O prazer de ler os clássicos

O prazer de ler os clássicos Michael Dirda




Resenhas - O Prazer de Ler os Clássicos


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jota 07/02/2017

Michael Dirda, muito prazer em ler...
Premiado com o Pulitzer em 1993 por suas resenhas para o Washington Post, Michael Dirda lançou Classics for Pleasure em 2007, traduzido por aqui como O Prazer de Ler os Clássicos (Martins Fontes, 2010). Que lembra um pouco o título de outro livro mais conhecido, de Italo Calvino, Por Que Ler os Clássicos (Companhia das Letras, 1993).

Bem, eu me lembro de que o livro de Calvino (que avaliei com três estrelas) não era assim tão prazeroso de se ler. Muitos leitores acabavam associando, não por culpa totalmente de Calvino, os clássicos a livros difíceis, complexos e mesmo aborrecidos, ideias que estão na cabeça de muita gente há bastante tempo, registre-se. Mas com suas resenhas Dirda virou o conceito de clássico literário pelo avesso e com isso certamente muita gente importante se remexeu no túmulo...

Conforme destacou Daniel Benevides (no UOL) no lançamento do livro no Brasil, "(...) seus textos são leves, diretos, distantes do tom intelectualizado que normalmente se vê na crítica literária. Alheio a estruturalismos, desconstrutivismos etc., Dirda escreve do ponto de vista de um leitor comum, com a única diferença de que dedicou uma atenção especial a cada um dos livros que leu." É exatamente o que acontece.

O problema para o leitor brasileiro é que muitos dos livros destacados em O Prazer... foram publicados há muito tempo, estão esgotados ou então nem mesmo foram traduzidos para o português (e provavelmente nunca serão). São muitas obras assim, mas Dirda nos fornece um resumo de cada uma delas ou então transcreve um trecho para demonstrar porque tal leitura vale a pena, aquele autor merece ser conhecido e divulgado etc. Descobri aqui várias obras que me interessariam ler...

Seu conceito de clássico abrange textos desde os gregos e romanos antigos até mesmo alguns livros policiais (de Agatha Christie e outros) e de ficção científica (especialmente de Philiph K. Dick). Mas o próprio Italo Calvino tem suas obras mais importantes lembradas por Dirda assim como o grande Eça de Queiroz (Machado de Assis é apenas citado justamente quando Dirda escreve sobre Eça). Como é um livro com muito mais páginas do que o de Calvino, mais autores são analisados; eles estão agrupados por assuntos e dentro de cada assunto segue-se uma ordem cronológica de publicação.

Alguns destaques entre muitas obras: em Fantasias Jocosas, As Aventuras do Bom Soldado Svejk, de Jaroslav Hasek; em Heróis de Outros Tempos, As Sagas Islandesas (séculos XII-XV); em Os Mistérios do Amor, A Princesa de Clèves, de Madame de Lafayette; em Palavras dos Sábios, Elogio à Loucura, de Desidério Erasmo; em Magia Cotidiana, Sir Gawain e o Cavaleiro Verde (século XIV); em Vida de Gente Importante, Relato da Vida de Frederick Douglass, Um Escravo Norte-Americano, Contado por Ele Mesmo.

Depois temos as seguintes seções: O Lado Negro, com Drácula, de Bram Stoker, também Frankenstein, de Mary Shelley; em Relatos de Viagens, destaque para Viagem ao Redor do Meu Quarto, de Xavier de Maistre; em O Modo Como Vivemos Hoje, sobressai Oblomov, de Ivan Gontcharov; em Reinos de Aventura, conhecemos Ela, de H. Rider Haggard; em Visões Enciclopédicas, as luzes vão para Declínio e Queda do Império Romano, de Edward Gibbon.

Mesmo que por alguma razão não se vá ler nada do que recomenda Michael Dirda seu livro é, de fato, muito gostoso de se lido (quase como se lê um romance interessante): os trechos das obras selecionadas foram muito bem escolhidos, alguns deles parecem verdadeiras anedotas ou são bastante espirituosos, ou então seus resumos foram muito bem elaborados, fazendo com que o leitor fique com aquele gostinho de querer ler mais, no fundo o objetivo maior de O Prazer de Ler os Clássicos. Aconteceu comigo, claro.

Lido entre 27/01 e 07/02/2017.
Marta Skoober 12/11/2017minha estante
"O problema para o leitor brasileiro é que muitos dos livros destacados em O Prazer... foram publicados há muito tempo, estão esgotados ou então nem mesmo foram traduzidos para o português (e provavelmente nunca serão)"
Eu esbarrei/empaquei n'O asno de ouro, de Apuleio. Nunca encontrei para ler. E assim o livro de Dirda voltou para as prateleiras, de onde sai ocasionalmente para um ou outra consulta.


jota 14/11/2017minha estante
É, às vezes recorro a uma tradução espanhola, mas nunca fico completamente satisfeito com minha leitura...




IvaldoRocha 24/03/2014

Melhor livro de referência que já li.
Talvez o livro de referência de grandes livros mais prazeroso de ler. Fácil traz um excelente Indice Remissivo sobre os livros citados o que ajuda muito na hora de uma pesquisa.
Iva 22/09/2015minha estante
Eu também gostei muito do livro, não vai pelo caminho fácil dos clássicos "clássicos" e sim por um viés de indicação de leituras de livros ótimos e nem sempre muito conhecidos.




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