A Intrusa

A Intrusa Júlia Lopes de Almeida




Resenhas -


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Aludra 18/07/2021

Extraordinário! Os personagens são interessantes, e a leitura é fluida, leve.
Confesso que fiquei com algumas dúvidas em relação ao final, mas de qualquer forma, gostei do fim que a história levou.
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Mari 11/06/2021

Mais uma grande obra de Júlia Lopes de Almeida
Ok, "A Intrusa" não é "A Falência", mas ainda possui seus méritos. Diria que é uma mistura de "A Noviça Rebelde" com Agatha Christie e Jane Austen à la tupiniquim.

Argemiro é um advogado viúvo, que passou os últimos 9 anos de sua vida dedicado a sua viuvez e praticamente isolado da filha, Maria da Glória, que foi criada (ou melhor, mimada) pelos avós maternos. Mas, cansado da solidão, ele deseja passar mais tempo com a filha e, por isso, decide contratar uma governanta. Porém, para isso havia uma condição: A governanta nunca poderia ser vista por ele, porque ele jurou à sua esposa, famosa pelo ciúmes doentio, que nunca se casaria novamente, então ele não queria nem ser tentado por sua figura.

Somente uma moça responde a seu anúncio, Alice Galba, que passa a ser vítima dos ciúmes da baronesa, a sogra de Argemiro, que teme que ele se apaixone de novo, quebrando a promessa que fez a sua filha no seu leito de morte. Aos poucos, a moça vai conquistando todos ao seu redor, principalmente Argemiro, que não consegue mais ficar longe da atmosfera agradável que sua casa passou a ter. Porém, há muito mistério em cima dela, só descobrimos quem ela realmente é, no final do livro, graças ao Padre Assunção, melhor amigo de Argemiro e um dos melhores personagens do livro, que nesse momento dá uma de Hercule Poirot, ao nos contar o que queremos saber desde o começo. Outro mistério que fica até a última página para ser revelado é porquê Assunção se tornou padre.

Na resenha de "A Falência" falei que Júlia enfrentava os estereótipos de mulheres escritoras que existiam na época, ao falar de temas que na época não eram considerados "femininos", como economia e política. Isso se repete nesse, enquanto que em "A Falência", ela foca mais na economia, nesse, ela foca na política, o que só tornou ambos mais interessantes pra mim.

Outra parte que gostei bastante é a cena das regatas, onde ficamos sabendo como que as pessoas curtiam o esporte naquela época e também vemos a presença de velhos conhecidos nossos, o Flamengo e o Vasco da Gama, que antes de serem clubes de futebol, eram clubes de regatas. Infelizmente, ela não nos disse quem ganhou a competição, porque a leitora aqui é curiosa.

Assim como em "A Falência", as personagens femininas são sensacionais, densas e complexas, destaco: A baronesa, que é detestável por causa dos seus ciúmes que quase acabam com a felicidade de todos ao seu redor, mas ao mesmo tempo, temos pena dela, pois desde que a filha morreu, ela morreu também, vivendo somente para preservar a memória da falecida; a Pedrosa, esposa ambiciosa de um ministro da República, que foi a responsável por transformá-lo num grande político e que deseja que a filha se case com Argemiro; Sinhá, filha de Pedrosa, que enfrenta as vontades da mãe ao não aceitar ser vendida a um homem mais velho, para seus pais terem mais influência, porque quer se casar por amor; e, a própria Alice, que parece ser uma moça frágil, mas quando precisa se defender, se impõe e não tem medo e nem vergonha de trabalhar.

Enfim, mais um grande acerto dessa escritora fabulosa que por tantos anos foi injustamente esquecida!
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Eledir Gonçalves 11/06/2021

A intrusa???
Um romance do final do século XIX, e por uma mulher e algo muito interessante. Ele traz toda problemática da mulher, pois são muitas as limitações da época que eram tidos como algo "normal", numa sociedade machista. Também tem a situação dos paradigmas ligados a vida e a morte. E as decisões ligados as questões do coração e que fazem a diferença na vida, mudando histórias.
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Bianca 24/03/2021

Uma nova forma de presença e as consequências do ciúme
Argemiro jurou no leito de morte de sua falecida esposa que não se casaria novamente. Mas com esse triste acontecimento não perde apenas a mulher, mas se vê afastado de Glória, sua filha que vai morar na chácara dos avós. No entanto, Argemiro deseja se aproximar de sua filha, mas sendo um advogado ocupado resolve contratar uma governanta que não só cuidaria da cada (que estava em desordem após a morte da esposa), como também educaria Glória.
Por causa de sua promessa, ao contratar D. Alice, ele impõe como condição que eles não deveriam se encontrar. Todavia, a presença de Alice é nítida na casa e atiça a curiosidade de Argemiro que se vê encantado com os efeitos da presença da moça.
Enquanto todos respeitam e nutrem admiração por D. Alice, a sogra do advogado, ainda muito ressentida pela morte da filha, torna-se ainda mais triste por não ver mais sua neta todos os dias. Com isso, toda essa tristeza é transferida em um ciúme doentio contra D. Alice.
Assim, o livro nos mostra como o ciúme pode amargurar uma pessoa e afetar o seus atos, ao mesmo tempo a trama nos revela diversos problemas da época: a questão racial, abordada na figura de Feliciano; a importância de um status social, o que se revela pelas atitudes da Pedrosa e o papel destinado à mulher da época, o qual é representado tanto pelo motivo da contratação de Alice quanto no desejo dos personagens de tornarem Glória menos "bruta".
Toda essa trama se dá de forma leve e contagiante, demonstrando o potencial narrativo de Júlia Lopes de Almeida e a sua capacidade de construir personagens cativantes.
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Polliana 14/01/2021

A Intrusa Júlia Lopes de Almeida
Leitura concluída:
A intrusa (1905)
@livrosprincipis

Argemiro é um advogado bem-sucedido, pai de uma menina e que ficou viúvo ainda jovem. Quando sua esposa estava no leito de morte, ele prometeu que jamais se casaria novamente. Durante um longo período, permaneceu feliz em sua condição de viúvo, até que, certo dia, percebendo a necessidade de uma presença feminina em sua casa, sobretudo para que pudesse receber a filha que vivia com seus sogros, resolveu contratar uma governanta, o viúvo resolve colocar um anúncio num jornal, após uma breve entrevista contrata a prendada Alice Galba, aos poucos Argemiro percebe as mudanças em sua casa assim como nos modos da filha, em contrapartida a sua sogra trava uma batalha com medo que a figura de sua filha morta seja apagada.

Quem me conhece sabe como adoro os livros da Julia Lopes de Almeida, recomendo para todos, autora nacional que descreve de forma formidável a sociedade de sua época.

No livro A intrusa acompanhamos o final do século XIX, a cidade do Rio de Janeiro está passando por diversas mudanças, e a sociedade respira essa aura, em vez das típicas reuniões e bailes de salão, acompanhamos competições de barcos, e a praia é um cenário para os flertes e encontros, o poder político é disputado enquanto as mulheres lutam silenciosamente para se firmar numa sociedade patriarcal.
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#mulheresnaliteratura
#teindicoliteratura
#vamosler

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crislane.cavalcante 31/12/2020

A onipresença de Alice
Alice é apresentada ao leitor majoritariamente em vislumbres. Vislumbres estes pelos olhos de terceiros, primeiro pelo seu empregador Argemiro e depois pela visão do padre, da filha Maria da Glória e da avó da menina. Interessante nessa obra é que somos apresentados à condição de ser mulher pelo o que dita a sociedade (na visão do pai da menina, da avó e inclusive na visão de Pedrosa) porém até mais da metade do livro o leitor não vê o que é ser mulher na visão de Alice, alcunhada de Intrusa pela mãe da falecida esposa de Argemiro, não sabemos o que pensa e ou sente, apenas alguns pouquíssimos vislumbres. A governanta Alice ao longo de todo o romance é idealizada, é representada como uma mulher cheia de virtudes, sem pecados, é quase uma mártir que está envolta em meio á tantas especulações sejam de acusações falsas até duvidarem da sua honradez e de suas intenções. A personagem é a verdadeira representação do onipresente na vida do seu empregador: o apraze mas não tem contato direto com ele e tampouco está no mesmo espaço.
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Isa 16/11/2020

Passei a amar essa autora quando li seus contos no livro nsia Eterna, o talento e a trajetória dessa mulher mexeram comigo de uma forma diferente. E agora, novamente, fui presenteada com essa escrita apaixonante.
Para mim, muito mais do que um romance que nasce aos poucos, essa história nos fala muito sobre o perigo de projetar nossos sonhos e objetivos em outras pessoas, bem como, de viver uma vida que não nos pertence. O livro me fez refletir sobre as expectativas sociais e familiares que recebemos, a contradição entre quem somos e quem os outros esperam que sejamos.
Tirei uma estrela, pois senti falta do ponto de vista da Alice, mas entendo que a autora quis que víssemos "a intrusa" pela ótica dos outros personagens, principalmente do Argemiro, Assunção e da baronesa. Também, o final foi um pouco abrupto. Mas nada disso estragou essa leitura!

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Daubian 16/03/2020

Entre os clássicos, uma intrusa
Uma mistura de Jane Austen com Parasita. Já começa o livro lembrando que a cada chuva muitos se alegram e muitos perdem tudo. Uma governanta é encarregada de cuidar da filha de um viúvo com a regra de nunca se verem. Aqui, além de todas as características de um romance aristocrático, tem um toque tropical que deixa tudo diferente. Além disso, a autora que foi muito pioneira e frequentemente esnobada da história (uma pena) traz um subtexto muito interessante e muito atual pra época sobre machismo e luta de classes. Por ser uma autora, é notável o papel das mulheres neste livro, todas personagens com camadas e com muita personalidade. É no fim um livro sobre amor. Amor pra Igreja, pelo trabalho, romântico, ideias, família...mas também por julgamentos. Quanto a fofoca pode ser letal. E também como o tempo insiste em mudar. Tudo é mudança, até às pessoas mudam suas opiniões. Deveríamos mudar também sobre o mérito a autoras mulheres. Ela deveria ser lida e discutida. Uma sagaz intrusa no meio dos figurões literários
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Janaina Bessoni 04/03/2020

Até o último parágrafo!
Um viúvo contrata um governanta pra administrar a casa e cuidar da sua filha, mas exige que ela nunca seja vista por ele. Ele tem uma promessa e não pode quebrar. Ela tem um passado que mantém oculto. Porque uma jovem que demonstra ter tido uma boa educação aceitaria o trabalho na casa de um homem solteiro pondo em risco sua reputação?
A história prende até a última página e tem revelação nos últimos parágrafos. Muito bom!
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