O Roubo da História

O Roubo da História Jack Goody




Resenhas - O Roubo da História


4 encontrados | exibindo 1 a 4


Adiel.Guimaraes 27/09/2022

!!!!!
Na verdade, valores humanos e, nesse sentido, humanismo são encontrados nas sociedades humanas, nem sempre da mesma forma, mas frequentemente de forma comparável. Com certeza, a tríade individualismo, igualdade e liberdade não pode ser associada exclusivamente à democracia moderna nem ao Ocidente moderno. Como a caridade, ela se encontra disseminada de modo bem mais amplo.
comentários(0)comente



Nayara.Rafaelly 03/09/2020

Jack Goody é um dos primeiros a escrever sobre história, estudos sociais e cultura. Logo de inicio vai explicar o verdadeiro sentido do titulo do livro “O Roubo da História”. Ele refere-se a dominação da história por parte do ocidente, ou seja tudo que aconteceu na antiguidade foi mostrado a nós da forma como a Europa quis, como ela impôs ao resto do mundo.

Para o desenvolvimento de seus argumentos ele cita autores como Gordon Childe, Max Weber, Nobert Elias e outros mais. O Objetivo do autor não pode ser outro a não ser o de mostrar a distorção que foi feita da história segundo o que os europeus escreveram e, assim, a partir do seu próprio ponto de vista, Goody da ênfase ao ocidente e pouquíssima importância as realizações que aconteceram ao restante do mundo, ou seja, ignora o oriente, isso resulta portanto no roubo da história.

Jack aponta aspectos historiográficos como o tempo, o espaço e a periodização, que serão muito usados no desenvolver de seus comentários.

A Europa se gaba de ser a melhor, de ter inventado tudo (democracia, capitalismo, instituições e etc), quando na verdade, tudo isso já existia antes em outras civilizações, em outras sociedades, ai esta o problema do eurocentrismo – mostrar apenas uma visão particular do mundo, segundo o que foi produzido na antiguidade europeia. Por conta disso, ainda vemos aqui no Brasil e muito frequente em nosso cotidiano, a influencia europeia na comida, vestuário, costumes e em alguns outros aspectos, certos indivíduos parece que tem necessidade de agir como um europeu, como se isso fosse a melhor coisa que existe.

Goody diz que é importante entender como essa “noção de divergência radical entre Europa e Ásia emergiu”. Para chegar até isso ele discute o conceito de antiguidade. Dessa forma ele mostra que a história do mundo não limita-se apenas na versão europeia.

Esta claro que com os diferentes processos que a Europa passou – Renascença - Avanços de navegação... Principalmente com a Revolução Industrial, a Europa alcançou um “grande domínio econômico mundial”. Daí qualquer região que não fizesse parte dela era considerada como raça inferior. E neste ponto, lembramo-nos do que já foi lido em outros textos como “O Queijo e os Vermes” e “Costumes em Comum”, a ideia de que tudo o que acontecia era plano da vontade de Deus.

Cada historiador apresenta seus argumentos sobre a história das civilizações, como é o caso, por exemplo, Trevor Roper que diz: “a civilização no oriente estava muito mais bem estabelecida do que no ocidente”. Ou seja, a civilização estava tão ligada as suas raízes que mesmo diante do contato com outros povos, conseguiram sobreviver.

Jack é sábio ao dizer que o historiador deve ter muita prudência ao interpretara história de maneira teleológica, onde devemos sempre interpretá-lo, voltando nosso olhar para os dias de hoje.

O autor questiona a posição de Elias a respeito do conceito de civilização europeu, pois descreve o “processo civilizador, como sendo uma teoria que teologicamente interpreta a “superioridade” europeia, para alcançar as etapas de desenvolvimento pós-medievo”. Usando para tanto culturas como China e Japão, aquela que desde a época foi uma super potência, é tão pouco discutida em salas de aula.

Elias foca um modelo historicamente curto, mais atual, e desconsidera a história longínqua descartando qualquer similaridade com outras culturas; tornando-se seletivo, em seus trabalhos sempre haverá o problema de as figurações, assim como civilizações, terem muito pouca base comparativa.

Goody critica Elias quando ele diz que alguns são civilizados e outros são selvagens, civilizado tendo como sentido obedecer os regulamentos sociais que são impostos e consequentemente assimilados pelas sociedades.

Assim, cabe a nós, interpretadores da história, recorrer ao máximo de fontes possíveis para que essa história seja transmitida da melhor forma e não negligenciada seguindo assim ao titulo do livro, pois a mesma já é uma crítica a maneira como a história foi escrita, sob o olhar de superioridade europeu.
comentários(0)comente



Rafa 07/03/2020

Livro para a desconstrução
Livro necessário para a desconstrução do ocidente, rever os preconceitos sobre as outras civilizações do "oriente" (como se o mundo fosse dividido em dois blocos). O que na verdade é "nós" e os "outros", tendemos a crer que por descendermos dos europeus, somos melhores, superiores ou mais civilizados que o restante do mundo. Mas Goddy nos revela uma realidade muito mais complexa e cheia de apropriações feita pelo ocidente (que nada mais é do que o mundo influenciado pelos europeus).

Esse mundo foi construído no longo período de colonizações, e como justificativa para os abusos da exploração, o melhor argumento encontrado pelos europeus era a superioridade étnica sobre os demais povos. As narrativas foram nesse encontro, a Europa ao colonizar leva a civilização ao mundo "bárbaro". Daí passamos a acreditar que a Europa é mais desenvolvida e suas invenções provam isso, mas pasmem, muito do que pensávamos ser próprio da Europa na verdade foram apropriados de povos das mais diferentes matrizes. Democracia, direitos humanos, a bússola, a pólvora, até o macarrão, foi inventado ou descoberto por diferentes povos, mas acreditamos, por um bom tempo, ser a prova da "superioridade" europeia. Jack Goddy nos faz rever todos esses conceitos. Livro importantíssimo.
comentários(0)comente



Vânia 27/03/2010

E o Oriente chegou na frente....
Interessante como não nos damos conta do muito que o Oriente influenciou a mentalidade, a cultura, até mesmo o dia a dia do Ocidente.
Muito se comenta sobre o macarrão e a pólvora, mas ninguém fala sobre a Democracia, o Humanismo, o conceito de Universidade, Cidades e o Amor Romântico.
A leitura é acadêmica, técnica, mas as informações são preciosas.
comentários(0)comente



4 encontrados | exibindo 1 a 4


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR