Os diários de Virginia Woolf

Os diários de Virginia Woolf Virginia Woolf




Resenhas - Os diários de Virginia Woolf


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Marcelo 13/01/2014

Procuram-se ouvidos
Assim como Diógenes foi visto procurando, com uma lanterna acesa, um homem, podemos ver Virginia Woolf procurando com um lápis aceso, iluminando uma folha de papel em branco, ouvidos que saibam ouvir, não com os olhos, mas com a imaginação. Nessa esfera da alma, não há limites, sendo os muros apenas trampolins para a escritora. O que se apreende do tornado de seus registros? A sede pela convulsão das emoções, por fechaduras que só podem ser tocadas, depois de encontramos chaves, marretas, qualquer coisa que viabilize o acesso ao inusitado, ao que não foi pintado, ao traço que anseia por um laço, um abraço, um pedaço do coração: "ah poder entrar nas coisas e sair delas com facilidade, deslizando, estar dentro delas, não à beira delas"(V.Woolf, p. 100).

Que é um cérebro - ou a vida, para quem tem subjetividade, nem que seja um pingo - no meio disso tudo? Dizer que é uma parede repleta de azulejos seria desumano demasiado desumano. Arranquemos os azulejos, o que veremos? Uma intricada rede de encanamentos por onde corre o rio da existência: um sofá de repouso, a viagem do último verão, um sorriso que ficou guardado em um baú. Podemos trocar esses encanamentos? Podemos! O curso do rio? Por que não? Até o não aqui serve de inspiração para a pintura de uma solidão saltitante. "Tudo isso vem confirmar minha ideia de que somos estilhaços e mosaicos; não, como se costumava afirmar, totalidades perfeitas, monolíticas, harmônicas". (V. Woolf, p. 104)
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