Alan Santana 08/11/2023
Magnífico.
A leitura é absolutamente fantástica! Muito bem escrita e com personagens bem construídos. A única razão pela qual não dei cinco estrelas para essa obra é que em um determinado ponto (mais ou menos entre as páginas 300 e 700) a leitura fica absurdamente arrastada. Dumas liga o botão ?sou escritor do séc. XIX? e começa uma digressão e uma enrolação sem fim, com capítulos gigantes e desnecessários (que mais para frente se fecham, mas não havia necessidade de tanto).
Além disso, Dumas quando escreveu O Conde de Monte Cristo recebia por número de linhas escritas, o que me faz pensar que essa obra seria consideravelmente menor se não fosse o caso. E ainda em função disso, o livro é recheado de diálogos ?expressos?, que dá a impressão de que ele não sabia mais o que escrever, mas pra ter mais linhas por capítulo e começava:
?- oi.
- oi.
- Tudo bem?
- Tudo. E você?
- Bem também.
- Que bom
- É?
O que fica um pouco chato, sinceramente.
Também notei que o livro, apesar de ser um clássico, é apenas um ?passa tempo? comparado à outras obras de autores como Stendhal, Dostoievski, Charles Dickens, Balzac, etc. Digo passa tempo pois Dumas apenas conta uma história, não há muitos momentos reflexivos durante a leitura, é bem fluida, direta e simples... Até se pode fazer uma reflexão sobre a vingança e suas consequências, redenção e felicidade, mas nada é de fato discutido, deve-se ?refletir? conforme a história é contada.
O que eu mais gostei em relação à obra como um todo foi o final: não é um final ?Disney?, como no filme. Na verdade, é beeeem agridoce esse final. Para quem gosta de finais felizes onde tudo acaba bem não vai gostar, pois ao terminar você fica com a sensação de ?dever cumprido?, mas com aquele gosto amargo na boca, que nos faz pensar que as coisas não acontecem como queremos e que a vida não é justa.