Jogute 13/05/2021
(Emoji enrubescido)
Eu descobri esse livro por acaso, na realidade por um vídeo aleatório de Instagram (de um cara desconstruído que fala sobre essas coisas), achei bem constrangedor, e por isso mesmo baixei uma amostra no celular, esse momento pode parecer uma desculpa, e eu aceito o rótulo que me for taxado. Fui folhear por chacota, e folheando acabei por ler tudo, a introdução despertou minha curiosidade, li bem rápido, e até fiquei irritado por ter abandonado um outro livro mais interessante... Sexo realmente vende! O problema é que esse autor passa uma sensação de manipulador, o livro é feito pra ser um manual de consulta, na prática, acabei pulando certas partes de alguns textos pois não conseguia ler tudo sem dar uma sensação de vergonha alheia, realmente não quero parecer machão aqui, tão pouco expert de nada, também não desejo me expor, na realidade dá pra aproveitar muitas informações, se conseguir aguentar o autor dizendo ,nas entrelinhas, que você tem a masculinidade frágil se não concordar com ele, principalmente no ponto de que o dito sexo de verdade é o oral, meio que fico pensando sobre as pessoas serem seres humanos singulares, cada um com suas características, preferências, capacidades e limitações. É o tipo de proposta vazia, que pega a experiência dita acadêmica de alguém que jamais ouvimos falar, para ensinar algo que não dá pra praticar, é como ensinar tênis só na teoria, tomando aulas de um auto intitulado Federer, sem jamais ter acesso às partidas mesmas, eu estou muito relutante por escrever essa resenha, seja por incapacidade de somar qualquer perspectiva útil à obra, sem parecer prepotente, ou mesmo até desesperado. É uma grande armadilha dialética dos nossos tempos, se alguém acha que precisa de auto confiança, é um bom passo inicial, o autor faz de tudo pra acreditarmos que somos amigos, e que está tudo bem sermos jecas desafortunados, ele mesmo diz que já foi um de nós! E tenta fazer, como professoras do maternal ao se agachar para ficar no mesmo nível da criança, tentando conseguir nosso respeito, atenção e confiança. Mas no geral fica por isso mesmo, você fica constrangido com passagens como a que diz que após o livro, assim como uma amiga do autor fez, as mulheres vão emoldurar sua língua e colocar na mesa de escritório delas, e outras passagens sobre anatomia feminina, curiosidades e aspectos técnicos (?) da coisa. Fato é que as próprias mulheres, e aqui mais uma vez estou numa posição difícil por não ser uma, e ter que dar opinião sobre algo que as afeta diretamente, o machismo, a sociedade, e tudo mais que elas sofrem, se a falta de informação sobre o próprio corpo já é, para elas, problema histórico de negligência científica, bem como tudo mais, coisas que nem imagino ou tenho noção, para o público do livro, homens em geral, ainda que não se restrinja a esse sexo, se torna uma experiência que, primeiro, mistura uma complicada abordagem estilo canal de macho alpha de internet e sua binaridade de gênero, um mundo pré determinado por um único caminho de valores e desempenho sexual, e, depois, faz um discurso de desconstrução da masculinidade frágil, de pós modernismo do homem como gênero. Um estereótipo de ?esquerdomacho?. Eu li, se minha resenha servir de alguma forma a alguém que por acaso venha querer ler esse livro, me dou por satisfeito, no fim das contas é o tipo de coisa que faz mais bem do que mal, é saudável explorar a sexualidade masculina fora da bolha da pornografia, que adoece e que me considero uma vítima, mas não é definitivo, não é garantido, e nada nesse campo subjetivo o é, o que é mesmo é cringe, isso é.