Clio0 03/07/2021
Skylab é um transgressor. Não porque sua escrita é revolucionária e seus temas transcendentais, mas porque nele há uma verdadeira curiosidade, quase fascinação, na forma como vê as coisas e as transforma em poesia.
Sua predição pela vida cotidiana (sempre urbana, sempre Rio de Janeiro) não remete a Chico Buarque; Skylab é tanto nihilista, um tanto zombador demais para que essa comparação possa ser feita. A vida conjugal, o sexo, a família, a casa, o vomito, o cu, o amor, tudo é maravilhoso em sua forma crua, grotesca, evolucionária.
Como poeta, não brinca apenas com as palavras, ele tem uma certa preferência pelo retórico, só levemente filosófico - tipo um bêbado de botequim.