rebeccavs 19/06/2020
A alma dura para sempre
Conheci as obras de Sidney Sheldon através de uma doação de uma - imensa - coleção de livros para a biblioteca da escola.
Vi os títulos de alguns livros e pensei que seriam apenas obras clichês de romances perfeitos. Enganei-me, felizmente.
Pelo Skoob, conheci "Nada dura para sempre" e fui encantada pela sinopse.
A narração é incrível: expõe detalhes tanto do mundo da medicina, quanto das relações entre cada indivíduo e Paige Taylor, Kat Turner e Honey Taft.
O passado de cada uma dessas médicas é espantoso - principalmente o de Kat - e tudo foi muito bem detalhado.
Quanto ao desenvolvimento, já no início do livro houve o julgamento de Paige e vários fatores jurídicos que me levaram ao questionamento e, ao desenrolar a história, fiquei abismada e apaixonada pela escrita impecável de Sheldon.
Isto sou eu quatro anos depois:
"Nada dura para sempre" é um sofisma dramático e cético. Nossas almas são imortais. Nossas vidas têm fim, mas a alma não. O livro mergulhou bem no mistério das médicas e seus romances, mas fracassou muito com o título superficial que não traz sequer uma falsa espiritualidade - bem como Honey - para tornear o porquê de ele ter sido escolhido. É um livro legal pra aprender a NÃO repetir os erros de Paige lá na África, a não confiar rapidamente em conhecidos de longo prazo como fez Kat e a jamais agir como a Miley Cyrus. Use seu livre-arbítrio para as coisas boas. Pare de olhar para baixo e comece a pensar nas coisas de Cima. As obras do Sheldon têm um teor estranho, um romantismo excessivo que atrofia a razão em prol do "siga seu coração" e do "eu vivo o agora, o resto eu penso depois". As personagens não têm uma profundeza que saia da ilha para vê-la e os erros são mascarados, encobertos, sem nenhuma solução proposta no meio terreno que estão inclusas. É uma espécie de mainstream literário.