Lorde

Lorde João Gilberto Noll




Resenhas - Lorde


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Livia.marrache 19/07/2021

Não gostei do livro e muito menos da escrita. Achei cansativo ler e não achar o sentido de tudo. Não consegui
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@freitas.fff 11/05/2021

Me perdi em toda essa desconstrução de Noll
Realmente, e infelizmente, foi uma leitura que não me tocou. Apesar da narrativa constante a desconstruir o personagem central, as pontas permaneceram soltas pra mim. Muita divagação e pouco carisma eu senti do escritor, que não sei sobre o que escreve, que não sei quando estava sonhando acordado ou dormindo, ou mesmo o porquê de cada start.

Não posso negar a qualidade da escrita do autor, que talvez me leve a tentar ler algo mais um dia. No entanto em Lorde eu não me senti representado na melancolia proposta. Apesar do volume curto, me senti cansado, sem saber o que dizia de fato cada devaneio do personagem.

Noll me deixou 'ressacado'.
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Rafael G. 04/06/2020

Um brasileiro autor de 7 livros é convidado para uma residência criativa em Londres. O inglês que o chama não explica muito bem qual é o intuito de sua estadia, a instituição parece fajuta e a "bolsa" é mínima. Mas ele aceita. Afinal está numa entressafra em que nada acontece, dinheiro acabando e nenhuma ideia. Chegando na Inglaterra, instala-se em Hackney, um bairro na periferia de Londres cheio de imigrantes como ele, de maioria vietnamita e paquistanesa. Os dias passam sem que ele receba qualquer instrução do que afinal veio fazer, e então decide charlar: "Lorde" é sobretudo o fluxo de um flanêur caminhando pela cidade, dormindo em museus e virando a noite em piers. E, enquanto se deslumbra com Londres, também vai se desfazendo de uma identidade, como um réptil que troque de pele. Esquece palavras em português, esquece o passado no Brasil, nada revela sobre suas possíveis âncoras por aqui e segue nessa deriva. Esta é uma leitura-escrita em devir. É sobre não-lugar, não-identidade, sobre tentar se forjar e ao mesmo recusar a própria imagem. O registro de Noll é angustiado, angustiante, foi me provocando sensações físicas, ânsias de vômito, o que se explica quando progressivamente vai entrando num lugar escatológico. Mas ele é incômodo como um todo, de uma melancolia que corta a gente. Gostei da experiência, produziu muita coisa em mim - gosto de livros que me abrem para possibilidades de criação. Lerei mais de Noll.
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jaircozta 07/08/2018

vertigem e sorte
#livro Lorde
#autor João Gilberto Noll

Lorde narra a história de um escritor de cinqüenta anos, com seus sete livros publicados, que sai do Brasil a convite de uma instituição inglesa para participar de eventos e viver em Londres com uma bolsa concedida a escritores estrangeiros. Bem próximo do que o próprio Noll viveu e, segundo ele mesmo, inspirou em tempo real a criação deste romance tão emblemático.

A narrativa é repleta de mistérios que o próprio personagem levanta: qual o interesse em convidá-lo para essa estadia? Quem mais está envolvido em quê? Quem é o morador do albergue que parece emergir sonhos eróticos tão vívidos? São sonhos? Onde somos bem-vindos?, por exemplo. Pouco se sabe sobre os personagens que cruzam o caminho do eu lírico em questão e aos pedaços, como se montássemos um quebra-cabeças, é que vamos entender como opera a percepção do escritor-personagem nessa história . São essas perguntas que vão nos contar a história deste homem e o entendimento do fluxo narrativo está condicionado a essas questões levantadas por ele.

Nesta obra, o sexo está o tempo inteiro como protagonista e nos brinda com sua beleza crua e sobretudo humana, quando se trata de um homem (ao que se crê) homossexual de meia idade. Existe uma beleza e uma honestidade tão grande em tudo o que o João Gilberto Noll escreve que eu mesmo não consigo me conter e escrever pouco sobre qualquer livro dele. Esse romance é surpreendente e desafiador - por isso mesmo, lindo.

Trecho em destaque: "Como se de repente numa floresta encantada, às vésperas da primavera, eu fosse ter o meu lugar. Tirei o sobretudo novo. Dobrei-o várias vezes. Deitei sobre a grama seca com a cabeça sobre ele. Eu precisava adormecer. Ver se sonharia o sonho do outro de quem jurava ter ainda sobras do sêmen na mão. Seria a prova irrefutável do que eu aprenderia a aceitar... E adormeci..."

Noll tem uma escrita poderosa. Esse livro é meio misterioso do começo ao fim. A narrativa se desenvolve de forma muito sutil e psicológica, com a personagem principal, um escritor de meia idade, que nos leva por uma experiência interior muito original e impactante. É como caminhar na corda bamba e gostar do risco que se corre quando a mesma corda balança.
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wesley.moreiradeandrade 11/01/2017

A literatura é pródiga em histórias tristonhas, de caráter depressivo, com personagens em busca de si mesmos ou em fuga deles próprios. Eu, como leitor mazoquista, adoro atravessar estas páginas cheias de conflitos, muitos deles mal ou não resolvidos, deixando o leitor em suspense ou angustiado com o conteúdo das páginas. Lorde, de João Gilberto Noll, não foge a estas parcas definições e ao mesmo tempo se liberta de tais enquadramentos. Ao contar a estória de um escritor convidado por uma instituição inglesa a viajar a Londres, o leitor se defronta com um narrador-protagonista que demora a se situar no local, a entender o que fará naquela cidade estrangeira onde estranhamente sente-se mais a vontade do que em sua terra natal (Porto Alegre) e é neste lugar que vemos o personagem flanar pelas ruas londrinas, cruzar com outros homens que, por sua vez, podem ser interesses sexuais, refletindo sobre sua vida pregressa e os rumos que ela pode tomar enquanto também padece doente no apartamento onde está instalado ou procura um parco conforto numa base maquilante que passa no rosto ou numa tintura que colore o seu cabelo e dá-lhe uma impressão vaga de jovialidade e um aspecto equivocado de um dândi em terra alheia. Ao que parece o escritor já estava em crise e a sua estadia na Inglaterra apenas deflagrou-a novamente ou agravou-a em mais um estágio, ao mesmo tempo esta crise psicológica significa a libertação para ele e o alcance de uma tênue serenidade em sua vida. Lorde pode até enfadar o leitor com algumas passagens onde o narrador disseca a si próprio sem maiores rodeios, provavelmente seja esta a intenção de Noll ao desenvolver seu romance, apenas pretendendo compartilhar o inferno de sua personagem com aquele que o lê e instigando-o a procurar novas pistas sobre o protagonista nas páginas deste romance incomum e, por isto mesmo, único.

site: https://escritoswesleymoreira.blogspot.com.br/2016/09/na-estante-63-lorde-joao-gilberto-noll.html
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