Resenhas - Debaixo das rodas de um automovel

Clio0 03/07/2021

Skylab é um transgressor. Não porque sua escrita é revolucionária e seus temas transcendentais, mas porque nele há uma verdadeira curiosidade, quase fascinação, na forma como vê as coisas e as transforma em poesia.

Sua predição pela vida cotidiana (sempre urbana, sempre Rio de Janeiro) não remete a Chico Buarque; Skylab é tanto nihilista, um tanto zombador demais para que essa comparação possa ser feita. A vida conjugal, o sexo, a família, a casa, o vomito, o cu, o amor, tudo é maravilhoso em sua forma crua, grotesca, evolucionária.

Como poeta, não brinca apenas com as palavras, ele tem uma certa preferência pelo retórico, só levemente filosófico - tipo um bêbado de botequim.

Heder Duarte 01/06/2013

Rogério Skylab é mesmo um artista autêntico
Esse livro contém 80 sonetos interessantes de ler, os temas são bastante urbanos focados na ambientação do Rio de Janeiro e no que acontece nessa cidade em seus vários bairros que parecem pequenas cidades. Recomendo esse livro e foi uma ótima compra que fiz no Poupa Tempo.

Skylab sabe prender a atenção do leitor, seus temas variam e envolvem pela visceralidade, cria surpresas em alguns textos, faz refletir e adiciona conteúdo para quem o lê. Ele tem um sarcasmo e ironia interessantes que criam todo um humor negro descomprimissado com a arte do riso, vale ler cada poema dele em sonetos bem organizados sem tantas firulas e bem narrado até o fim.

Antônio Patrick 22/03/2021

Skylabismo
A arte do Skylab é indefinível. Então a denominarei Skylabismo. Nenhum outro ismo o retrata. Seus sonetos, com versos brancos, são singelos, bonitos, estranhos, casuais, irrotuláveis, desertores, capengas, exóticos, putrefatos, multirreferenciados. Um olhar apurado para o cotidiano, uma grande bagagem cultural imensa e uma maturidade artística soberba. É o antipoeta enigmático que retrata efemeridades, incômodos e fragmentos do cotidiano como mais ninguém o faz. É um peido em um quarto escuro.

Eitacaceta 01/07/2022

Rogério Skylab é um filósofo do grotesco. Seu livro de poemas é incômodo, desconfortável e algumas vezes sensível.