Resenhas - Viagens com presidente

daiane301 30/08/2021

Livro de relatos
O livro é bom, leve para ler e parece que alguém está apenas contando histórias pro leitor. Histórias que carregam algumas curiosidades interessantes sobre o dia a dia do presidente mas na verdade fala mais sobre a impressão dos jornalistas sobre estes fatos.

É perceptível que há duas pessoas escrevendo por repetições de histórias e visões diferentes ao longo do livro. E estas visões definitivamente não são neutras, um dos autores claramente não esconde sua saudade de FHC em detrimento de Lula, com comparações que, mais tarde no livro, são compensadas dizendo que os jornalistas estavam mais livres, então a opinião não é clara. Outro exemplo são justamente as repetições, até da mesma frase, só para falar um pouquinho mais mal do presidente da época.

Quanto ao jeito do presidente, relatado através de frases literais e opiniões de entonação, é muito bem retratado, dá pra imaginar as reações de Lula, tanto as boas quanto as ruins. O homem do chão de fábrica chega a presidencia e quer as coisas do seu jeito, rápido, não gosta de ser contrariado, nem de ser feito de bobo. Essas situações são muito bem escritas pelos autores.

É interessante também acompanhar como o jeito de Lula mudou de seu primeiro mandato para o segundo e para os tempos mais recentes antes e depois de sua prisão, para o político muito mais paz e amor, ainda competente, de agora.

Mar 10/08/2018

Livro fraco
Pela sinopse e pelo título, julguei que se trataria de narração das viagens do Presidente Lula em seu primeiro ano de mandato, entretanto o livro é muito mais sobre viagens dos repórteres que acompanharam o presidente - primeira frustração. No caso, narram as dificuldades dos repórteres/escritores, narram as hospedagens dos repórteres e coisas absolutamente levianas, como: como escreviam aos jornais sobre o que Marisa Letícia comentou no museu ao invés de reportar o que aconteceu na reunião política que levou o presidente àquela determinada viagem; como fofocas de avião eram reportadas ao invés de decisões do Presidente. Coisa realmente ridícula de se ver. Por outro lado: é bom ter noção dessa realidade para questionar o que é mostrado na mídia.

Segunda frustração: a narrativa é enfadonha. Totalmente casuísticas, não segue cronologia e em dados momentos o leitor se sente conversando com colegas em mesa de bar, onde cada um fala o que quer sem chegar exatamente a nada -essa é a impressão que o livro passa: que não se quer chegar exatamente a nada.

Pontos positivos: o livro tem algumas curiosidades e pontos interessantes, como gastos que foram feitos nas viagens internacionais, a realidade do presidente "simples", que comia em restaurantes caros, utilizava talheres de prata e não economizava em gastos com o dinheiro público; como funciona a escolha da "notícia" pela mídia e como "fofocas" são mais interessantes que a notícia de fato.

Mais um ponto positivo do livro: apesar de se tratar do Lula, um presidente que desperta amor ou ódio, sem meio termo, a oba foi escrita de forma apartidária. Há tanto coisas boas como ruins narradas sobre o Presidente.

Recomendaria a leitura apenas por conhecimento dessas curiosidades que rondam essas viagens - lembrando que a obra não tem qualquer profundidade, mesmo os dados apresentados restringem-se a enumerar as viagens do Presidente e compará-las aos antecessores. Nada de grandes esclarecimentos. Se o leitor tiver acompanhado os jornais da época, o livro se torna inútil.

Lista de Livros 23/12/2013

Lista de Livros: Viagens com o presidente: dois repórteres no encalço de Lula do Planalto ao exterior – Leonencio Nossa e Eduardo Scolese
“Nas viagens, ao ver um antigo militante na plateia, Lula faz questão de convidá-lo a se aproximar. Isso causa confusão. Jornalistas e seguranças também têm de acompanhá-lo. Assessores o aconselham a evitar esse tipo de contato. E a resposta do presidente é sempre a mesma:
– Por ra , essa gente se fodeu pra fazer a minha campanha e agora não posso dar um abraço neles?”
*
“Lula teve dificuldades de chegar a Agra, cidade onde esta o Taj Mahal. É que a neblina atrasou em mais de uma hora a decolagem do avião presidencial em Nova Déli.
– Chegar até aqui e não conhecer o Taj Mahal é o mesmo que não vir à Índia – argumentou.
Diante do monumento, ele brincou com os fotógrafos:
– Vocês já viram alguma coisa mais bonita?
A resposta foi negativa.
– Não é lá atrás, não. Sou eu, gente.”
*
“Fora dos holofotes, porém, Lula nunca escondeu o incômodo ao ver um de seus assessores com fome. Num jantar com o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, na cidade suíça de Lausanne, em maio do primeiro ano de mandato, ele percebeu que o intérprete Sérgio Ferreira estava faminto e cansado. Sentado enquanto ouvia um discurso, o presidente pegou um prato com pães e aproveitou enquanto as câmeras apontavam em outra direção para cortar os pães em pedacinhos, passar manteiga e, discretamente, entregar o prato ao intérprete, que desde cedo traduzia conversas e declarações.
Lula, dizem amigos, não está preocupado se a pessoa está cansada. O que o aflige é ver os outros passando fome.”
*
Mais em:

site: https://listadelivros-doney.blogspot.com.br/2011/07/viagens-com-o-presidente-dois.html

claudioschamis 10/02/2009

Apesar de ser totalmente anti-lula,(meus textos publicados em alguns sites e no meu blog não me deixam mentir) achei que seria bom conhecer mais um pouco do "nosso" presidente. (arghh). Quando li a sinopse numa revista fiquei tão assustadoe abismado com as passagens transcritas que não teve jeito. O livro mostra bem quem é o Lula nos bastidores. Mostra quem é ele no dia-a-dia. Mostra que ele tenta passar uma imagem de bom moço, de gente humilde mas quando se transformou no presidente e passou a morar em Brasília o encanto acabou. Ele voltou a ser uma abóbora. Se bem que não sei como ele era no tempo de sindicalista e pessoa pobre. Hoje é intratável pelo que mostra o livro. Agora quem votou nele, lamentável, e que agüente os que não votaram...