Morte Matada

Morte Matada G.G. Diniz




Resenhas - Morte Matada


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Luiz 06/10/2020

Essa leitura foi uma experiencia deliciosa. Já havia lido outro conto da autora no "Sertãopunk" e estava ansioso pra conhecer mais. Ganhei essa cortesia como assinante do Clube da Caixa Preta.
Apesar do ambiente meio desesperançoso que a autora cria, as personagens são cheias de força e resiliência. Cheias de uma vontade inconsciente e transgressora de continuarem vivas. Com suas próprias peculiaridades, me lembrou muito a sensação que tive lendo Ana Paula Maia.
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Letícia Black 05/10/2020

Gostei, com ressalvas
Logo nas primeiras cinco páginas da noveleira, duas coisas me incomodaram de cara: a primeira, não tão ruim, apenas um pouco esquisita, foi o uso de aspas no lugar das falas. A segunda, o que realmente me incomodou, foi o uso de orações curtas e quebradas (principalmente porque uso um aplicativo de leitura por voz, então parecia que eu estava em um carro num engarrafamento, indo e freando a cada dois metros).
Acho, porém, que o que mais me incomodou foi que as duas coisas são comuns em livros em inglês. O inglês não usa travessões e também não tem as mesmas ferramentas de oração composta que o português nos dá, então certamente "americanismo" não era algo que eu esperava encontrar em um livro que grita regionalismo e se caracteriza como sertãopunk.
A crítica feita, vamos às coisas boas: a história é curta e já começa com movimentação e trazendo curiosidade ao mundo criado por G. G. Diniz. Fiquei parada olhando a tela do eleitor, pensando se "coleira" tinha algum significado regional antes de perceber que era um elemento da história. A partir daí, a curiosidade ardeu e mesmo no meu engarrafamento (que melhorou bastante um pouco lá pra metade do livro), segui devorando o livro. A história, apesar de super curtinha, é muito interessante e eu com certeza leria tudo se fosse maior porque é bem do tipo que eu gosto. Fiquei indignada quando acabou porque queria era ver o desenrolar, entender mais sobre o mundo criado e sobre as tais coleiras. Fiquei triste. Gostei, com ressalvas. O enredo é sensacional, mas acho que o texto podia ser melhor trabalhado nas questões já apontadas.
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Gabriel Aleksander 28/09/2020

G.G. Diniz apresenta o Nordeste como você nunca viu! - literagabs.com
Neste conto da coleção Carcarás, somos apresentados a um nordeste distópico onde o coronelismo passou a ser o regime político regente, colocando os indivíduos que ali viviam em assujeitamento, tendo como forma de dispositivo de controle uma coleira posta no pescoço das pessoas que explode caso as ordens não sejam cumpridas.

No vilarejo de Cedrinho existe uma médica que mesmo com os poucos recursos busca fazer seu melhor para salvar a todos que ali vivem, mesmo que com isso tenha que pagar o preço da sua própria saúde física e mental.

Durante mais um dia emocionalmente exaustivo em sua vida, Heloísa depara-se com um casal de visitantes inesperadas aparecendo no terreno de sua casa, nitidamente em fuga e com uma delas estando gravemente ferida.

O instinto de cuidado e proteção que rege as escolhas da nossa protagonista faz com que ela acolha aquelas mulheres, mesmo com os riscos envolvidos. Mas ao se envolver naquela situação, Heloísa passará a entender que o regime de opressão que vem se estendendo pelo nordeste, e que reduz as pessoas de seu vilarejo a servidão, precisa chegar ao fim.

Juntas, três mulheres se unirão para derrubar um sistema e buscar a reconstrução de seu lar, a terra que um dia lhes acolheu mas que passou a ser cenário de violência e estabelecimento de sub-humanidades.

“Morte Matada” foi meu primeiro contato em diversas esferas, tanto como a introdução às obras de G.G. Diniz, quanto ao movimento de Sertãopunk e histórias que se passassem no nordeste em geral.

Conforme lia o conto e a descrição de Cedrinho fui me recordando de lugares pelos quais já havia visitado na minha infância, rememorando cenários pelos quais passo sempre que viajo no meu estado e vendo na descrição daqueles personagens pessoas com as quais esbarrei ou convivi, o que garantiu a conexão com a narrativa construída e me fez viver as sensações de urgência estabelecidas de forma mais intensa.

Além do sentimento de reconhecimento aos cenários que a autora constrói e os personagens que ali coloca, devo destacar a genialidade do enredo em si, e como a autora constrói um mundo distópico autêntico, com a apresentação de mecanismos de controle originais e personagens que exalam sentimentos verossímeis. Desse modo, cria-se uma atmosfera desesperadora e de urgência, que faz com que o leitor não pare de ler o conto até chegar à última página.

Ao lado de “Sons da Fala” de Octavia Butler, o conto de G.G. Diniz se configura como um dos melhores contos que já li na vida, se estabelecendo no meu imaginário como referência de excelência quando o assunto é construir enredos distópicos.

site: literagabs.com
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Brenda 09/09/2020

Ô povo arretado!
Cumprindo o que promete na sinopse oficial, a história destroi a ideia de calmaria interiorana. Ganha pontos para mim de primeira por se passar no meus país Nordeste! Sou do tipo de leitora que ama ir para os mapas entender por onde estão os personagens.Então, ver os nomes de lugares que já ouvi falar, visitei ou o próprio lugar em que moro foi experiência muito gostosa.
Mesmo sendo fantástica, a história toca em pontos sociais importantes como o abuso de poder e exploração de quem não tem nada. Os elementos que a autora colocou para dar a pitada fantástica, me intrigou e ainda me intriga: eu que não sou muito fã de séries de livros, quero muito ler as sequências para saber o que acontece e ter mais contato com as personagens principais.

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Renata 04/09/2020

Até agora um dos melhores da coleção, o final foi simplesmente perfeito, provavelmente terá episódio sobre ele no meu podcast @pcomspoiler.
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Tha 07/08/2020

Sangue no sertão
Conto muito bem escrito com uma história muito boa, que prende e instiga. Heloísa é uma ótima personagem, bem desenvolvida.

O chamado sertãopunk é um gênero que merece ser continuado!
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nemlanency 29/07/2020

Vibe Bacurau
Ficção curta, mas que me despertou tanto receio, como se fosse capaz de acontecer mesmo. Só memória e vivência do nordeste pra elaborar um relato tão certeiro no medo da gente.
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Aninha de Tróia 28/07/2020

Ótima história! Gostei muito da escrita da autora e da construção do mundo. O final foi perfeito. Amei
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Larissa3666 13/07/2020

Rápido e sagaz
A noveleta "Morte Matada" faz parte da série Carcarás, que se trata de uma coleção promovida pela editora Corvus, com o tema sertãopunk, histórias passadas na região Nordeste e escritas por nordestinos, que podem ser encontradas na Amazon.
Se trata de uma história de ficção especulativa, se passando na cidade de Cedrinho, em um futuro x mas com muitos elementos do presente, narrada pela médica da cidade Heloísa, que acaba ajudando duas certas fugitivas que buscam algo que não existe mais...
Apesar de ser em si uma história curta, o modo como foi desenvolvida entrega ao leitor a dose certa de mistério e suspense, tornando a leitura super rápida e instigante, você se vendo envolvido na trama e no drama dos personagens de forma bem natural, tanto que quando chega o final é até surpreendente. Isso talvez se deva ao fato de que em poucas páginas a autora conseguiu desenvolver bem os personagens, o que nem sempre acontece em histórias mais curtas. Valeu muito a pena ter conhecido essa história e logo conferirei as outras da coleção.
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Lore Cris 26/06/2020

Tenso e eletrizante
Acompanhando a história da Heloísa, somos apresentadas a uma região no Ceará, que há alguns meses foi invadida por empregados de um coronel, que controla os habitantes do local por uma coleira elétrica. A maior parte das pessoas em todo o estado vive assim. Através dessa narrativa futurística, a G.G. Diniz traz à tona discussões como: exploração da mão de obra humana, escravização, o estrago no uso de agrotóxicos... é uma leitura rica e que me deixou tensa, ansiosa para saber a conclusão. Gostei demais de Morte Matada!
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meiri 10/06/2020

era capaz de cavoucar uma bala fora das tripas de um homem
mulheres com sangue nos zói prontas para libertar o povo sertanejo!! narrativa sertãopunk de uma potência incrível, o único defeito é ser tão curta.
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Yago.CamurAa 30/05/2020

um conto incrível e muito ágil. a história vai sendo costurada de uma forma que o que acontece no final foi um motivo de comemoração pra mim hahaha
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CarolMarques 27/04/2020

Resenheriando
Nosso cenário é o sertãopunk e estamos localizados em Cedrinho, uma cidade de interior que era uma das únicas que ainda não tinham recebido as coleiras. Aqui, as coleiras são colocadas nas pessoas para controle, me lembram muito a de cachorro que se ele faz algo errado leva um choque. Isso é usado para controle dos coroneis e evita rebeliões.
Apesar de parecer algo muito futurista é bem perto da nossa realidade: os trabalhos são praticamente escravos, a água não tem tratamento eficaz e a comida é cheia de agrotóxico e pesticida o que acaba causando várias doenças graves nas pessoas. (viu? nada tão longe do que já estamos encaminhados)

A protagonista é Heloísa, ela é considerada médica da cidade mesmo sem nenhuma formação, claro que com tudo isso acontecendo seu trabalho é reduzido já que não tem remédios, equipamentos ou qualquer coisa decente ali. A médica é a única sem coleira na cidade, o motivo disso é totalmente irônico e muito bem colocado.
No meio da noite enquanto fuma, ela começa ouvir barulho de passos e logo em seguida vozes femininas. Heloísa pega uma lanterna e sai de casa, onde acaba encontrando duas mulheres machucadas, uma tem um ferimento grave e a outra ferimentos mais leves, sem nem pensar ela acolhe as duas e as ajuda mesmo tendo total certeza que se meteria em encrenca caso Caveira (o mais perigoso) descobrisse. O que Heloísa não sabia era que abrigar duas estranhas poderia mudar sua vida e a de Cedrinho bem rápido.
É um conto muito bem estruturado, o final dele me fez querer bater na Gabi? Sim e é isso que tornou minha leitura ainda mais gostosa e fascinante, amei ver o Nordeste ser representado de uma forma diferente do que outros autores sempre fazem, além dos diálogos serem totalmente naturais e você conseguir se aproximar de cada personagem com poucas descrições o que só demonstra a qualidade da escritora. Se tornou um dos meus favoritos e eu vou panfletar ele em cada oportunidade que tiver.
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Mariana - @escreve.mariana 24/04/2020

Distopia ou realidade do sertão nordestino? [IG: @epifaniasliterarias_]
Ambientada no interior do Ceará, na cidade de Cedrinho, a noveleta "Morte matada" tem como protagonista Heloísa, uma enfermeira que vive em uma casa afastada, no meio da floresta, e que presenciou sua cidade, antes livre, ser controlada pelo coronelismo.

Apesar de Cedrinho ser um dos últimos lugares a sofrer a dominação dos coronéis, sua população foi igualmente escravizada por coleiras eletrônicas, assim como já havia ocorrido em outras localidades. Dessa forma, submetido ao trabalho forçado nas lavouras e impedido de sair da cidade, o povo é mantido no cabresto e qualquer tentativa de revolta é contida imediatamente por choques em suas coleiras.

No entanto, por um golpe de sorte, Heloísa é dispensada do uso de sua coleira, o que não significa que não está sob constante vigilância dos jagunços da região, os quais discordam da liberdade que lhe foi concedida pelo filho do Coronel Gomes.

Em certo momento, a suposta tranquilidade de seu cotidiano é rompida, com a chegada de duas fugitivas em sua casa no meio da noite, uma vez que uma delas está visivelmente ferida e o primeiro instinto de Heloísa é de prestar os primeiros socorros. O que se torna um impasse é se conseguirá mantê-las abrigadas e a salvo dos olhares vigilantes dos jagunços, porém, volta a crescer nela o fio de esperança de que ainda há salvação para Cedrinho.

Um dos pontos que mais me surpreendeu foi a ambientação construída com maestria pela autora, que traz um retrato palpável da cultura, tradição, geografia e política do sertão nordestino. Além disso, os elementos distópicos da história proporcionam debates sociais, ambientais e de gênero extremamente pertinentes, que foram muito bem trabalhados, sem deixar a narrativa perder sua fluidez e dinamicidade.
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