Adeus, Gana

Adeus, Gana Taiye Selasi




Resenhas - Adeus Gana


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Rafael Mussolini 18/01/2020

Adeus, Gana
"Adeus,Gana" de Taiye Selasi é o livro enviado pela TAG Experiências Literárias no kit de janeiro de 2020 e a publicação foi concebida em parceria com a Editora Planeta. Foi o primeiro livro de Selasi e lançado originalmente em 2013.

Adeus, Gana é um livro que já nasce clássico. Taiye Selasi escreve com um talento admirável ao construir uma narrativa que passeia entre presente e passado. O leitor precisa estar o tempo todo atento para perceber esse jogo que funciona como um flash back essencial para conhecer a fundo cada personagem. Conhecendo cada personagem vamos conhecendo também a história de uma família de origem africana que foi obrigada a migrar por conta de questões políticas. Kweku Sai é natural de Gana e sua esposa Folasadé da Nigéria. Eles são pais de Olu, Sadie, e do casal de gêmeos Taiwo e Kehinde que foram criados nos EUA.

Essa edição conta com duas informações adicionais e que funcionam muito bem para nós leitores. Nas primeiras páginas encontramos um quadro dedicado a apresentar pronúncia, significado e origem de algumas palavras que aparecem com frequência no romance. Como essas palavras são de origem africana (Gana e Nigéria) acaba sendo um exercício muito legal saber que estamos tendo a oportunidade de aprender a pronúncia. E na página seguinte encontramos a Árvore Genealógica das personagens que também colabora muito com o entendimento da história.


Logo no início da história sabemos que Kweku, patriarca da família que era um médico renomado faleceu. Essa notícia será a bússola para entendermos a história dessa família que foi desmoronando por conta de uma perda que vem muito antes dessa morte e as consequências na vida de cada familiar.

Kweku foi muito jovem para os Estados Unidos e lá teve a oportunidade de se formar como médico. Após uma carreira consolidada e a aquisição da casa dos sonhos, um caso violento de racismo no trabalho o faz perder seu emprego. Kweku se torna um homem quebrado e entra em um nível de desespero que faz com que ele abandone sua própria família. Muitos anos se passam e a notícia de sua morte é o que fará com que mãe e irmãos se reencontrem. Por conta de dificuldades financeiras esses irmãos acabaram indo parar em locais diferentes, construindo suas vidas, se estabelecendo em suas profissões, mas sempre acompanhados pelo fantasma desse pai que os abandonara. O reencontro trás a tona muitas histórias e segredos.

Cada membro da família internalizou de uma forma diferente o trauma de primeiramente serem abandonados pelo pai. As feridas de cada um são muito profundas e por vezes, nós leitores, chegamos a questionar se ainda existe algum amor entre eles. Com a revisitação das histórias e conhecimento sobre o passado descobrimos fatos interessantes e um deles é o peso que a cultura, a tradição e uma ideia concebida de paternidade pode ser prejudicial para uma família. A questão do pai que abandona é apresentada de uma forma que conseguimos esboçar uma reflexão social sobre essa realidade e seu impacto.

Muitas discussões de cunho social transitam pela trama. A condição do negro, dos refugiados e da mulher são bem evidentes. Algo que não podemos deixar de perceber é a exploração de uma história que transita entre EUA e África e que apresenta para quem está lendo, uma narrativa que ultrapassa os estereótipos sobre negritude e continente africano. Nos sentimos mais próximos dos dramas existenciais e universais das personagens, assim como de Nigéria e Gana que se tornam personagens.

A morte e as relações familiares são um prato cheio para a escrita poética e densa de Taiye Selasi. Conhecemos o íntimo de cada um de uma forma que nos sentimos autorizados a projetar o caminho e as decisões que eles deveriam tomar para aliviar seus dramas e dores. A escritora também é filha de pai ganense e mãe nigeriana, portanto, é bem compreensível a carga emocional com que esse romance é escrito.

"O único motivo para um relacionamento é interpretar, em miniatura, todo o drama da vida e da morte. O amor nasce como uma criança nasce. O amor cresce como uma criança cresce. Um homem sabe muito bem que vai morrer, mas, tendo conhecido apenas a vida, não acredita em sua morte. Então, um dia, seu amor se torna frio. Seu coração para de bater. O amor cai morto. Desse jeito, o homem aprende que a morte é realidade: que a morte pode existir em seu ser, sua própria. A morte de um animal de estimação ou de uma rosa ou de um pai pode causar dor ao homem, mas não vai ensinar isso. A morte deve ocorrer no coração para ser acreditada. Depois que o amor morre, o homem acredita em sua própria morte."
Dulce.Cerqueira 22/01/2020minha estante
Resenha perfeita, Rafael!


Rafael Mussolini 22/01/2020minha estante
Fico feliz que tenha gostado Dulce. Muito obrigado.


Duda 09/02/2020minha estante
Excelente resenha


Gaitista 19/07/2020minha estante
Resenha que me fez querer ler o livro e irei sem dúvidas


Lua 03/04/2022minha estante
Conseguiu descrever muito bem. Esse livro é tão lindo me deixou emocionada ??




Anne 02/05/2021

Adeus, Gana.
O título já diz muito sobre a história. Adeus. A despedida. A falta. O vazio impossível de ser preenchido.
Todos sentimos falta de algo. Todos temos um espacinho lá dentro, no fundo, escondido, que vive a procura de algo para preencher.
Adeus, Gana se trata de uma comovente história sobre uma família que é deixada/abandonada pelo pai/marido; luta para serem vistos como "iguais" numa América racista, luta para serem aceitos, se tornam excepcionais, sempre procurando algo.. sempre em busca. Se afastam, se perdem, se encontram.
As emoções que o livro me trouxe foi como as ondas do mar. Ora calmo.. pacífico.. calmante; ora uma onda avassaladora.

Obrigada, Taiye Selasi, por essa história/escrita maravilhosa.
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Carla.Madlen 25/05/2020

Gana must Go
Leitura sobre a compreensão do conceito de Lar.
Abarca o racismo e adaptação de estrangeiros e seus descendentes em um novo País.
Melhor livro do ano até então.
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mclrmoura 29/08/2020

Uma das leituras mais difíceis que fiz na vida... O livro é poético do início ao fim e ainda não sei como passar todo sentimento que senti, ainda absorvendo tudo que li. É simplesmente perfeito
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Margallyne 13/04/2020

Um livro que te deixa pensando sobre as consequências de cada ação. A vida é um grande fio...
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Carla.Cerqueira 25/04/2021

Leitura arrastada
Iniciei o livro com muita expectativa. Mas acho que a autora se perdeu narrando tantos conflitos.
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Fernanda 09/11/2020

Narração incrível, super envolvente. Taiye Selasi conseguiu atribuir extrema profundidade psicólgica para os personagens. Livro maravilhoso!
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Josue.Fagundes 13/11/2020

Adeus, Gana.
Livro enviado pela Tag. Não conhecia a autora, mas fui surpreendido. Que livro profundo. Adentramos na família Sai e não queremos mais sair. Tentamos entender cada um com suas particularidades, seus anseios e a autora consegue, de uma forma mto grandiosa, nos tornar íntimos de cada um. Mais uma autora africana contemporânea que quero ler mais e mais.
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Amélia Galvão 31/03/2020

Antes de começar o livro estava com bastante medo de não gostar, pois tinha visto vários comentários negativos. Mas, ainda bem que decidi ler, pois, para mim, foi um dos melhores livros que li até o momento, entrando para os meus favoritos. Desde a primeira página já me senti fisgada, mas não por se tratar de um enredo dinâmico ou ágil, no estilo de livros que foram criados para se ler em uma sentada, mas pela sua sensibilidade. Na verdade, penso que o maior desafio desse livro é vencer a barreira da sua estrutura narrativa, a qual considero fantástica.

A história não é contada de forma linear, alternando entre passado e presente sem dar um aviso prévio. Além disso, ela é narrada pela perspectiva de diferentes personagens, o que também muda sem qualquer aviso. Desse modo, é necessário bastante atenção, pois uma divagada e já não saberemos mais o que está acontecendo ou quem está falando.

Por isso (e por ser meio voadora), houve vários momentos em que precisei reler alguns trechos. Contudo, não o fiz achando um saco, mas sim com prazer de poder ler novamente palavras tão lindas, cheias de poesia e profundas com reflexões sobre a humanidade. Era um deleite. Li cada parágrafo, ou reli, com o mesmo prazer de quem está saboreando uma comida querida. Foi um sentimento que me acompanhou por todo o livro.

Fiquei admirada com a sensibilidade e a habilidade da autora para tratar tantas questões humanas sob a perspectiva de personagens diferentes e costurar tudo com perfeição. Parece que estamos lendo um quebra cabeça e que a cada avanço aquela peça antes sem contexto passa agora a completar o sentido do que estamos construindo, é lindo.

Ademais, a narrativa é bem introspectiva, adentramos a cabeça de cada personagem e tomamos conhecimento do que uma mesma experiência faz cada uma sentir e pensar. Tal abordagem ressalta como uma mesma situação nos afeta de maneiras diversas e como esquecemos disso, achando que todos vão ter uma mesma interpretação, reação ou sentimento. O livro também desperta várias reflexões: sobre como nos portamos em nossos relacionamentos; sobre como a bagagem da nossa infância influencia o que seremos e como agiremos; sobre diversos tipos de preconceitos e como eles afetam nossas vidas; sobre se sentir parte de algo; sobre desigualdades econômicas; além de tantas outras.

Outro aspecto que me chamou a atenção foi o sentimento de não pertencimento, de não se encaixar onde está ou de não ser aceito pelos outros como parte daquele lugar. Não só Kweku experimenta isso, mas também as outras personagens e cada uma da sua forma. No caso dos filhos do Kweku, além da dificuldade de se sentir parte da família, achei interessante como é difícil nascer num país enquanto filho de imigrantes. Eles são americanos, mas não vivem apenas a cultura local, eles também crescem adorando a cultura das regiões de seus pais. O problema é que os americanos não os enxergam como americanos suficientes, enquanto os nacionais do país de seus pais (quando eles vão visitar o local) também não os enxergam como suficientes para aquela cultura. É como se eles ficassem num limbo, em que nem um, nem o outro os aceita.

Esse mesmo sentimento é muito bem trabalhado no livro "Intérprete de Males" da Jhumpa Lahiri. Outro livro que me veio a mente foi o "País sem chapéu" do Dany Laferrière. Nesse último o autor mostra os impactos do imperialismo francês, do regime ditatorial de Baby Doc e da invasão americana no Haiti. O livro reflete sobre o que integra e define a cultura haitiana, o que os identifica como tais e como essa identificação cultural impacta a sua sociedade - o texto complementar de Heloisa Moreira na edição da ed. 34 é fantástico! Tais questionamentos, em grau e modos diversos, vieram a minha cabeça enquanto lia "Adeus, Gana", pensando sobre identificação cultural, sobre os impactos da globalização e a imposição de uma cultura única, entre outras questões.

Bem, "Adeus, Gana" é um livraço que faz você apreciar todo o processo da leitura, refletir e questionar sobre suas atitudes, relacionamentos, sentimentos e sobre tantas questões inerentes ao ser humano e como elas afetam nossas relações. Espero que seja tão bom para vocês como foi para mim.
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Ruth Roland 28/04/2020

"Se você ama alguém, demonstre isso"
Mais um título da Tag que me encantou...
Um livro sobre abandono, traumas, amor, família. Sobre como erros do passado podem marcar tanto o presente, o próprio passado e, sem perdão, o futuro. Um homem de sucesso abandona a família por vergonha do seu fracasso. A princípio só mais um covarde. Mas o decorrer da história de Kewko e sua morte, trazem muitos segredos à tona e nos mostra que não foi só covardia (pelo menos pra mim). Ele era um homem marcado também. Me pus a pensar em como nossas vivências e relacionamentos familiares nos tornam quem somos de bom ou ruim. Que às vezes pensamos ajudar, mas estamos falhando. Que queremos amor e estar juntos, além de coisas que o dinheiro pode pagar. Que o sucesso que muitas vezes os outros veem, é mantido a custa de muito peso e dor. Por fim, que o perdão é o remédio para todas as dores.
Esse livro, com um narrativa diferente para mim, com idas e vindas de pensamento dos personagens, pode confundir um pouco a gente no começo, mas depois faz todo sentido, pois são histórias entrelaçadas de pessoas ligadas umas às outras por laços que não se podem desfazer. Me tocou de uma forma especial, mostrando que "se você ama alguém, demonstre isso", sentimentos guardados não fazem muito bem.
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Gláucia 03/02/2020

Adeus, Gana - Taiye Selasi
Livro de janeiro de 2020 da TAG, indicado por Agualusa e escrito por autora inglesa de origem ganense/nigeriana.
A trama se inicia com a morte de um médico ganense e a partir desse evento conheceremos sua família composta por ex-mulher e 4 filhos, espalhados pelo mundo e que se reunirão após anos afastados para o funeral do pai. A partir daí todos os dramas e traumas passados ressurgirão.
O livro não me pegou; não me envolvi com nenhum personagem e achei a narrativa "poética e musical” chata. Expressões do tipo “não eram cabelos mas sim petróleo escorrendo”, frase destacada na revistinha suplementar para engrandecer a obra, não me encheram os olhos.
Flávia 03/02/2020minha estante
empatia com os personagens de fato faz toda a diferença. eu estou gostando mto, desde o começo, me envolvi mto com os personagens.




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Nívia ¦ @niviadeoliveirapaiva 03/06/2020

Adeus, Gana
Esse livro se tornou meu xodó.??
Uma narrativa que trata temas muito relevantes, como: abandono paterno, imigração, racismo, memória, padrões de beleza, identidade e raízes...
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Karina 22/04/2020

Um livro triste e bonito. Narra a vida de uma família que, após o abandono do pai, se afasta e cada um vai seguindo seu caminho, ainda com o sentimento de abandono e alguns traumas devido às experiências vividas depois disso. Eles reencontram sua conexão familiar quando são informados do falecimento desse pai, já que precisam se reunir para a despedida.
Gianik 24/04/2020minha estante
Fiquei curioso pra ler esse!


Karina 27/04/2020minha estante
te empresto, migo!!!




jessyhehe 09/02/2020

:(
Comecei lendo a sinopse do livro e achei bem interessante, no entanto, ao ler o livro, infelizmente, não gostei da escrita, achei muito confusa, entediante, cansativa , arrastada e cujos personagens não muito interessantes. O que salva no livro é a breve tentativa de trabalhar essa questão complexa sobre família. Enfim, não recomendo a leitura.
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