O Martelo das Feiticeiras

O Martelo das Feiticeiras Heinrich Kramer...




Resenhas - O Martelo das Feiticeiras


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Vitória Gomes 31/08/2021

Difícil leitura
Considerado o livro mais misógino da história, o livro escrito por dois homens sendo um deles o que mais contribuiu pra sua concepção, o Heinrich Kramer, um monge hoje considerado neurótico.

O conteúdo é dividido em três partes: 1) como identificar bruxas; 2) Kramer enumerava, através de histórias exemplares, o que essas supostas bruxas eram capazes de fazer para prejudicar as pessoas; 3) explicava como deviam transcorrer os processos contra essas mulheres malvadas.

A associação da mulher como símbolo do mal foi responsável pelo genocídio de mulheres de mulheres, feminicídio e misoginia essa, que atravessou os séculos e que continua ainda nos dias de hoje.
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Lenon, André Lenon 09/04/2022

Um livro histórico, maligno e indigesto, que serve para ter uma noção de como os tempos antigos já foram malignos e que até mesmo algo teoricamente sagrado como a religião, quando se mistura com política e poder, se corrompe de maneira repugnante.
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Raul113 28/11/2020

Bom lá vai...
De todas as histórias e livros lidos ao longo deste ano, sem sombras de dúvidas posso dizer que a leitura do Martelo das Feiticeiras foi a que mais me espantou e impactou, não apenas pelo seu conteúdo, porém acima disso, pelo fato de conhecermos tão pouco de nossa própria história. Ao longo dos nossos estudo escolares pincelamos várias vezes a Idade Média, algumas vezes nas aulas de História outas nas de Literatura. Porém, depois da leitura desse indigesto documento histórico, acredito que nunca estudamos o quão perturbadora essa época realmente foi para a humanidade, sobretudo para as mulheres.

O Martelo das Feiticeiras, traduzido de Malleus Maleficarum em latim, é nada mais nada menos que o grande manual, não oficial, de tortura empregado pela Igreja Católica para a caça as bruxas durante a Era Medieval. Escrito por Heinrich Kramer e James Sprenger altos inquisidores da Igreja em regiões da Alemanha a época, o livro foi um dos responsáveis por grande parte da onda de histeria que dominou a população da Europa entre os séculos XV e XVI, bem como o causador da morte de milhões de mulheres, judeus, homossexuais, negros e quaisquer pessoas que discordassem da ideologia Católica nas fogueiras medievais.

No entanto, mais que isto, o livro é a prova histórica do papel da própria Igreja Católica, na deturpação dos ensinamentos cristãos e de um feroz processo de Condicionamento Feminino aos moldes da Sociedade Patriarcal e machista que surgiria nos séculos seguintes a Idade Média. Após a leitura, está mais do que claro que as mulheres não eram queimadas na fogueira por serem bruxas, mas sim por não serem subservientes aos ensinamentos e dogmas patriarcais impostos e disseminados pela Igreja Católica em sua determinação de se manter no poder ante aos questionamentos sociais que surgiam sobre sua Autoridade Divina.

Entretanto, é válido mencionar que a questão não se resume apenas ao fato da manutenção de poderes do período, ela é muito mais profunda, mexendo não apenas com questões sociais e históricas, mas também com questões psicológicas e culturais que estão enraizadas na sociedade mundial até os dias de hoje. Questões que dão margem a maioria dos problemas sociais relacionados a questões de preconceito de gênero e ao próprio feminicídio que enfrentamos hoje, mas que têm sua origem aqui, na escritura de um dos mais hediondos livros já escritos na história.

Os inquisidores, apesar de fazerem parte desse processo de luta pela manutenção de poderes, não tinham consciência real dos seus atos, acreditavam realmente que estavam fazendo o que fizeram em nome da salvação das almas daqueles que segundo a Igreja haviam sido tocados pelo demônio. Isso, é claro, não os exime de culpa, mas nos dá uma perspectiva de como a Igreja manipulava os seus próprios fiéis, sacerdotes e a população em geral, ao ponto de causar uma cegueira coletiva em nome de Deus e matar milhões em nome da salvação de suas almas. Justificando esses atos criminosos com passagens fragmentadas da bíblia e interpretações errôneas dos textos de filósofos cristãos e santos católicos.

Nesse livro, encontramos mais uma vez uma mensagem gritante sobre o perigo de se conhecer e estar imerso em apenas uma versão do discurso, provando mais uma vez que quando não observamos todos os ângulos e nos dispomos a conhecer versões além daquelas que julgamos ser as corretas, tendemos a ficar cegos ante as possibilidades e não apenas isso, a defender ideais deturpados por aqueles que defendem apenas os próprios interesses. Um único ponto de vista, um único discurso, não gera conhecimento, não gera avanço e não soluciona problemas. Contudo, por mais que saibamos disso parece que cada dia mais pegamos todo o conhecimento e experiencias históricas e jogamos pela janela, pois o mais aterrador é que a história se repete sempre.
Tracemos um panorama: aconteceu com Cristo, que foi crucificado por as ideias que defendia irem de encontro a filosofia dos que estavam no poder, que por sua vez alienaram a população ao ponto de ela preferir a soltura de um assassino a de um homem que ao longo da vida não fez mal a ninguém. Aconteceu com as mulheres, queimadas na fogueira por questionarem a autoridade dos homens que estavam no poder e se mostrarem independentes dos mesmos na busca por seus direitos mais básicos, diante de uma sociedade patriarcal autoritária que temia o poder feminino e usava de uma manipulação intencional do discurso de Cristo para matar e justificar a matança. Aconteceu com os Judeus, durante o holocausto mortos nas câmaras de gás nos Campos de Concentração nazistas, em nome de uma filosofia sem nexo pregada por um homem que sofria de um enorme complexo de inferioridade e que para se autoafirmar usava de seu autoritarismo para mostrar poder sobre os que considerava inferiores. E acontece hoje, mesmo após todas as lutas históricas e provas incontestáveis, vivemos numa sociedade assombrada pelo fantasma do Autoritarismo Medieval, que recicla o mesmo discurso para justificar seus atos atrozes contra aqueles que discordam ou vão de encontro ao sistema imposto por quem está no topo da cadeia alimentar.

Entrementes, o espantoso hoje, não é a grande capacidade que o ser humano tem para maldade, mas o fato de que, mais de cinco séculos após a sua publicação, muitos ainda repetem o mesmo discurso, exatamente com as mesmas palavras, que Kramer e Sprenger escreveram no seu manual de tortura. Mais de quinhentos anos depois, em plena era tecnológica ainda vemos mulheres serem discriminadas por serem mulheres, por sua escolha de profissão, por buscarem uma carreira profissional e não familiar e vice-versa.

Mas felizmente, hoje o panorama é bem mais promissor, as bruxas de ontem mortas na fogueira não foram silenciadas, o som de suas vozes ecoa através da história. Sua mensagem, ao contrário do que pensavam os inquisidores, sobreviveu e foi acolhida. Hoje as mulheres não apenas lutam por seu espaço, mas têm consciência da importância disso, reconquistaram direitos que lhes foram roubados e finalmente estão começando a quebrar o processo de condicionamento feminino iniciado muito antes da era medieval.

No entanto, também é preciso deixar claro que o texto não é para qualquer um, seus autores não pouparam esforços em descrever nos mínimos detalhes as torturas pelas quais as mulheres passavam (ou deveriam passar, já que falamos aqui de um manual de instruções), na tentativa de fazê-las confessar serem bruxas hereges consagradas ao demônio. Porém, é justamente por esse motivo, apesar de ser um livro diabólico, ele é ao mesmo tempo extremamente importante, pois mantém viva a memória de todas as mulheres que ao longo da história deram suas vidas por essa luta.

Diante de tudo isso, mesmo que ainda lhes falte muito a ser conquistado, o caminho aberto as custas do sangue de tantas mulheres ao longo da história, nunca foi tão certo. E toda violência gratuita contra as mulheres que ainda é perpetrada hoje, é só mais uma prova de que a histeria medieval ainda está entre nós e não reside no fato da busca feminina por sua independência, mas sim no medo que a sociedade patriarcal tem de perder o seu poder.

site: https://mundiex-libri.com/in%C3%ADcio/f/o-martelo-das-feiticeiras-de-heinrich-kramer-e-james-sprenger?fbclid=IwAR3gJEA1HkjVPKF-IvYrQtk-1QIEgB27e4HtqZ79GgWib78PQrT9CoCDJxQ
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Camilli.Meirelles 09/02/2020

Chocante
Uma leitura aterrorizante, um mergulho na mentalidade cruel e punitivista da Inquisição.
Além de contar com todo um manual de regras para reconhecer e punir as ditas bruxas e hereges, esse livro retrata perfeitamente a gigantesca repressão da mulher em sua sexualidade e em tudo o que ela representa - além de representar, é claro, o MEDO verdadeiro que os homens detêm dessas representações. Alguns relatos de "vitimas" da bruxaria são tão absurdos que fica um pouco difícil não rir de tamanha tolice.
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Eliseu 14/03/2019

O Martelo das Feiticeiras
Tenso! No capítulo 2 de "Deus não é grande - como a religião envenena tudo", Christopher Hitchens não se esquiva e vai direto ao ponto: "A religião mata". O Martelo das Feiticeiras é um manual escrito por dois inquisidores que ensinavam, passo a passo, como proceder na identificação, no julgamento e na punição contra as mulheres, que por uma série de motivos, podiam ser consideradas como bruxas. Dois aspectos são essenciais para entender como tudo foi possível (a caça, a tortura e a execução de milhares de mulheres): 1° a lavagem cerebral exercida pelas religiões que acaba gerando comportamentos condicionados e 2° a forte repressão e desvalorização que existia no período em questão (Idade Média e Idade Moderna) em relação as mulheres e as questões femininas. Era um ambiente extremamente desigual e machista onde a Igreja exercia o seu poder com um modelo culpabilizador da existência dos mais fracos. Num mundo tão desfavorável para as mulheres , usando o medo que se alastrava através da obediência cega, a Igreja de homens demonizou e matou milhares de mulheres. O Martelo das Feiticeiras é documento aterrador que atesta até onde pode ir a estupidez humana motivada por crenças e valores duvidosos.
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Viick 28/01/2013

Minha Leitura:
O livro possui duas introduções, a de Rose Marie Muraro - que trata da posição da mulher nas sociedades ao longo dos séculos e que é a mais fácil de ler - e a de Carlos Byington - que é muito interessante e fala da distorção do mito cristão ao longo dos tempos, fala de certos aspectos da psicanálise, que não consegui entender plenamente por não saber quase nada sobre o assunto.
Após a introdução, vem a Bula Papal, que é a autorização do papa para as torturas da Inquisição.
Chega então a primeira parte, maçante e cheia de argumentos absurdos, em que se acusa qualquer coisa que discorde da visão da igreja de heresia. Essa parte mostra deus como "chefe" do diabo, e há uma confusão tremenda nos conceitos de castigo divino e castigo malévolo. O autor nunca se aprofunda em suas observações e as termina com "não me aprofundarei por motivos de brevidade".
Na Questão II existem duas passagens muito absurdas que falam sobre o olhar do basilisco e sobre o cadáver que jorra mais sangue quando perto de seu assassino.
A observação do tempo e das estações é extremamente desmerecida, taxada como coisa demoníaca.
Ainda não terminei a primeira parte, tem sido difícil avançar na leitura por motivos de: preguiça.




Citações Literárias:
Beyond Power- Marilyn French
The Masks of God: Occidental Mithology
Witches, Nurses and Midwives- Deirdre English and Bárbara Ehrenreich
História da Sexualidade- Michel Foucault
Summa Contra Gentills
Secunda Secundae
Flores Regularum Moralium
De Passionibus Aeris
Livro das Sentenças da Inquisição

Pessoas citadas:
Al-Ghazali
S. Tomás
S. Agostinho
S. Gregório
S. Isidoro
Vincent de Beauvais

Trechos:
"Em cada menino nascido no sistema patriarcal repete-se, em nível simbólico, a tragédia primordial. Nos primeiros tempos de sua vida eles estão imersos no Jardim das Delícias, em que todos os seus desejos são satisfeitos. E isto lhes faz buscar o prazer que lhe dá o contato com a mãe, a única mulher a que têm acesso. Mas a lei do pai proíbe ao menino a posse da mãe. E o menino é expulso do mundo do amor, para assumir sua autonomia e com ela, a sua maturidade. Principalmente, a sua nudez, a sua fraqueza, os seus limites. É à medida que o homem se cinde ao Jardim das Delícias proporcionadas pela mulher-mãe que ele assume sua condição masculina."

"À mesma idade que o menino conhece a tragédia da castração imaginária, a menina resolve de outra maneira o conflito que a conduzirá a maturidade. Porque já vem castrada, isso é, porque não tem pênis (o símbolo do poder e do prazer, no patriarcado). Quando seu desejo a leva para o pai ela não entra em conflito com a mãe de maneira tão trágica e aguda[...] Ela não se desliga inteiramente das fontes arcaicas do prazer (o corpo da mãe). Por isso, também, não se divide de si mesma como se divide o homem, nem de suas emoções. Para o resto d sua vida, conhecimento e prazer, emoção e inteligência são mais integrados na mulher do que no homem, e por isso, são perigosos desestabilizadores de um sistema que repousa inteiramente no controle, no poder e, portanto, no conhecimento dissociado da emoção e, por isso mesmo, abstrato."

"As regras convencionais só eram válidas para as mulheres e homens das classes dominantes, através dos quais se transmitiam o poder e a herança. Assim, os quatro séculos de perseguição às bruxas e aos heréticos nada tinham de histeria coletiva, mas, ao contrário, foram uma perseguição muito bem calculada e planejada pelas classes dominantes, para chegar a maior centralização e poder."

"Pois, qualquer homem que erra gravemente na interpretação das Sagradas Escrituras é corretamente considerado herege. E quem quer que pense de outra forma a respeito de assuntos pertinentes a fé que não o defendido pela Santa Igreja Romana é herege. Eis a verdadeira fé."
Que é completado por: "...o Espírito Santo é capaz de conceder a um homem todo o conhecimento apenas através de sua capacidade intelectual natural sem qualquer auxílio."

"Ministrar os ensinamentos divinos, eis o que a nós é confiado: recaia sobre nós a desgraça se não semearmos a boa semente, recaia sobre nós a desgraça se não ensinarmos bem ao nosso rebanho."

"As bruxas são assim chamadas pela negrura de sua culpa, quer dizer, seus atos são mais malignos que os de quaisquer outros malfeitores. Elas incitam e confundem elementos com a ajuda do demônio, causando terríveis temporais de granizo e outras tempestades, enfeitiçam a mente dos homens, levando-os a loucura, ao ódio insano e à lascívia desregrada. Pela força de suas palavras mágicas, como por um gole de veneno, conseguem destruir a vida." - S. Isidoro.

"Porém, quis a Divina Providência que pelo exemplo de Jó os poderes do diabo se manifestassem, mesmo sobre os bons homens, de sorte a aprendermos a nos guardar contra Satã e que, pelo exemplo desse santo patriarca, a Glória de Deus se manisfestasse em seu esplendor, porquanto nada acontece sem a permissão do Todo Poderoso."

"Tais encantamentos podem ser classificados em três tipos. Em primeiro lugar há a ilusão dos sentidos - que realmente pode ser produzida por magia, ou seja, pelos poderes do diabo, se Deus assim permitir. Os sentidos também podem ser iluminados pelos poderes de anjos do bem. Em segundo lugar, há o da fascinação pelo encanto e pela sedução, a exemplo do que nos diz o apóstolo."Ó insensatos gólatas! Quem voz fascinou a vós?" Gólatas 3,1. Em terceiro lugar, há o do feitiço lançado pelo olhar sobre outra pessoa, que pode ser prejudicial e maligno."

"Querer assim provar que os efeitos do mal podem ser gerados por alguma força natural é afirmar que essa força natural é afirmar que essa força natural é a força do demônio, o que se acha, de fatom bem distante da verdade."

"Atentemos em particular, para o fato de que para a prática desse mal abominável são necessários quatro elementos. Em primeiro lugar, é necessário, do modo mais profano, renunciar à Fé Católica, ou negar de qualquer maneira certos dogmas da fé, em segundo lugar, é preciso dedicar-se de corpo e alma a prática do mal; em terceiro lugar há de ofertar-se crianças não-batizadas a Satã; em quarto, é necessário entregar-se a toda sorte de atos carnais com íncubos e Súcubos e à toda sorte de prazeres obscenos."

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Ragana 04/11/2009

Mais um lido por obrigação dos estudos. É terrível e só tendo muito estômago pra ler.
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@bibliotecagrimoria 08/12/2022

Datado de 1484, o livro tem sua autoria atribuída aos inquisidores Heinrich Kramer e James Sprenger o Martelo das Feiticeiras (Malleus Maleficarum), foi o mais famoso manual de orientação ao combate às práticas de bruxaria. A confecção do livro se deu num período em que se acreditava que a região norte do território correspondente à Alemanha estava tomado por mulheres (e homens, em menor número) que faziam pactos com demônios, se entregavam à íncubus e mantinham práticas de orgias em certas festividades conhecidas como sabás e cujo caráter conspiratório em se associar com o Diabo ameaçaria a própria ordem da comunidade pautada na doutrina da Igreja Católica.
A explicação dada pelos autores para a maior presença feminina naquilo que se acreditava como a ?superstição? da bruxaria e dos pactos, era a de que ?... a mulher é mais carnal do que o homem, o que se evidencia pelas suas muitas abominações carnais. E convém observar que houve uma falha na formação da primeira mulher, por ter sido ela criada a partir de uma costela recurva, ou seja, uma costela do peito, cuja curvatura é, por assim dizer, contrária à retidão do homem. E como, em virtude dessa falha, a mulher é animal imperfeito, sempre decepciona e mente?. A passagem faz ainda menção ao livro de Eclesiástico, capítulo 25 (livro presente somente na Bíblia católica, não confundir com Eclesiastes, este presente tanto em Bíblias católicas quanto protestantes), onde se diz que ?não há veneno pior que o das serpentes; não há cólera que vença a da mulher. É melhor viver com um leão e um dragão que morar com uma mulher maldosa?.
Chama atenção no livro o fato de algumas das crenças atribuídas pelos autores ao papel desempenhado pelas bruxas bater nas temáticas que até hoje estão presentes na sociedade, como a pauta do aborto. Nesse aspecto, as bruxas eram vistas como mulheres que ameaçavam a vida de forma direta, impedindo desde à sua concepção, ao causar a esterilização dos homens e a remoção de seus pênis (acreditava-se que as bruxas podiam remover os falos por suas artes malévolas de cunho ilusionista), passando pela interrupção da gestação, através do conhecimento de substâncias que possibilitavam o aborto, até o assassinato, pois entre seus ritos estaria a prática do sacrifício de crianças que eram ofertadas ao Diabo.
O livro se divide em três partes:
- Na primeira parte a preocupação dos autores é de cunho teológico, procura-se explicar as condições necessárias à existência da bruxaria. Seriam três estas condições: o Diabo, origem do mal e da perversão da natureza; a bruxa, que serviria como veículo da vontade pervertida do demônio; a permissão de Deus, que também agiria punindo a humanidade através da ação dos anjos do mal na vida daqueles que se encontram em pecado.
- Na segunda parte a preocupação dos autores é explicar o método pelo qual as bruxas infligem seus males, e de como estes podem ser curados.
- Na terceira, os autores se ocupam do processo judicial. Como se deve proceder no caso da identificação de uma bruxa, da instauração do processo, da proteção dos agentes da lei, que devido sua função estariam imunes à ação dos malefícios, e das medidas à serem tomadas no Tribunal eclesiástico e civil sobre as bruxas e hereges.
A edição conta ainda com a introdução da intelectual e feminista brasileira Rose Marie Muraro, onde a autora faz um apanhado da trajetória das mulheres na história da sociedade humana e em como seu papel que antes era o de centralidade passou a ser ressignificado na medida em que as próprias dinâmicas sociais materiais se ressignificavam, com impactos profundos na espiritualidade e a marginalização de tradições que celebravam os ciclos da natureza trazendo a reboque a misoginia no meio social, algo que encontrava no livro do Gênesis (onde a figura feminina ocupava lugar central na queda da humanidade) seu fundamento no discurso religioso.
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Juliana.Rissardi 16/05/2021

O livro é denso, contraditório, violento, porém, uma historiografia imprescindível para quem quer estudar a História da Bruxaria, as raízes da inquisição e as questões de gênero na idade moderna.
O livro demonstra claramente um ódio declarado às mulheres, por meio de demonstrações misógenas e a acusação de bruxaria em que a maioria das vitimas eram exatamente do sexo feminino.
Este livro,(tirando os anacronismos) de lado, é odioso, e deve ser estudado para compreensão. Foi escrito exatamente na época em que Guttenberg inventou a prensa, o que possibilitou a ampla divulgação das teorias violentas de Kramer e Sprenger.
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Muotoilla 09/02/2011

Na visão de uma agnóstica teísta
O Martelo das Feiticeiras - ou no original em latim "Malleus Maleficarum" - foi escrito por 2 inquisidores, Heinrich Kraemer e James Sprenger, no século XVI. Não se trata de uma ficção, são relatos reais, um manual dividido em 3 partes de como a igreja católica reconhecia e torturava as pessoas consideradas bruxas, em sua grande maioria mulheres.

Na primeira partedo livro, na minha percepção houve uma grande distorção dos papeis de Deus e o diabo, quase uma inversão de papeis, o que me trouxe um sentimento de revolta e impunidade. Na segunda parte, onde são descritas as mortes e torturas, o mal estar tomou conta de mim. Por ser uma leitura extremamente perturbadora e REAL, abandonei o livro, porém pretendo retomá-lo quando me sentir capaz de suportá-lo.

Por esse motivo recomendo o livro apenas aqueles que acreditam que não vão se envolver emocionalmente com os fatos, porém querem tentar buscar a verdade dos acontecimentos nas entrelinhas da realidade distorcida por esses dois monstros.
Carlos Luiz 26/11/2018minha estante
Pois é. Tenho esse livro há uns 20 anos e não tive coragem de sequer começar a ler. Pretendo, mas...




brabo 14/02/2010

Só li a primeira parte, a mais de 10 anos...
Agora, para continuar talvez eu precise de fazer uma leitura dinâmica do que já li. De qualquer forma, é preciso de muito "estômago" para continuar a leitura.
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alex82 09/02/2023

Kramer e sprenger eu odeio vcs, mas obg pela ajuda no tcc
Em 2021, ano de conclusão do meu ensino médio, fiz meu tcc sobre ?a imagem negativa das bruxas; um estudo sobre a heresia medieval feminina? onde eu pesquisei (e muito) sobre a história da bruxaria e como a caça às bruxas começou. eis um trecho do meu tcc
?esse guia sobre como identificar, caçar interrogar e exterminar as supostas agentes do diabo, as bruxas, teve 28 edições. aceito por católicos romanos e protestantes como fonte confiável de informação sobre o satanismo e como guia de defesa cristã. até a publicação do livro, a bruxaria era considerado um crime menor, punido com inúmeros castigos físicos. o surgimento deste livro contribuiu para prolongar cerca de dois séculos de história e massa e caça às bruxas.?
eu literalmente já defendi um tcc sobre isso e não quero repetir tudo de novo, apenas gostaria de deixar aqui o meu ódio à esses dois e a imagem completamente distorcida que eles passaram das bruxas (que muitas vezes eram apenas curandeiras ou apenas periféricas). como já disse anteriormente, esse livro foi um marco para a história da inquisição.

(?ain mas é documento histórico você não pode dar nota baixa?, teu 🤬 #$%!& . foi horrível cada página desse livro é ler todas as mentiras que esses dois propagaram foi extremamente doloroso. milhares de mortos por causa deles.)
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sami monteiro 24/05/2009

A verdade doi!
O livro apesar de interessante,da uma sensação de revolta,uma vontade de voltar no tempo só para dar uma lição em quem concordava com aquelas barbaridades.
Acho que não tenho perfil para esse livro,fico muito indignada sempre que tento.
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J.P. Lima 04/02/2020

Bruxas
É o livro mais indispensável para se conhecer sobre a mitologia das bruxas. Na verdade, esse é o livro base de tal mitologia tal como a conhecemos em nossos dias. Houve predecessores, claro! Por exemplo, "formicarius". Ambos se completam.
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