Resenhas - O Eterno Marido

agathatriste 26/08/2023

O que uma mente culpada é capaz de fazer?
Publicado em uma revista em 1870, o livro é narrado em terceira pessoa e conta a história de um homem que ao atender uma porta no meio da noite, depara-se com o marido de sua ex-amante.

O psicológico da mente culpada é muito bem construído nesse livro. Sentimos as dúvidas dos personagens.

O ciúme, a infidelidade feminina, os conflitos internos do ser humano... Temas atemporais neste livro são apresentados muito bem apesar das poucas páginas.

Não virou um dos meus favoritos, mas esse livro é um bom começo pra quem nunca leu nada do autor. A culpa na mão de Dostô, vira novela.

Fabiana 25/08/2023

Novelão
Um novelão russo, drama, ciúmes, o clássico.
Mas como um bom clássico muito bem escrito, e por se tratar de um russo achei a leitura fácil nem se compara com um Crime e castigo da vida, e não estou falando da quantidade de páginas e sim do tipo de escrita, deu para entender?

Gui 14/08/2023

Dostoievski nunca decepciona né. Personagens perturbados e intrigantes e um suspense que se mantém em cada capítulo. A situação sempre tem como piorar mais um pouco.

tete.taylors 29/07/2023

Se um dia eu ler um livro do Dostoievski e for ruim, saibam que é o fim dos tempos.

Livro curtinho, com um humor muito atual e ácido e do jeitinho que o brasileiro gosta: cheio de traição.

Esse livro consolidou o que eu achei do autor no meu primeiro contato, ele é BRILHANTE.

É isso. Leiam, amores ?

Karime 22/07/2023

Ele amava com maldade, é esse e o amor mais forte.
Veltchaninov é um homem maduro e bem sucedido, dono de boa influência e dinheiro. Ele vê seus dias se atormentarem ao ter lembranças de coisas que fez em seu passado e essas lembranças o deixam irritado, com insônia e ansioso.

Veltchaninov encontra um amigo antigo que agora é o viúvo de uma mulher que ele foi amante, ela que fora uma paixão torrida sua e o afastou sem rodeios o deixando à mercê da culpa pelo seu ato impróprio.

Veltchaninov se vê sendo ainda mais atormentado ao descobrir a existência de Liza, a filha da mulher que ele um dia amou e que agora sofre com a bebedeira de Pável o homem enlutado pela mulher que o traia e " Pai" de uma menina doente e de luto pela mãe.

Veltchaninov e Pável entram em uma dança de desencontros e palavras não ditas sobre o passado que liga os dois.

Iolanda 22/07/2023

Um marido e um amante se encontram depois de nove anos de separação. A mulher que os uniu, já não está viva. A partir desse encontro, muitas situações acontecem entre esses dois personagens. Descobertas do passado e novos personagens que os uni no presente.
O marido sabe do amante? O amante conheceu de fato sua amante? Quantos amores são recíprocos e o que acontece com aqueles que não são revelados?
Todas essa perguntas permeiam a história enquanto lemos.
Um texto muito interessante sobre relacionamentos, levando-se em conta quando o livro foi publicado: 1870.

Sarah 20/07/2023

Um ciclo vicioso...
Uma história que termina se repetindo. Um ciclo que faz jus ao título da obra. Uma narrativa na qual encontrei dificuldade em criar laço e empatia por quaisquer das personagens principais.

Lauracnh 17/07/2023

Finalmente, li meu primeiro romance de Dostoiévski. Narrativa que me prendeu do início ao fim, cheia de humor negro e suspense bem característicos do autor. Muito bom. Para quem quer começar a ler romances russos, fica a minha recomendação. Curto e pouco denso, mas que prende a atenção do leitor até o fim.

Andre350 10/07/2023

A história narra o reencontro do marido, Pável Pávlovitch, com Vieltchâninov, ex-amante de sua falecida mulher. Nesse reencontro, eles relembram do passado e vivem momentos de extrema emoção e ódio. A narrativa é densa e tem os toques de humor negro que são constantes na obra de Dostoiévski.

Pedro971 19/06/2023

O pior do ser humano
??Uma leitura completamente diferente da primeira obra que tive contato de Dostoiévski. Uma leitura mais rica em detalhes, mais descritiva de seu personagem e de sua vida. Mas uma leitura que começa de modo já corrido, de modo não inicial e introdutório como na maioria das vezes, e que, particularmente, deixa a obra em si mais rica e prazerosa para ser lida.
??Uma história inicialmente confusa. Onde até mesmo um encontro entre dois personagens destrincha muitas informações, mas ao mesmo tempo não se deixa descobrir muita coisa sobre a trama em si. Porém, com o passar das páginas certas coisas vão sendo explicadas, e explicadas de um modo muito interessante, isto é, com um alto grau de detalhismo, e quando você menos espera a história já lhe prendeu de um modo que você deseja que cada vez mais informações sejam ditas. Muito porque os mistérios da obra renovam- se com o desenrolar da história e das interações dos personagens entre si.
??Uma construção de personagens fantástica. Onde, com o passar da história e a apresentação de fatos ocorridos, você pega-se mudando de opinião constantemente sobre os personagens e cada uma de suas ações tomadas. Ações essas que mostram o lado mais humano de cada personagem na obra, variando entre o vício, a negação e a tristeza da perda de algo recentemente descoberto, mas se surpreendendo também na relação de ambos os personagens centrais da obra.

Wenqian 23/05/2023

O Eterno Páviel Pávlovitch
Definitivamente não sou fã de romances, mas os de Dostoiévski, especialmente esse, além de ser uma exceção, também se tornou um grande favorito meu. Uma história carregada de um suspense alarmante até o final, com a trama tensa, porém sem perder suas partes cômicas - que só Dostoiévski consegue proporcionar-, e com as costumeiras, mas sempre impecáveis e impressionantes referências, "O Eterno Marido" não deixaria de impressionar e ser um romance a lá Dostoiévski.
Não tenho palavras pra descrever as emoções e sentimentos que essa leitura desperta em seu leitor, simplesmente magnífico, uma obra-prima.

Mari 19/05/2023

O esperado acontece, mas não quando você imagina
Impossível não traçar um paralelo com "Dom Casmurro", embora algumas diferenças sejam notáveis.
Aqui, não somos surpreendidos com fatos, mas com o tempo com que acontecem.
Uma leitura envolvente, que não depende de um herói para nos convencer. Aqui os personagens são apresentados em seu íntimo, se tornando até desprezíveis em algum momento.
Enfim, super indico

Débora 14/05/2023

Introdução
Iniciei meu contato com o autor por ser um dos autores favoritos da minha mãe e, mais especificamente, por este livro por ter uma leitura menos densa que as demais e não me decepcionei. Só não terminei antes porque não tive tempo, mas não queria parar de ler. Amei a dualidade de sentimentos do marido traído e vejo uma perfeita descrição da visão de que só sabemos como vamos reagir a uma
situação quando a gente passa por ela.

Emi_msw 06/05/2023

Dostoiévski como sempre um ótimo escritor, excepcional nas falas, mas confesso que divaguei nessa obra, senti-me presa ao livro, uma vez que queria ter sido conquistada pelo livro?

KyaraG 28/04/2023

Não tenho o que reclamar, que estrita q enredo. Esse é o primeiro livro do Dostoiévski, q li e com certeza vou ler muitos outros.
No início me deu muita raiva por conta de alguns acontecimentos. Principalmente a parte da Lisa com o tal ?pai?, que descobriu que era chifrudo é descontava na filha bastarda.
Nos últimos capítulos 16 e 17, sem dúvida foram os melhores ? me renderam boas reflexões. Já que o plot twist foi no final, oq me surpreendeu bastante.
>> Aquele canalha queria matar ele desde o início, por isso q eu digo nunca se deve confiar num cor*o? manso. Ou q se faz de mando kkkk

?- Sei que ainda está cedo para afirmar isso, mas Dostoiévski não decepciona? leiam, apenas leiam.

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Pior cena para mim foi o chifrudo querendo casar com uma menina de 15 anos ele tinha 60 e poucos anos.Dois velhos brigando por uma menina de 15 anos pqp viu! Sei q isso tem a ver tbm com o contesto da época q o livro foi escrito, mas o Fiódor soube muito bem descrever é fazer sua crítica através dos personagens. Eu estou amando literatura russa porque eles se utilizam muitas vezes do cômico para fazer suas críticas sociais.

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?... tinha dentro dele bastante estupidez e nobreza para se apaixonar pelo amante da sua mulher, mulher cujos adultérios ele não descobrira em vinte anos de vida com ela! Durante nove anos teve respeito por mim, venerou a minha memória e decorou as minhas "sentenças"?meu Deus, e eu nem sequer sabia de nada! Não, ele ontem não podia estar a mentir! Mas gostaria mesmo de mim, ontem, quando me declarava o seu amor e dizia: "ajustemos contas"? Sim, amava-me com raiva, que é o amor mais forte...?.

?Só que não sabia, então, como iria acabar a coisa: abraçar-me ou degolar-me? O resultado, claro, foi que seria melhor ambas as coisas juntas. A solução mais natural! Pois é, a natureza não gosta de monstros e dá cabo deles com "soluções naturais". O monstro mais monstruoso é o que tem sentimentos nobres: conheço-o, Pável Pávlovitch, por experiência própria! A natureza, para o monstro, não é uma mãe carinhosa, mas madrasta. A natureza dá à luz um monstro, mas em vez de ter pena dele, castiga-o... e é bem feito! Os abraços e as lágrimas de perdão cristão, no nosso século, custam caro até às pessoas decentes, já para não falar daquelas como eu e o senhor, Pável Pávlovitch!?.

?Levou-me lá porque me respeitava e venerava e tinha fé na nobreza dos meus sentimentos ? tendo também a fé, provavelmente, de que lá, debaixo de um arbusto, ao lado da inocência, nos abraçaríamos e choraríamos. Sim! Este "eterno marido" devia, tinha mesmo a obrigação de, pelo menos uma vez na vida, castigar-se a si próprio por tudo, e radicalmente, e para se impor o castigo agarrou-se à navalha?.

??Quase não havia sinais da sua antiga hipocondria. Das várias "recordações" e preocupações ? consequências da doença?que o assediavam dois anos atrás em Petersburgo, durante o processo judicial que nunca mais chegava a bom termo, apenas persistia nele a vergonha oculta de ter sido tão pusilânime. Consolava-o, em parte, a certeza de que tal situação nunca mais se repetiria e de que nunca ninguém saberia disso.?