ViagensdePapel 25/01/2016
Vidas do Carandiru
O livro Vidas do Carandiru relata a história do jornalista Humberto Rodrigues, que foi preso no dia 23 de maio de 2000 e ficou preso até o dia 18 de outubro de 2001, por conta de um crime que não havia cometido. O livro é dividido em duas partes e retrata a sua realidade no Carandiru, ou Casa de Detenção São Paulo, atualmente desativada. Ele também conta a história de 12 outros presos e fala um pouco do porquê eles estiveram no maior complexo prisional da América Latina.
A primeira parte é interessante, pois conta a experiência do autor em ficar 514 dias presos – sendo 43 na cela da delegacia e 471 no Carandiru. O autor relata que os primeiros 43 dias foram os piores e em condições subumanas. Em formato de diário, ele conta seu dia a dia na cadeia, como é viver e conviver com outros presos. Ele mostra com clareza a infelicidade e a dificuldade que é estar preso, e fala também de como eles se ajudam lá dentro. Além disso, ele mostra como nossa justiça é lenta - dando como exemplo o longo tempo que leva para que cada preso possa depor.
Já a segunda parte é dividida em histórias dos seus companheiros de celas – já que ele passou entre vários pavilhões e celas –, cada uma com suas peculiaridades. Humberto decide mostrar o porquê eles estão ali e expõe alguns dados. Uma das histórias que me chamou mais atenção foi a de Naná, um nigeriano que saiu de uma pequena cidade para se tornar o maior traficante de drogas da África do Sul.
Por fim, o autor conta que, apesar da demora para sua absolvição, ele reconhece que teve momentos preciosos e que obteve uma lição de vida enquanto esteve preso. Ele diz que para melhorar algumas coisas no Brasil e no sistema prisional, deve-se levar em conta três pontos principais: prudência, leis e ganância.
Leia a continuação da resenha no link:
site: http://www.viagensdepapel.com/2016/01/resenha-vidas-do-carandiru-de-humberto.html