente não há doutrinas escritas, não há codificação, e sim uma tradição oral fortíssima, herança da cultura africana, onde o conhecimento é passado de geração em geração por uma poderosa tradição oral.
Quando olhamos para o passado e percebemos que essa religião sobreviveu a 300 anos de cativeiro, dor, escravidão, e não só sobreviveu, mas se multiplicou, e se adaptou, e se transformou, percebemos como a fé de um povo inteiro não pode ser subjugada. Como ela se mantém.
Neste livro, o leitor irá se deparar com uma introdução belíssima onde o Babalorixá Carlos Buby expõe sua visão sobre as relações humanas com a sua religiosidade e com os mestres iluminados como Lao Tsé Tung, Jesus Cristo, Maomé, Buda, entre outros.
Após, expõe todos os preceitos que todos aqueles que querem se denominar "Guaracyanos" devem seguir. Entre eles: Sejam Monoteístas, Sacralizem a natureza, Busquem a luz primordial, Não corrompam e não sejam corrompidos, Não neguem suas origens, Seja seu próprio Mestre, Não cantem hinos que pregam morte ou destruição, entre outros. No total são 16, sendo que o ultimo deles, é um convite para que você próprio sintetize todos os conhecimentos adquiridos na sua própria filosofia pessoal, alinhada com o pensamento guaracyano de paz, luz, desenvolvimento espiritual, respeito às tradições e aos mais velhos.
Para finalizar, o livro trás centenas de pensamentos e ensinamentos do Babalorixá para serem consumidos, seja 1 por dia, ou todos de uma vez só.

O livro, entretanto, não se finda em si próprio. Ele reverbera na sua alma, nas suas atitudes, e o convida para sempre ser relido, reanalisado, refletido.