Nayara.Rafaelly 03/09/2020
Jack Goody é um dos primeiros a escrever sobre história, estudos sociais e cultura. Logo de inicio vai explicar o verdadeiro sentido do titulo do livro “O Roubo da História”. Ele refere-se a dominação da história por parte do ocidente, ou seja tudo que aconteceu na antiguidade foi mostrado a nós da forma como a Europa quis, como ela impôs ao resto do mundo.
Para o desenvolvimento de seus argumentos ele cita autores como Gordon Childe, Max Weber, Nobert Elias e outros mais. O Objetivo do autor não pode ser outro a não ser o de mostrar a distorção que foi feita da história segundo o que os europeus escreveram e, assim, a partir do seu próprio ponto de vista, Goody da ênfase ao ocidente e pouquíssima importância as realizações que aconteceram ao restante do mundo, ou seja, ignora o oriente, isso resulta portanto no roubo da história.
Jack aponta aspectos historiográficos como o tempo, o espaço e a periodização, que serão muito usados no desenvolver de seus comentários.
A Europa se gaba de ser a melhor, de ter inventado tudo (democracia, capitalismo, instituições e etc), quando na verdade, tudo isso já existia antes em outras civilizações, em outras sociedades, ai esta o problema do eurocentrismo – mostrar apenas uma visão particular do mundo, segundo o que foi produzido na antiguidade europeia. Por conta disso, ainda vemos aqui no Brasil e muito frequente em nosso cotidiano, a influencia europeia na comida, vestuário, costumes e em alguns outros aspectos, certos indivíduos parece que tem necessidade de agir como um europeu, como se isso fosse a melhor coisa que existe.
Goody diz que é importante entender como essa “noção de divergência radical entre Europa e Ásia emergiu”. Para chegar até isso ele discute o conceito de antiguidade. Dessa forma ele mostra que a história do mundo não limita-se apenas na versão europeia.
Esta claro que com os diferentes processos que a Europa passou – Renascença - Avanços de navegação... Principalmente com a Revolução Industrial, a Europa alcançou um “grande domínio econômico mundial”. Daí qualquer região que não fizesse parte dela era considerada como raça inferior. E neste ponto, lembramo-nos do que já foi lido em outros textos como “O Queijo e os Vermes” e “Costumes em Comum”, a ideia de que tudo o que acontecia era plano da vontade de Deus.
Cada historiador apresenta seus argumentos sobre a história das civilizações, como é o caso, por exemplo, Trevor Roper que diz: “a civilização no oriente estava muito mais bem estabelecida do que no ocidente”. Ou seja, a civilização estava tão ligada as suas raízes que mesmo diante do contato com outros povos, conseguiram sobreviver.
Jack é sábio ao dizer que o historiador deve ter muita prudência ao interpretara história de maneira teleológica, onde devemos sempre interpretá-lo, voltando nosso olhar para os dias de hoje.
O autor questiona a posição de Elias a respeito do conceito de civilização europeu, pois descreve o “processo civilizador, como sendo uma teoria que teologicamente interpreta a “superioridade” europeia, para alcançar as etapas de desenvolvimento pós-medievo”. Usando para tanto culturas como China e Japão, aquela que desde a época foi uma super potência, é tão pouco discutida em salas de aula.
Elias foca um modelo historicamente curto, mais atual, e desconsidera a história longínqua descartando qualquer similaridade com outras culturas; tornando-se seletivo, em seus trabalhos sempre haverá o problema de as figurações, assim como civilizações, terem muito pouca base comparativa.
Goody critica Elias quando ele diz que alguns são civilizados e outros são selvagens, civilizado tendo como sentido obedecer os regulamentos sociais que são impostos e consequentemente assimilados pelas sociedades.
Assim, cabe a nós, interpretadores da história, recorrer ao máximo de fontes possíveis para que essa história seja transmitida da melhor forma e não negligenciada seguindo assim ao titulo do livro, pois a mesma já é uma crítica a maneira como a história foi escrita, sob o olhar de superioridade europeu.