Jonathas Passos 31/03/2015
Crítica O Guardião de Memórias - Kim Edwards
Por Jonathas Passos
Um dos meus códigos de conduta literária é: Sempre leia o livro até o final. Na maioria das vezes sou presenteado com histórias maravilhosas e cheias de reviravoltas, porém, em outras, me sinto num martírio sem fim, implorando por tudo o que é mais sagrado que o livro chegue logo a sua conclusão. E foi exatamente isso que aconteceu enquanto eu lia O Guardião de Memórias.
Kim Edwards é uma romancista premiada e essa obra, em específico, ficou durante muito tempo em primeiro lugar na lista dos mais vendidos do New York Times. (Confesso que até hoje me pergunto Como? e Por Que?)
Bem, vamos ao livro. A história acompanha a vida de Norah e David, recém-casados eles aguardam ardentemente a vinda do primeiro filho, contudo no dia do parto uma surpresa acontece, Norah dá a luz a gêmeos, Paul e Phoebe, Paul nasce extremamente saudável, enquanto Phoebe vem ao mundo com Síndrome de Down.
Marcado por lembranças trágicas do passado David toma uma decisão extrema, ele decide dar Phoebe para que ela seja criada por outra pessoa, porém, lhe falta a coragem de dizer a Norah o que ele havia feito, então mente ao afirmar que a menina veio ao mundo morta.
Depois de 25 anos desse evento catastrófico, as marcas dessa decisão afetam de forma intensa a vida dessa família. Norah passa todo esse tempo sentindo a morte da filha, sentindo o fato de se quer tê-la visto uma única vez, pois por ter sido um parto difícil ela ficou inconsciente durante todo o tempo. David não consegue conviver com aquilo que fez, por isso acaba obcecado por máquinas fotográficas e fotos de crianças. Paul se torna um jovem tímido e retraído, causando diversos problemas ao seus país, envolvendo-se com pessoas erradas e com uma vontade imensa de saber um pouco mais sobre a sua irmã morta. Cada vez mais a família vai se desgastando e eles acabam minando todos os laços que os uniam.
Em contra partida, Phoebe cresce em uma família totalmente amável, tendo por mãe a pessoa de Caroline, a antiga assistente de David em seu consultório. Caroline tenta fazer com que a vida de Phoebe seja a mais normal possível, no entanto ela sofre diversos problemas e perseguições para conseguir o seu intento.
Mesmo com um escopo tão promissor, o livro não conseguiu me prender. Exitem momentos no texto em que a descrição da cena é tão desnecessariamente aprofundada que o maior desejo é passar pra outra página ou até mesmo para o outro capitulo, posso citar como exemplo um trecho em que Norah sofrendo pela filha, está tomando vinho em frente a lareira e com esse pequeno momento a autora consegue ocupar uma folha e meia só de descrição, do crepitar da chama a gota de vinho que escorre da taça.
Mas obviamente nem tudo deu errado. Os últimos momentos do livro conseguem trazer a carga emocional que ele tanto necessita. Paul e seu violão, os momentos Phoebe e Caroline são momentos bons, mas que mesmo assim não conseguem salvar o panorama geral do livro.
Falando da edição, a Editora Arqueiro consegue com sua sutileza fazer artes maravilhosas e a capa do livro é a tradução perfeita disso.
Bom LiterAgentes é isso. Obrigado e até a próxima.
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