Agora eu Morro

Agora eu Morro Fabio Brust




Resenhas - Agora eu Morro


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Tanner Menezes 09/11/2010

Agora eu Morro - Muito Bom!
Sinopse do Livro
“Em uma grande cidade, quatro pessoas tentam sobreviver ao terrível ano de 2033, quando grande parte dos problemas mundiais - entre eles, a falta de água e o aquecimento global - explodem junto de uma bomba de hidrogênio em Berlim. A radiação se espalha pelo mundo e atinge, também, Nova York, onde Char - uma clone mulher prestes a morrer -, Liel - um mexicano que tentou matar o presidente norte-americano - e Yuma - uma estudante japonesa que, depois de um trauma, vira uma assassina - tentam sobreviver. Enquanto isso, o quarto personagem, Imort, tenta morrer, e dá sua voz para contar a história de "Agora eu Morro", que, apesar de tratar da morte, fala, principalmente, a respeito da vida.”

Minha Resenha:
Às pessoas que se privarem de ler esse livro por não gostarem do estilo – eu era uma delas – não sabem que isso seria uma perda inestimável.
A sinopse a princípio não me cativou. O tema de catástrofe global ou extinção da humanidade é extremamente explorado nos filmes e livros atualmente, mas confesso que nunca tinha lido nada semelhante a este livro que li. Na verdade o devorei, li 360 páginas em três dias.
A forma como são divididas as “partes” (e não capítulos) faz o leitor ler sem parar, e sem perceber o quão deliciosa é a leitura.
Os personagens principais, Yuma, Liel, Char e Imort são bem construídos – embora eu tenha achado a relação de Imort e Liel um tanto quanto exagerada para o real motivo que os fizeram entrar em conflito.
Embora seja uma Ficção científica, a verossimilhança a respeito dos “sedentos” e a veracidade de como os humanos poderiam se tornar assim me deixou extremamente satisfeito. Afinal, para mim, livros que buscam explicações reais para fatos irreais me deixam boquiabertos! Por um momento quase me convenci a respeito da imortalidade. Reforço o tanto que a leitura é prazerosa e os títulos das partes são muito bem escolhidos (gostei principalmente do último “RECADOS EM VERMELHO-SANGUE” e sua relação com a parte referida). A história num mundo pós-apocalíptico parecia chata e monótona, mas o autor conseguiu transformar um tema batido e sem graça numa magnífica história de sobrevivência, narrando a luta de três pessoas (ao lado de mais um que não se importa) para sobreviver.
A antítese referente ao Imort que busca incansavelmente a morte enquanto todos lutam para sobreviver, foi muito bem construída – embora eu tenha achado extremamente “forçantes” as atitudes do personagem, mas talvez essa tenha sido a intenção do autor, fazer que os leitores antipatizassem por ele.
A construção da personagem Yuma é excelente. Crescendo de menina desprotegida para líder de uma nação. Transformando a frágil Yuma na exímia lutadora pela humanidade.
O personagem Liel é um tanto quanto dispensável. Sinceramente, não entendi qual a participação dele na história, a não ser irritar Imort. O que eu achava sem fundamentos e sem sentido. Afinal, passei o livro todo esperando para saber o que tanto tinha acontecido entre eles para se odiarem tanto, e o motivo? Leia que vocês saberão! ;) Mas confesso que gostei muito do final do personagem.
E a doce Char... O que falar dela? A Mulher perfeita, se não fosse fadada a morrer precocemente. Eu - como escritor de romances - me surpreendi com a ideia de juntar um Imortal e uma clone num romance. Um vive para sempre, e a outra vive muito menos que os humanos comuns. Não é segredo e nem precisa ser gênio para saber o destino da personagem, afinal desde as primeiras páginas ele já está revelado. E digo que as cenas que envolvem os dois achei muito bem construídas, o amor entre os dois era Lindo.
Mas uma das coisas que mais me surpreendeu, foi como o autor conseguiu colocar num livro pós-apocalíptico os conflitos políticos e sociais que existem hoje. Tive oportunidade de ler parte de seu segundo livro (Agora Sobrevivo), e vi que realmente o autor gosta desta ideia de política, democracia, anarquia, etc. E ele o faz muito bem!
Porém, o que mais me agradou, até mesmo mais do que o segredo da Imortalidade, foi a fantástica explicação sobre como funciona a “imortalidade” de Imort. Confesso-te que eu quase acreditei que fosse possível... É possível? Rsrsrsrs. A explicação foi muito bem construída e fundamentada, será que o autor tem o segredo da Imortalidade?! Rsrsrsrs.
Confesso que não gostei muito sobre como se tornam imortais, e realmente achei que poderia ter sido explicado melhor a respeito, quem sabe outro livro? Narrando “A Origem”? Fica a dica.
Agora a forma como o Imort descobre os segredos que tanto busca, achei FANTÁSTICA!
Logo, gostei da explicação de como se torna imortal, mas acho que o autor poderia ter se aprofundado mais nisso. Agora como deixa de ser imortal achei muito bom!
Enfim, esse livro é muito bom, e recomendo.
Olha que escrevo romances, e este livro tem de tudo um pouco: romance, ação, aventura, guerra, etc.
Um prato cheio para quem gosta de ler.
Parabens ao autor! Que em muitas partes me surpreendeu.
Nota? Não vou pontuar, é relativo. Mas tenha certeza que quando se lê um livro em 3(três) dias não se precisa dizer mais nada não é mesmo?
Perdi três noites de sono para ler esse livro, preciso dizer mais alguma coisa? :D
Meu Blog com meu livro “Cinco Sentidos”, capa, sinopse e trailerbook em: www.5incosentidos.blogspot.com me sigam e concorram a exemplar autografado!
:D

Abraços,
Fabio Brust, eu adorei o presente.

Tanner Menezes.

Luci Eclipsada 24/11/2010minha estante
Sua resenha me convenceu, a princípio não me interessei pela sinopse do livro, mas depois de ler o que você escreveu não tenho mais dúvidas: que muito ler esse livro !!!!




V. Reckziegel 23/08/2011


Antes da resenha já começo com um pequeno desabafo (que obviamente não interessa a ninguém), Por que a literatura nacional continua sendo marginalizada, em detrimento de tantas “obras-primas” vindas lá de fora? Muita gente diz prestigiar os autores nacionais, mas na hora de comprar livros dos mesmos, a conversa se torna diferente.
Mas que relação tem isso com a resenha?
Simples, se a literatura nacional fosse mais difundida e valorizada, livros como esse Agora eu Morro, do Fábio Brust, estariam em todas as livrarias do país, pois sem exageros, foi um dos melhores livros que tive a oportunidade de conhecer nos últimos tempos.
Trata-se da história de quatro pessoas tentando sobreviver no mundo praticamente sem vida no ano de 2033. Char, uma clone mulher prestes a morrer, Liel um mexicano que tentou matar o presidente dos Estados Unidos, Yuma, uma estudante japonesa que, depois de um trauma sofrido no principio da “crise”, vira uma assassina, e o personagem principal, que faz a narração dos acontecimentos, Imort (diminutivo de Imortal), que, sendo sincero, durante 70% do livro me faz ter uma profunda aversão a ele (para não dizer raiva mesmo), mas que na parte final mostra uma face mais “simpática”, o que traz um aspecto inclusive mais humano para ele.
O livro é muito bem escrito, inclusive algumas dúvidas de determinadas ações são mais adiante explicadas, não deixando qualquer tipo de “furo” ou pontas soltas, algo que ocorre as vezes em determinadas histórias.
Fábio foi muito feliz em criar uma história de ficção ambientada no futuro, mas que soa completamente verossímil para quem lê. É literatura de alto nível, que merece um lugar de destaque.
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Lodir 30/12/2010

Excelente estréia de jovem escritor brasileiro
Ao lado de Eduardo Spohr (autor de "A Batalha do Apocalipse"), Fabio Brust está entre as revelações da literatura nacional desse ano. Esse livro é excelente, e vale muito a pena ser lido. Comprei pela curiosidade que a história me deu, e não me arrependi. Quando vi o livro na estante da livraria, o que me chamou a atenção foi o título. Depois, gostei da sinopse na contra-capa. Parecia ser realmente uma história que boa. Quando vi que o autor era brasileiro, de apenas 18 anos e gaúcho, não tive dúvidas: levei para a casa. Para meu conforto, me deparei com um ótimo romance que é um bom exemplo de como a nova literatura nacional é competente, e como jovens podem escrever livros dignos.

A história mostrada na sinopse já vale a pena: o livro se passa em um futuro não muito distante, onde a humanidade causou a sua própria destruição e a do planeta também. As cidades estão desabitadas. Os animais e a vegetação foram quase extintos. Os poucos humanos sobreviventes lutaram contra a falta de comida e principalmente água. Com um mundo vivendo na sede, o líquido se tornou o bem mais valioso, onde todos lutam para obtê-lo.

Esse enredo, por sí só, já torna o livro interessante. Agora acrescente entre os personagens principais um imortal e um clone.

A narração, feita em primeira pessoa pelo personagem imortal, conta a jornada desse grupo de sobreviventes na busca por água e outros humanos. Ele, no entanto, está na contramão: além de não precisar de água ou comida, ele não deseja lutar pela sobrevivência. Muito pelo contrário: ele está há séculos buscando a morte. É tudo o que ele mais deseja.

Ao longo da história, viajamos com o imortal ao longo dos tempos, desde a época antes de Cristo (quando ele se tornou imortal, numa descrição memorável) até os dias atuais. Passamos por pontos importantes de sua história, como seu primeiro grande amor. Descobrimos, entre os diversos flashbacks, como os personagens se conheceram. Acompanhamos um romance entre o imortal e uma clone.

Alguns flashbacks são desnecessariamente longos e um pouco cansativos (como a parte sobre a fazenda e os escravos), mas nada que comprometa a trama ou o desempenho da leitura. Com um pouco de paciência do leitor para esses tantos detalhes, a trama flui bem. Outra coisa é que a trama quase se passa apenas em outros países. Algumas partes do livro (principalmente o início) poderia se passar no Brasil, o que tornaria a trama mais "palpável" ao brasileiros, assim como fez Eduardo Spohr na sua fantasia "A Batalha do Apocalipse".

Além da boa criatividade ao bolar essa história, Fabio Brust tem o dom da narração: ela é impecável, utilizando uma boa linguagem que, ao mesmo tempo é culta, mas ágil e de forma que não torna a leitura cansativa. É um livro bem escrito, mas fácil de ler, e eu não conseguia largá-lo. Eu só o fazia quando o sono tomava conta, já tarde da noite. Tanto é que mais da metade do livro eu devorei em um único dia.

O livro me trouxe algumas surpresas. A morte de uma importante personagem foi algo que eu não imaginava de jeito nenhum. Parecia impossível continuar mais da metade do livro sem ele, mas o autor conseguir fazer a história andar muito bem. Gostei das discussões sobre religiões entre os personagens, com diálogos filosóficos que certamente me fizeram refletir e me identificar muitas vezes, pensando como é verdade o que eles diziam. O final do livro (que não revelarei aqui) era o que eu esperava, mas isso não é ruim. Eu gostei e ele foi conduzido muito bem. Na verdade, eu não imaginaria de outra forma.

O autor está planejando outro livro, dessa vez sobre religião, e eu certamente vou querer lê-lo. O pouco abordado sobre esse tema (que tanto gosto) nesse livro foi feito de uma ótima maneira, então imagino que o novo (ou novos) livros dele também deverão seguir com o mesmo cuidado que o tema ambiental teve nesse.

Espero que a editora abrigue os futuros livros do escritor e dessa vez invista mais na divulgação, já que tem um grande talento em mãos. Eu descobri esse livro por mero acaso, mas certamente teria comprado antes de tivesse sido vitima de um bom marketing. Se uma grande editora publicasse esse livro e trabalhasse em sua divulgação, certamente ele estaria agora entrando na lista dos mais vendidos. Há muito público para esse livro.
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Tainara 20/10/2010

À primeira vista (e da forma mais pessimista possível) seria somente mais um livro pós-apocalíptico. Ou mais um com seres fantasiosos. Porém, o diferencial desse livro é que não é só uma história para adolescentes, como a maioria hoje em dia é. Agora eu Morro nos faz repensar sobre nossas ações, de uma maneira simples, sem baboseiras ou rodeios. Há romance, sim, mas não é aquela coisa melosa. E sim, o amor puro, que é capaz de suportar a fome, a solidão, o desespero e até a morte. Recomendo, é um ótimo livro, de substância e conteúdo. A linguagem é de fácil entendimento. Além disso, há o caráter histórico por trás do enredo, podemos até nos imaginar visitando Cartago. Gostei bastante da história do Imort, apesar de achar ele mesquinho. Não via muitas razões para ele ser tão egoísta.
Minha personagem preferida é a Char. Tão frágil, mas cheia de vontade de viver. Apesar do que aconteceu com ela ser inevitável, não gostei do rumo que ela tomou.
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Beatriz Gosmin 21/08/2011

Resenha por Beatriz Gosmin - www.livroseatitudes.blogspot.com
Salvaram-me da glória da morte e impuseram-me a maldição da vida.
Cansei de tudo. Cansei de todos. O que eu quero é repousar eternamente no carinhoso abraço negro da morte. Nada mais.
O problema é que, mesmo isso, sou incapaz de fazer.
Não posso me matar.
[...]
É pedir demais clamar pela morte?
Tudo que eu quero é morrer.
Tive a oportunidade de ler este livro através do booktour que o Fabio (autor) realizou em seu blog. Fiquei muito feliz em participar, fazia um certo tempo que eu havia lido algumas resenhas sobre o mesmo e elas haviam despertado a minha curiosidade a respeito da história.

Pra começar, o assunto do livro é algo que julgo importantíssimo: a água. No livro conta-se a história de um grupo de quatro ‘amigos’ que vivem em um futuro nem tão distante assim – no ano de 2033 – onde a falta de água é a maior preocupação da humanidade.

Yuma, Liel, Char e Imort são um grupo de sobreviventes meio que estranho: Yuma é uma Japonesa que se juntou ao grupo num momento bem triste, Liel conheceu Imort quando estava na prisão e os dois se odeiam MUITO. Char é um clone e namorada de Imort, que é um imortal. Imort foi o nome que ele adquiriu para si depois que se tornou imortal há mais de dois mil anos e tudo o que ele mais quer é morrer. O livro também é narrado por ele em primeira pessoa e sua busca pela morte é algo digamos... Obsessivo. Char, sendo uma clone, vive bem menos que os humanos normais, o que torna o relacionamento dos dois uma situação bem contraditória: um morrerá brevemente enquanto o outro vive eternamente. Triste não?
- Por que você está triste? [...]
- Porque você vai morrer.
[...]
- Juro que não vou morrer.
A vida na Terra está comprometida, e o ser humano começa a entrar em extinção. A explosão de uma bomba de Hidrogênio que se espalhou pelo mundo junto com a radioatividade, ajudou na formação de ‘Sedentos’, que são seres humanos loucos por água que estão praticamente no leito da morte em toda a sua fragilidade corporal. Logo de cara assimilei os ‘sedentos’ com os monstrinhos (?) do filme “Eu sou a lenda”, e apesar de o filme ser citado no livro (assim como o filme ‘A Ilha’) confesso que esperava mais sobre eles.

Então, devido ao colapso em que o mundo se encontra, os sobreviventes embarcam na busca por mais humanos ‘normais’ para tentarem reconstruir o mundo - ou apenas sobreviver por mais um tempo.
Achei estranho no começo a falta de descrição do personagem principal, mas acho que é pelo fato de ele ter narrado em 1ª pessoa. Então, automaticamente o imaginei como o autor rs. Acho que se encaixou bem.

Bem, quanto aos personagens sem si, achei a Char bobinha demais, o Liel um chato e o Imort um egoísta de primeira (mas talvez eu o compreenda em partes). A única personagem com quem me identifiquei bastante foi a Yuma, desde o começo a achei bem decidida e pés no chão. .<
É um livro que possui uma narrativa muito boa e o tema melhor ainda. Acho que por mais fictícia que a história seja, o autor conseguiu passar a informação mais importante: um alerta a humanidade sobre a importância da água. Divertido e reflexivo, é uma história ótima que todos deveriam ler. :D
Ander 22/08/2011minha estante
Gostei da resenha, como sempre me fez ficar curioso =)
Tenho medo de viver sem água. =(
Imagino o desespero que deve ser >.




magicjebb 28/01/2011

Uma saga de RPG escrita em forma de livro
Comecei a ler Agora Eu Morro e fui imediatamente invadido por uma porção de preconceitos, logo nos primeiros capítulos. “É um livro escrito por um guri de 18 anos”, pensei, imaginando e aglomerando em minha mente todos os revezes que esse fato poderia implicar, os quais se multiplicaram exponencialmente quando me deparei com a palavra “descendentes”, no final da página 23 – um deslize do autor, que obviamente se referia ao termo oposto, “ascendentes”, ou “antecessores”, anteriores àqueles.

Sou preconceituoso até não mais poder, admito. Olho pra muita coisa horrorizado, enojado, sem nem tentar entender, e isso também acontece quando começo a ler um livro.

Para minha sorte, depois de centenas de leituras, aprendi a lidar com meus preconceitos literários, e empurrar a leitura para frente, ignorando-os, o que me fez descobrir que são poucos os livros que seguem religiosamente os paradigmas apresentados em suas primeiras páginas.

Para minha sorte, Agora Eu Morro foi mais um desses casos.

Falando francamente, o livro tem esse problema, essa tendência que já vi em livros de outros escritores jovens, essa mania de querer me jogar na cara certas verdades que meu lado inteligente, crítico, narcisista de conhecimentos, clama serem apenas bobagens. Há no livro de Fabio Brüst diversas dessas afirmações, dessas convenções que parecem atentar contra a minha inteligência e discernimento adquiridos. Por exemplo, pessoas imortais que continuam vivendo por dois mil anos necessariamente NÃO terão as mesmas dúvidas e sentimentalismo que pessoas de vinte anos – e me parece óbvio que elas sequer terão as dúvidas que nós, meros mortais, concebemos como tal. Alguns nomes de personagens, em tese impossíveis, e alusões à magia alquímica, e a fatos históricos “seguindo os manuais” também me colocaram com um pé atrás em relação ao livro... Todo mundo devia saber que a história como foi escrita é a maior de todas as mentiras da humanidade.

Porém, cheguei em um ponto que tive de reinterpretar minha forma de ler o livro do jovem Brüst. Induzido pelo próprio autor, acabei encarando Agora Eu Morro de uma forma mais descontraída, mais leve, procurando levar em conta com seriedade os fatos históricos FUTUROS que ele mencionava, todos absolutamente possíveis e verossímeis, atemorizantes alguns: uma bomba atômica dizimando a Europa inteira; os “sedentos” – ex-humanos mutantes, selvagens, enfraquecidos, monstruosos. Deixei-me levar pelas tantas e quantas correrias da estória, que tem muita ação e movimento, lutas, fugas e atravessa praticamente o mundo inteiro em buscas pelo que possa ter restado de civilização, esperança, e pelos dois bens que se tornaram os mais escassos do nosso planeta na época pós-apocalíptica descrita pelo autor: água potável e a possibilidade de morte de um protagonista que, por motivos que prefiro não comentar, se vê impedido de morrer.

Lá pela metade do livro foi que eu percebi que estava lendo um mangá, uma saga de anime, ou “lendo” uma daquelas fábulas que eu adorava jogar no videogame, Dragon Quest, Final Fantasy, Última, só que na forma de um livro. Uma estória tão cheia de ação e de reviravoltas, idas e vindas através de fatos históricos passados e futuros, quanto um dos grandes jogos de RPG que já joguei em meu Super NES ou Playstation. “Um Chrono Trigger em forma de livro”, pensei, rindo. E gostando, MUITO.

E é essa a conclusão que cheguei ao ler Agora Eu Morro: trata-se de uma pequena saga de RPG ou de HQ em forma de livro, em que se vê fatos e verdades passadas contestáveis para um livro, mas que são excelentes panos de fundo para uma saga de graphic novel, intercaladas com previsões palpitantes em relação ao nosso futuro, com um grupo fechado - uma "party", como se diz nos RPGs - de personagens elaborados à base de arquétipos, o imortal invencível, o clone frágil, o assassino religioso, a "ninja" oriental, e... uma infinidade de monstros, inimigos e aliados aleatórios, com quem este grupo principal de personagens acaba interagindo no decorrer da estória.

Em resumo, uma boa leitura. Uma aventura que poderia virar desenho animado, e me deixou com saudade dos tantos RPGs de videogame que já joguei nessa vida.
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Morgana 20/10/2010

"Agora eu Morro" é uma história que nos faz perceber o que a ação humana está fazendo com o mundo, de como estamos acabando com ele há anos. Além dessa temática, envolve amor, confiança, traição, enfim... É uma ótima abordagem de como pode vir a ser a sociedade quando a água estiver acabando, as pessoas morrendo, e tudo tomando um rumo drástico.
Recomendo :D
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Landis 01/10/2010

Uma ótima crítica por trás de uma ótima história
De uma maneira bem original e envolvente 'Agora eu Morro' faz uma análise dos atos humanos, de como estamos acabando com o nosso planeta há anos, retrata a que ponto estamos chegando. Contudo, não é apenas este fato, a trama nos prende à história e no deixa curiosos para saber como será o próximo capitulo. Recomendo!
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Tâni Falabello 04/05/2013

Surpreendente
Um futuro pós-apocalíptico (2033) com seres como imortais, clones e mutantes sedentos, a narrativa de Fabio Brust nos leva por um caminho bem diferente.

Ele conseguiu mesclar conceitos de imortalidade, por conta de Imort, e até tratar de assuntos de cunho ecológicos, ao mencionar a problemática da escassez de água no planeta de forma tão criativa.

Gostei das viagens ao passado de Imort e toda sua história passada em épocas antigas. O 'general dos elefantes' me encantou muito, pois deu uma profundidade interessante ao personagem.

Mas a fragilidade de Char posso dizer que foi o ponto forte dessa história surpreendente. Faz-nos repensar em nossas próprias escolhas, em como somos mal agradecidos, muitas vezes, pela vida.

Vale a leitura. Recomendo!
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Gi 16/09/2011

Mais que surpeendente!
Num mundo devastado pela ação do ser humano poucos sobreviventes tentam se manter com a pouca água potável que resta e a comida cada vez mais escassa. É nesse ambiente caótico que se desenvolve o enredo de Agora eu Morro.

Conhecemos Liel, um ex-presidiário que tentou matar o presidente dos Estados Unidos, Yuma, uma estudante que se torna uma assassina após sofrer um trauma, Char, uma frágil clone mulher criada num instituto e Imort, um imortal, determinado a terminar com sua vida.
Acompanhamos esse grupo incomum na sua jornada em busca de um novo começo e aprendemos, junto com eles, lições importantes para toda a vida.

O livro é narrado em primeira pessoa, conhecemos todo o ambiente e as pessoas pelos olhos de Imort, um homem de mais de dois mil anos que deseja desesperadamente morrer. Cansado de sua longa vida ele quer poder deixar esse mundo por onde vagou por tanto tempo, mesmo tendo um motivo para permanecer vivo: Char, a mulher que ama.

No decorrer da trama conhecemos mais esse homem que detém um bem tão desejado por muitos: a imortalidade, e temos a oportunidade de entrar em contato com a essência desse personagem que tenda desvendar sua missão de vida.

Se fosse para descrever o livro em uma palavra eu diria surpreendente. Quando li a sinopse imaginei muitas coisas diferentes, mas nada comparado ao que encontrei enquanto lia. O enredo se desenvolve de forma incrível, saindo de um ponto onde a que interessa é a sobrevivência e chegando ao fundo do coração humano, tratando de assuntos mais intensos.

Gostei muito das menções a lugares, filmes e muitas outras coisas conhecidas que nos familiarizam com esse mundo diferente, num futuro não muito distante, 2033, mas completamente distinto do que conhecemos hoje. Esse talvez tenha sido o fato que mais me “amedrontou” no livro, a questão de que o uso desenfreado dos recursos naturais levou a Terra a um colapso onde poucos seres humanos tentam sobreviver em condições precárias e outros já sucumbiram à sede se tornando quase zumbis, os sedentos. Digo que me amedrontou porque apesar de se tratar de uma obra de ficção o livro aborda um assunto muito discutido atualmente e não me surpreenderia se o mundo chegasse a algo parecido em pouco tempo se o homem não tomar uma atitude para preservar o que ainda existe.

Outro ponto muito interessante foi a colocação de fatos históricos, achei a pesquisa muito interessante e a escrita bem elaborada, era como se eu presenciasse os acontecimentos.

Se fosse para citar algo não muito favorável ao livro eu diria as narrativas de Imort, suas reminiscências são demoradas e acabam por ser um pouco monótonas, mas nada muito exagerado que possa desmotivar o leitor, até porque é uma questão pessoal, há pessoas que preferem uma leitura mais detalhada e explicativa.

Achei o livro de uma sensibilidade incrível, tratando de assuntos relevantes para a sociedade atual e mostrando um lado diferente do próprio ser humano, que apesar de cometer erros pode se redimir e tentar começar de novo.

Me apaixonei pela capa, simples porém extremamente significativa e me encantei com o trabalho de Fabio Brust, esse jovem que tem conquistado muitos leitores graças ao seu talento.

Agora eu Morro, recomendo com certeza, uma leitura diferente com assuntos de extrema importância, uma linguagem direta que nos prende em cada página, personagens essencialmente humanos, com seus lados bons e ruins, que nos fazem amar e odiar, ou seja, que nos envolvem.
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sabrina sexton 01/04/2011


OK. Esqueçam meteoros gigantes, invasões alienígenas, uma nova era do gelo. Segundo a visão futurística sobre a extinção da vida humana na terra do jovem autor gaúcho Fabio Brust em seu primeiro livro publicado – intitulado Agora eu morro ( Editora Novo Século/ 2010 –358 páginas)-, o ser humano será praticamente extinto pela falta da água, exatamente como vimos sendo alertados durante décadas.
(...)
Num período denominado “O grande Colapso”, quando se deu o esgotamento da água potável...
(...)
O enredo é super interessante, e confesso que esse livro me surpreendeu, muito mais do que ficção, consegue abordar ao longo da trama o valor da verdadeira amizade , e grandes questionamentos como a religiosidade e a existência de Deus. Inúmeras perguntas permeiam a mente do leitor ao cair no futuro apocalíptico da trama...
(...)



Trechos retirados da resenha postada no blog Leituras & Devanneios, em 23/03/11.
Resenha completa no link: http://www.leiturasedevaneios.com.br/2011/03/fabio-brust-agora-eu-morro.html



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Drika 28/08/2012

Fui surpreendida
O livro é narrado por Imort, um imortal vivendo na Terra totalmente caótica, pelos meados dos anos 2033. Nesse tempo tudo está escasso no planeta, principalmente alimento e o mais importante: água potável.

Imort, um carinha bem chatinho, só pensa em si próprio e sua saga é em busca de uma forma de se matar, suas tentativas são sempre em vão. Junto com ele encontramos Char - um clone pelo qual ele se apaixona- Yuma e Liel - por quem ele sente grande ódio.

Enquanto lia, me lembrei muito de dois filmes A Lenda com Will Smith e O Livro de Eli com Denzel Washington, filmes no quais fiquei bastante impactada, um pela solidão do cara, o segundo pela violência. O livro traz algumas cenas que me fizeram lembrar tais filmes.

O livro me surpreendeu bastante e gostei muito, só acho que o autor poderia ter enxugado algumas cenas - talvez por adorar detalhes, e o Outono ter passado por isso, aprendi bastante com a "lapidação" pelo qual ele passou - fora isso, é indiscutível que o Fábio Brust tem muito talento. Ele escreve muito bem, e tenho certeza que será um autor que ganhará ainda mais destaque no mercado editorial brasileiro.

A parte que eu mais gostei do livro, foi a cena que ele pula de um prédio para salvar a vida da sua amada, achei muito fofo. Mas fica minha queixa com o autor: "Não gostei do final". Mas, não dá pra agradar a todos. Deu até vontade de fazer protesto =S.

O livro nos traz algo muito preocupante, que se não cuidarmos do nosso planeta, a história de Agora eu morro, pode vir a se tornar um livro real e não apenas uma fantasia.

Mais que recomendado a leitura!
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Estevan 09/01/2011

Um épico dos conflitos da humanidade!
Um livro de capa simples. Um título sorumbático. Uma história magnífica! Para mim, foi realmente uma surpresa! Desde as primeiras páginas do livro, eu já havia percebido que ele seria bom, por quê? Uma narrativa fluída, bem arquitetada e com muita coerência.
A história se passa num futuro bem próximo, no entanto, há vários flash backs pelos séculos e milênios passados, levando o leitor até Cartago, terra natal de Akia, o narrador personagem. Akia adquiriu o dom da imortalidade de forma insólita e involuntária, durante uma batalha, quando servia ao exército de Cartago. Ao longo dos séculos o personagem desenvolve um repúdio natural por sua condição de imortal, tendo como um dos motivos a dor ver cada ente querido se esvaindo, sem poder fazer nada, apenas olhar e sofrer. Ele é o oposto do vampiro tradicional, que preserva sua condição de imortal a qualquer custo. Akia é o filósofo deprimido. Seus pensamentos ateístas são viscerais e muito convincentes.
Em 2033, a humanidade vive o seu momento mais caótico. Uma era pós-apocalíptica que iniciou depois da guerra pela água potável. O que restou da humanidade trava uma luta com os sedentos, criaturas de origem humana que se converteram numa espécie de zumbis vorazes pela água. O ambiente lembra “Eu sou a Lenda” de Richard Matheson – inclusive, Brust faz referência a esta obra (mais especificamente do filme) em sua história. Senti apenas que os sedentos poderiam ser um pouco melhor explicados no contexto, no que tange a mutação que os criou, mas isso não abala a solidez da narrativa.
Podemos classificar essa história como um épico, pois ali está retratada uma vida que passou pelos períodos mais importantes da humanidade. Temos elementos da ficção científica, como os seres humanos clonados (uma das personagens principais, inclusive, é um clone) e algumas outras tecnologias. A única tecnologia descrita pelo autor que realmente seria inviável e um automóvel cujo motor, pelo que eu entendi, é resultado de um sistema à combustão que move um gerador elétrico que, por sua vez, faz mover o veículo. A inviabilidade se deve ao fato de uma fonte primária ser consumida para nutrir uma fonte secundária.
Resumindo, é uma história cativante! Fabio Brust revelou-se um autor de grande potencial já em seu primeiro livro. Percebe-se que a visão do autor é muito ampla; ele se revela um analista crítico do mundo contemporâneo. Parabéns Fabio, você tem a minha nota máxima!
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Hermes 02/02/2011

Vida x Morte
A morte é um dos sentimentos mais temidos pelo homem e representa o processo final de nossa evolução biológica.
Fábio Brust surpreendeu-me com a história de Akia um imortal que quer morrer.
Nesse desejo imensurável, vivendo a imortalidade ele presencia a perda das pessoas que amava e ironicamente assiste a morte de nosso planeta. Até nosso planeta morre, mas Akia não.
A água torna-se fonte da vida e pela sua escassez a luta pela sobrevivência faz aflorar nossos instintos mais primitivos – o que restou do ser humano se autodestrói na luta pelo precioso líquido.
O Homem perde seu valor...
Nesta jornada em busca da morte, o protagonista encontra Liel e Yuma, amigos fiéis, que prometem ajudá-lo.
O cenário se passa em vários países, num futuro apocalíptico onde a chuva ácida ocupa a beleza da natureza extinta.
Então Akia encontra outro imortal, que sabe como morrer trazendo consigo a chave para seu dilema e ainda encontra a resposta para salvar a humanidade e a própria terra.
Mas um novo sentimento de esperança começa a brotar no coração de nosso protagonista e outra vez o dilema vida versus morte torna-se supremo.
Uma obra rica nos detalhes e que fará o leitor refletir sobre a morte e principalmente sobre a preservação de nosso planeta.
A leitura em diversos momentos me fez recordar sobre a carta da terra, mas o autor consegue ir além.
O jovem escritor soube elaborar uma bela obra, que nos põe a pensar sobre viver em um mundo em ruínas ou morrer pelo tédio da eternidade.
Certamente uma leitura cativante e recomendada.
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Rodrigo1185 29/07/2022

Boa leitura
A história é mediana, os personagens são bons, porém alguns pontos da história ficam muito vagos, o final é realmente bom, então de maneira geral e um livro mediano com boa leitura.
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