Resenhas - Guerra de Estrelas

C. R. Rohling 31/01/2024

Guerra de Estrelas... um livro que simplesmente amo!
Por volta de 2002, em uma visita casual a um sebo na minha cidade, deparei-me com uma banquinha de livros a R$ 1,00. Entre as obras desgastadas, encontrei um livrinho com capa surrada, páginas amareladas e um título intrigante. Inicialmente, suspeitei ser uma novelização de Star Wars, mas dois elementos despertaram minha curiosidade: o autor, Francis Carsac, desconhecido para mim, e a data de publicação nos anos 60, excluindo a possibilidade de ser uma adaptação dos filmes de George Lucas.

Ao examinar a contracapa, deparei-me com palavras enigmáticas: "Os homens estavam sendo convidados. Para que? O objetivo era Ella, o planeta dos seres de tez esverdeada. O objetivo era Réssa, onde se reunia a Liga das Terras Humanas. O objetivo era a Galáxia Maldita, para enfrentar os Milsliks, pois que somente os seres de sangue vermelho podiam enfrentar a irradiação mortal dos seres metálicos que apagavam a luz dos sois e das estrelas."

Apesar do resumo intrigante, decidi arriscar a compra. A surpresa foi imensa, pois o livrinho revelou-se uma Space Opera envolvente, narrando as aventuras de Vsévolod Clair, um médico franco-russo que, acidentalmente, entra em contato com os Hiss, seres de pele esverdeada do planeta Ella.

Levado por seus novos amigos, Clair explora a Liga das Terras Humanas, precursora da "Federação dos Planetas Unidos" décadas antes da série Clássica de Star Trek. Nessa liga, representantes de diversas "humanidades" unem forças contra os "Misliks", uma raça de seres metálicos capazes de drenar a energia das estrelas.

Embora algumas partes tenham envelhecido bem mal, cientificamente falando, a narrativa de Carsac permanece cativante. Descobri que o título original era "Ceux de nulle part" ("Aqueles de Parte Alguma"), lançado em 1954 como parte da coleção "Le Rayon fantastique". Surpreendentemente, uma edição francesa apresentava ilustrações de Moebius (Jean Giraud, de "Garagem Hermética").

Ao pesquisar mais sobre o autor, descobri que Francis Carsac era um pseudônimo usado pelo famoso paleontólogo/historiador François Bordes para suas obras menos sérias. Recomendo também sua obra "Os Robinsons do Cosmos" ("Les Robinsons du Cosmos"), parte da Coleção Argonauta, que proporciona outra fascinante incursão no universo sci-fi de Carsac.

site: https://pt.quora.com/Qual-%C3%A9-aquele-livro-de-fic%C3%A7%C3%A3o-cient%C3%ADfica-que-voc%C3%AA-ama-e-que-aparentemente-ningu%C3%A9m-mais-conhece

Paulo.Gustavo 28/02/2022

A Liga das Humanidades.
Foi uma leitura agradável. Uma boa ficção científica, bem raiz mesmo. Achei legal como o autor estende o conceito de "humanidade" para além das semelhanças físicas entre as raças dos universos, é até um pouco inesperado esse tipo de abordagem pela época em que o livro foi escrito.
O final é satisfatório, mas nem tanto, podia ter mais haha.