Fluxo Floema

Fluxo Floema Hilda Hilst




Resenhas - Fluxo Floema


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gablues 19/05/2024

O que Hilda faz com as palavras é assombroso. É impossível não ser tragado pelo fluxo insano de sua escrita. Nesse livro, o primeiro lançamento em prosa de Hilda, ela demonstra o domínio que tem sobre a escritura. É difícil expressar em palavras o que senti ao ler, ou até mesmo definir exatamente o que li. Hilda alcança aqui um nível de abstração tão insólito quanto mundano; a irreverência, o fluxo de consciência, a coragem de narrar o inenarrável. Ler Hilda Hilst é quase um delírio total, uma experiência que desafia toda a construção do que é leitura e literatura.
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aster5 09/03/2023

Hilda hilst mãe
Me matei . que livro. ela flui mesmo, me senti uma célula vegetal viva viva viva com hilda hilst correndo pelos meus tecidos vasculares como é que pode. tive 50 tremeliques e chorei toda vez que ela mencionou deus. e mãe. e pai. E ATÉ QUANDO ELA FALA SOBRE 🤬 #$%!& . desumano. não, humano até demais pra ser sincero. incrível.

"(...) ia enxugar a cara. um vento bateu. fiquei parado no vento. olhei tudo querendo ser sempre menino, querendo sempre ter um maracujá, uma romã, a vontade de alguns araçás, e água na cara e vento. grande que eu era de pé, e alguma coisa me estufou o peito, alguma coisa me encheu a boca e eu gritei. OOOOOOOOIAAAAAAAAI e outra vez bem comprido OOOOOOOOOOOOOOOOOIAAAAAAAAAAAAAAAAAI. e a mãe veio correndo, os irmãos também, a velha muito assustada, os cachorros também, as galinhas pretas pequenininhas, a mula veio que veio depressa e todos me rodearam e a mãe falou sem respirar: oquefoimeninooquefoi? e aí eu disse sem querer dizer: mãe, o mundo me dói, me dói pra valer."

minha passagem favorita. te amo, hilda
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manuela 14/01/2023

primeiro contato com a querida
eu sabia que ia ser difícil mas não tantokkkk tive que ler teses sobre cada um dos textos para entender mas mesmo assim eu gostei muito! o fluxo de consciência pode ser bem complicado mas tmb é extremamente lindo e único
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@eu_rafaprado 21/06/2022

Eu Sou Apaixonado por HH
Fluxo-floema (Hilda Hilst ? 1970)
Em sua primeira prosa, Hilda trabalha em cinco contos com seus elementos centrais, como o antinarrador, a simultaneidade do sagrado e do profano, a figura da trindade, a anarquia de gêneros e o obsceno.
- Fluxo: neste primeiro conto que é dedicado a Lygia Fagundes Telles, há uma mistura de personagens e pensamentos em fluxo continuo que mostra uma certa loucura e dificuldade em narrar a história. (Eu só sei escrever as coisas de dentro, e essas coisas de dentro são complicadíssimas, mas são... são as coisas de dentro).
-Osmo: este que não é dedicado a ninguém, conta a história de um homem que é convidado a dançar. (e é por isso que eu acho que alguém resolve as coisas por mim, alguém que não sei quem é).
-Lázaro: dedicado ao seu amigo e escritor Caio Fernando Abreu, neste conto Hilda traz a consciência narrada de Lazaro do dia de sua morte até a sua ressureição, quando seu amigo Jesus o chama para fora de seu tumulo, ou seria de seu quarto de hospício? este foi o meu favorito do livro.
-Unicórnio: se você está pensando que é só em Pantanal que é possível ver uma mulher se transformar em bicho, neste conto alguém se transforma em um unicórnio! Dedicado ao seu amor: Dante Casarini, é neste que Hilda mais se revela, fala entrelinhas sobre a loucura do pai e o abandono da mãe, da necessidade de solidão.
-Floema: dedicado ao seu pai, em consonância com fluxo, Hilda fecha seu ciclo narrativo em fluxo de uma consciência dificílima de acompanhar e faz com que qualquer leitor se pergunte, como pode alguém escrever desta forma e essas coisas todas... (Nada é junto de mim, nada é distante. Abarco o meu próprio limite).
Desta vez vou ler a prosa completa de Hilda acompanhado do meu amigo de leituras difíceis: @marcosmelhado , um por mês para não cansar e nem desistir.

#hildahilst #casadosol #fluxofloema #caiofernandoabreu #hildahilstdaprosa
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Anderson916 05/10/2021

É um livro muito interessante...
Não devia ter feito essa leitura agora, confesso que não aproveitei muito o livro, foi uma leitura rapida mas nao quer dizer que so passei a vista e pronto, o conto que aparece o unicórnio depois de uma metamorfose à lá Kafka é sensacional. laaa na frente depois que terminar todo o box da querida Hilda pretendo fazer uma releitura.
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Antônio 03/08/2021

Durante 5 contos, se utilizando (e muito) do fluxo de consciência para, em termos gerais, falar da criação da linguagem, do narrador, da criatura (personagem) e refletindo sobre o poder do narrador na literatura, Hilda Hilst nos presenteia com uma obra que fala da existência de forma crítica. Muitas vezes, a criatura e o criador se enfrentam durante os textos e isso é muito interessante de se ler.

O livro é difícil, mas, pacientemente, conseguimos entender o que a Hilda quis manifestar com essa obra e a experiência se torna maravilhosa. É uma verdadeira viagem metalinguística no improvável e no esfacelamento de cada personagem apresentada.

O mais interessante é a mistura de gêneros durante os textos e como a Hilda é genial ao fazer isso! Ela mistura prosa com poesia e teatro (os textos são muito bons de serem lidos em voz alta!) de uma forma que faz muito sentido. Também fiquei muito feliz de ter dado boas risadas (assim como ri muito com os livros de Pornô Chic no ano passado) com a ironia da autora, principalmente quando é para atacar a figura do editor de livros.

"existir é sentir dor, existir não é ficar ao sol, imóvel, é morrer e renascer a cada dia, é verter sangue".
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HonorLu 26/04/2021

Primeira experiência em H.H
Como entusiasta em Lygia Fagundes, diversas vezes em seus textos Hilda aparecia como referência direta. Além de grandes e íntimas amigas, percebo agora, após a leitura desse primeiro volume, o quanto as duas também trocavam e bebiam uma na outra a poética e estilística. Talvez minha intensa e contínua passagem em Lygia tenha me feito mais confortável na narrativa de Hilts, o que a tornou mais sensível e severamente mais impactante a mim.

O livro é a estreia da autora na prosa, o que define por si só o que esse primeiro livro representa: um intenso experienciar na escrita corrida e no fluxo contínuo que a prosa pode proporcionar. Com apenas 5 contos, todos muito densos, Hilda já pincela elementos que irão aparecer em toda sua obra, ainda tímida, mas nem um pouco econômica em suas profundidades. Ressalto os contos Unicórnio e Lázaro para ressaltar a sensibilidade e complexidade da autora. Recomendo!
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Lucas.Batista 26/01/2021

Ótima porta de entrada.
Primeiro romance em prosa de Hilda, Fluxo-Floema é composto por 5 textos que usam e abusam do fluxo de consciência, porém (e isso é o mais importante), sem nunca perder a mão e deixar que o fio condutor do texto se perca. Hilda é mestra nisso.
As histórias são bastante divergentes entre si, tanto nos temas (indo de religião a crises de criatividade artística), quanto nos gêneros dos textos em si, sendo muitas passagens engraçadíssimas.
Destaque para o texto do Serial Killer.
Recomendo muito para aqueles que querem começar a conhecer Hilda.
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Silvio 31/12/2020

Longe de ser uma leitura fácil mas é muito interessante como a Hilda praticamente faz uma prosa poética, com alguns aspectos biográficos (como em "O Unicórnio").
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Lucas.Sampaio 23/11/2020

Hilda em prosa
Após 20 anos dedicados à poesia, a prosa de Hilda Hilst surge em 1970, com o livro Fluxo-floema (1970), em pleno Golpe Militar, poucos anos após um dos maiores infortúnios institucionais do Brasil, o AI-5 (Ato Institucional número Cinco), responsável pela censura de obras, músicas, teatro, cinema, e da imprensa, dentre outras mídias em geral. Por isso, era bastante apropriado se produzir nessa época uma das prosas mais polêmicas e libertárias da literatura brasileira, tanto nos temas, quanto na linguagem utilizada.

É inegável que a escrita de Hilda foi revolucionária em seu tempo, recebendo elogios de figuras como Anatol Rosenfeld e Leo Gilson Ribeiro, que a classificou como ?a mais perfeita escritora viva em língua portuguesa?, alguém que escrevia "... há vários anos a mais abissal e deslumbrante prosa poética do Brasil posterior à genialidade de Guimarães Rosa". Mesmo sendo reconhecida pela crítica literária de sua época, tendo recebido inúmeros prêmios enquanto viva, Hilda encontrou muita resistência para distribuição da sua obra, sendo recusada por várias editoras.

Sua produção, embora divulgada sempre de forma prematura, com pouco espaço de tempo entre a escrita e a publicação, ficou em posse de pequenas editoras, de baixa circulação, o que fazia com que seus livros circulassem apenas no eixo Rio/São Paulo. Portanto, os escritos de Hilda Hilst se mantiveram longe do grande público durante muitos anos, e só vieram alcançar maior circulação após a editora Globo/Biblioteca Azul vir a publicá-los no início dos anos 2000, próxima à morte da autora.

Em face disso, a escritora só se alçou à popularidade há relativamente pouco tempo. A prosa ficcional de Hilda Hilst sempre esteve em constante discussão, mesmo que por um seleto grupo de pessoas, mantendo, assim, o status de literatura cult e acadêmica que a própria Hilst declarava-se contra, ao chamar seu público de ?[...] uma seita, é como uma KGB, a polícia política da União Soviética?.

O livro Fluxo-floema é um dos exemplos perfeitos da complexidade narrativa da H.H., trazendo técnicas como fluxo de consciência, narração frenética vista através de um olhar esquizofrênico, descrições oníricas da vida pós morte etc.

São 5 novelas/contos/começos de romances, que tem uma força primordial, são feitos de sangue, terra e alma.

Hilda Hilst é uma das melhores e maiores autoras da Língua Portuguesa.
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thiago_schaffer 22/05/2020

A metafísica de dentro
O eu e seus contrários são colocados como vozes narrativas que se confundem; o pensamento/consciência é posto em palavra e vice-versa. Não se separa eu do outro, se despeja nele ao mesmo tempo que o repudia. O exercício contrastante da linguagem de Hilda aqui é continuo e metamórfico, como forma de dar conta da multiplicidade do homem, de seus desejos, dos seus paradoxos e finitude. Hora ela é capaz de ser sublime e transcendental, hora é vazia e cotidiana. Viva e morta: ?as palavras são uma coisa enorme a nossa frente, o exprimir-se é uma coisa enorme à nossa frente?. Sinto que para compreender um pouquinho de Hilda é sempre preciso relê-la é mesmo assim não será suficiente.

As conversa são consigo mesmo pelos outros, disputa por ser ou morrer.

Metalinguagem em diálogo, exalta e se exaspera com a mesma. Busca constante pelo exímio da linguagem; um vir a ser linguístico: ?é como explicar a crisálida que ela é um casulo agora e depois alvorada.?

?Por que o mundo me comove tanto??? O embate consigo está na relação com o mundo e com sua beleza grotesca.

Há sempre algo do incognoscível na língua de Hilda, sempre algo de dentro que nos perturba, porém não conhecemos e que nem sempre deseja à luz.

Sinto que a linguagem de Hilda é tão forte que preciso ler em voz alta. Não basta ler em mim, é preciso ler pra fora, suas palavras fazem barulho.

São textos sobre a ?metafísica de dentro?.
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Leituras do Sam 02/04/2018

Nem sempre é necessário "entender"
Primeira obra em proza de Hilda Hilst, Fluxo-Floema é a reunião de 5 "contos" escritos no já tão falando "fluxo de consciência hilstiano" que tem como uma de suas características a passaem não marcada e de difícil assimilação de um narrador para o outro que nem sempre é um outro e sim o mesmo personagem que se desdobra e se metamorfoseia em outra consciência, permitindo que muito seja dito.
A excelência da escrita de Hilda, que está a todo tempo colocando a linguagem, a letra em primeiro plano, é algo lindo e espantoso de ver e nos dá a sensação de que nem sempre é necessário entender tão bem o que a autora quer ou está dizendo.
Gostei muito dos dois primeiros contos, que são de fácil assimilação e que preparam o leitor para a enchurrada de idéias, críticas, questionamentos e divagações mais abstratas.
Precisa de releitura e de boas doses de loucura.

@leiturasdosamm
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Adriana Scarpin 04/02/2016

Aniversário de 12 anos da morte de Hilda Hilst
Hilst nunca cessa de me deslumbrar, nesse seu primeiro livro em prosa chega a ser pecado não chamá-lo de fato de poesia, porque o que é dito alí em fluxo de consciência exacerba a cadência do nosso modo de pensar, com um resultado poético próximo do que um esquizofrênico atinge. Não à toa a loucura sempre assombrou Hilst em razão da adoração pelo pai e de alguma forma ela atingea poética do fluxo de consciência simbólico dos loucos em sua prosa.
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