Língua nativa

Língua nativa Suzette Haden Elgin




Resenhas - Native Tongue


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Carol Vidal 14/07/2023

Narrativa instigante
Uma leitura que traz temas interessantíssimos pra se pensar e o faz de forma que me deixou intrigada para saber onde tudo ia dar. Apesar de ter achado um pouco arrastado em algumas partes pelo excesso de explicações, acho que é uma leitura que vale a pena demais!
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umanatalense 05/06/2023

Diário de leitura: Língua Nativa, Suzette Haden Elgin
"Todas as mulheres eram sentenciadas à prisão perpétua. Não era um fardo que cada uma carregava sozinha. Ela estava muito bem acompanhada."

Publicado pela primeira vez em 1984, esse clássico da ficção-científica foi publicado no Brasil recentemente pela @editoraaleph . Eu comecei a leitura para participar da LC promovida pela @andreabistafa . Estava com 0 expectativas, pois ficção-científica não é a minha vibe, mas essa leitura tem sido uma experiência muito interessante.

Em 1991, o direito feminino ao voto e à participação política são sumariamente revogados. Em 2205, são consideradas úteis apenas as mulheres que podem servir aos homens em cargos específicos e a eles subordinados. Contudo, a economia mundial depende de um número reduzido de mulheres linguistas, que atuam como tradutoras em negociações entre povos alienígenas e corporações familiares da Terra. Quando perdem sua utilidade, elas são enviadas para as Casas Estéreis, onde apenas aguardam a morte. Mas um pequeno grupo de mulheres vem desenvolvendo clandestinamente uma linguagem própria para resistir à opressão masculina.

Acredito que a literatura me ajuda a compor e entender certos aspectos da minha personalidade e perceber o que me é significativo. Quando penso no que eu posso tirar de lição desse livro e em como uma obra de literatura distópica escrita em 1984 pode agregar a minha vida, penso em duas questões levantadas no texto:

A percepção de como a comunicação e a estrutura da linguagem são importantes para compor a nossa visão de mundo; pois nós lemos o mundo e refletimos sobre ele usando palavras. Será que uma mudança na linguagem pode levar a uma mudança social?

Por mais caricatos que os homens sejam retratados em “Língua Nativa”, reprimindo de forma brutal as mulheres, ainda vejo discursos de pessoas públicas que me parecem absurdos. Nós, mulheres, ainda precisamos lidar com um mundo desigual e com líderes que têm posicionamentos misóginos. Sem a luta constante por afirmações de direitos, nós estaríamos à mercê de sistema que faz ainda mais distinção de pessoas.

Enfim, fazia tempo que eu não lia algo que me fizesse pensar tanto e eu quis trazer um pouco dessa obra para vocês.
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Giuliane.Souza 08/07/2022

Gêmeo do conto da aia
É eita atrás de eita aqui.

Primeiro como esse livro não é tão reconhecido? Eu não tenho ideia. Porque é incrível.

A ficção científica na sua forma mais pura, especulando um futuro 2200 e alguma coisa. Onde as mulheres perderam seus direitos e voltaram a precisar da autorização dos homens para tudo.

Nós vamos acompanhar um grupo de mulheres que se movimenta para alterar essa realidade através da linguagem. Que é uma parte muito importante nessa história. Afinal aqui o mundo está dividido entre cidadãos comuns e os linguistas, que são uma classe que trabalha para o governo e tem suas próprias regras e forma de viver. São 13 famílias conhecidas como as linhagens e eles são os responsáveis por aprender todas as línguas conhecidas, humanas ou extraterrestres, para que o governo possa manter uma boa relação com outros planetas e outras nações.

As crianças dos linguistas começam a aprender diferentes idiomas desde que nascem. E ainda crianças já são capazes de realizar traduções e mediações para o governo. Dentro dessa classe as mulheres são vistas como reprodutoras das linhagens e ferramentas úteis e nada mais. Porém graças a Nazareth elas estão prestes a criar um novo idioma, um idioma que apenas as mulheres vão saber e que poderá alterar a realidade de todo o universo.

Enquanto isso o governo tenta desesperadamente fazer com que algum ser humano seja capaz de falar com os alienígenas não humanóides, que é um feito que nem os linguistas conseguiram. E nesse processo eles não se importam muito com as consequências, usando bebês que são "doados" para o projeto ou "tubies" que é como eles chamam bebês gerados de forma artificial. E se eles conseguirem será que isso vai afetar o surgimento desse novo idioma?

Native Tongue é um livro que merece muito mais divulgação por aí e que com certeza merecia uma edição em Português. É uma história incrível e com detalhes absurdos sobre como um idioma surge. Muitas vezes dá raiva de ler porque nós vemos na maior parte da narrativa a visão dos homens. Mas acredito que nos próximos livros isso vá mudar um pouco conforme as coisas forem evoluindo. Só sei que adorei esse universo e vi aqui uma inspiração da pseudo - história do Hari Seldon de fundação, quando as mulheres começam a se perguntar como podemos prever os eventos uma realidade alterada se ela ainda não foi alterada? Se você lê em inglês manda ver que o baguio é top.

E essa foi a maior resenha que escrevi aqui ?
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Lara.Dias 16/11/2020

Publicado em 1984, um ano antes do Conto da Aia de Margaret Atwood, pela linguista Suzette Haden Elgin, Native Tongue é uma ficção científica distópica que se desenrola entre 2180 e 2205. Nessa sociedade, as trocas comerciais extraterrestres são intensas e em franca expansão; o contato com a diversidade de culturas alienígenas exigiu o trabalho especializado de linguistas para realizarem a comunicação. Estes, se transformaram em uma casta poderosa odiada pelo resto da sociedade, a qual os veem como privilegiados e enriquecidos. Nesse mundo, as mulheres perderam seus direitos legais e passaram a ter o status de crianças, após ter sido cientificamente comprovado que as mesmas eram inferiores aos homens. Tudo fica a cargo de um homem responsável, e aquelas que trabalham fora de casa não podem administrar ou possuir o próprio salário, por exemplo.
A história gira ao redor das mulheres linguistas, em especial as que vivem na casa das mulheres estéreis, isto é, uma casa em que mulheres linguistas inférteis, histerectomizadas, e que passaram da idade reprodutiva, vivem. São essas mulheres que organizam uma resistência contra essa sociedade opressora, através da criação de uma linguagem secreta para poderem se comunicar apenas entre si, uma linguagem que não carrega os valores de uma sociedade machista. Entre elas, uma protagonista se destaca, a Nazareth, uma mulher de meia idade.
O interessante dessa obra é a visão de linguista da autora.
Em primeiro lugar, é muito comum em ficções cientificas existirem certos "aparelhos de tradução universal", ou coisa do tipo. Mas para que qualquer computador realize tal feito é necessário que a linguagem seja conhecida previamente, daí a genialidade da autora. São necessários humanos para que novas linguagens sejam decodificadas; no mundo que ela criou isso é realizado através da Interface, na qual um humano é exposto a uma linguagem alienígena desde de tenra infância, se tornando fluente nessa linguagem.
Outro aspecto interessante no livro, é a hipótese que a autora levanta: considerando que a estrutura da linguagem determina nossa interpretação e percepção do mundo ( hipótese de sapir-whorf), será que uma mudança na linguagem levaria a uma mudança social?
Uma das coisas incomodas nesse livro, foi que boa parte da narrativa é realizada pelo ponto de vista masculino. Isso foi muito irritante, mas com certeza deve ter sido proposital. Faz todo o sentido dentro da trama.
Recomendo muitíssimo a leitura desse livro, uma pena que ainda não tenha tradução para o português.
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