Marcos Aurélio 30/12/2023Uma boa vingança, ou justiça?Alexandre Dumas publicou o romance histórico em 1844. O contexto histórico foi o exílio de Napoleão Bonaparte na Ilha de Elba, sua fuga da ilha, e o Governo dos Cem Dias.
Edmond Dantès ama Mercedes. Fernand é obcecado por Mercedes.
Danglas inveja Dantès porque o jovem torna-se Capitão do Pharaon, onde ambos trabalham. E, inveja ainda mais o respeito que o Sr Morrel tem pelo jovem, reconhecendo o caráter, índole e dedicação. Danglas é justamente o oposto em tudo.
Caderousse é um aproveitador. Alguém quem está sempre à espreita, aproveitando-se de oportunidades duvidosas, ou dificuldades do próximo para tirar vantagem.
Villefort é obcecado pelo poder. Dissimulado, oportunista e frio. Em seu caminho lamacento trilhado para alcançar seus objetivos, poupou apenas o próprio pai. Mas, as custas da reputação de Dantès.
O romance começa com Danglars semeando o mal, Caderousse regando e Fernand espalhando. A genialidade de Dumas é impressionante. Ele traz novamente crítica a igreja, cita passagens semelhantes as lidas em "Os Bórgias".
A construção e desenvolvimento das personagens, a evolução da teia de uma trama muito bem construída e amarrada. A capacidade de prender o leitor, fazer com que este se desespere torcendo por um fim, um meio, um caminho diferente. Mas é Dumas, o Mestre, que nos guia página por página.
Um livro dentro de um livro, quando imaginei que o livro tomaria um rumo, Dumas me levou a outro, improvável, fantástico. O capítulo da Família Morrel é para mim um dos mais lindos e emocionantes da literatura. Chorei, torci, sofri com Pierre, Maximilien, Julie e Emmanuel.
As aulas do Abade Faria, suas falas sobre educação, conhecimento, tesouro e loucura. Quem realmente eram os loucos naquela prisão? O Abade foi o Mestre que todo aluno deveria ter.
Li este livro depois de ter assistido o filme, e raramente o faço. E foi maravilhoso, o livro é infinitamente melhor. É um dos livros que sugiro insistentemente a leitura. Um clássico no verdadeiro sentido da palavra. Escrito por um gênio, para ficar eternizado na literatura mundial.