Lukas_Gabriel 01/03/2023
O prazer e o sofrimento não passam de contraste.
Falando especialmente sobre o José de Alencar, como pode ter existido alguém que deteve o poder de escrever e descrever tão bem assim? Fiquei encantado, mas isso definitivamente impactou na minha leitura, tanto positivamente quanto negativamente. Por mais que fique claro, em alguns momentos retornei alguns parágrafos para apreciar e até mesmo entender o que o Alencar queria dizer, devido ao seu requinte no vocabulário.
O início foi mais complicado para me acostumar, e depois de um tempo a história mostrou ser bem mais comprida, eu lia horas e parecia que estava na mesma página, não sei se foi devido a essa edição, mas ficou cansativo. Alguns estereótipos me apresentaram desinteresse em algumas partes, transformando algumas coisas em situações previsíveis. Em contrapartida, a última parte foi mais empolgante, curti melhor os acontecimentos, as reviravoltas e os diálogos.
Seu impacto na identidade nacional é incontestável, mas fugiu do que eu estava esperando, acredito ter feito uma escolha que pesou na minha experiência com esse livro. Não sou grande fã do romantismo e esse é o segundo clássico seguido que leio que envolve essa escola literária. Procurei saber o menos possível para não me influenciar, mas desde as primeiras páginas já notei que a estória em si seria um desafio para meu gosto pessoal. Fiquei muito confuso em relação aos meus sentimentos por essa obra, então vou atribuir essa nota por nível de comparação, julgando ser mais justo.
São tantas frases belíssimas que o José colocou nesse livro, escolher uma é se colocar numa saia justa, mas gostei muito dessa em específico: "É ao mesmo tempo o nada com o seu vácuo profundo, imenso, infinito; e o caos com a sua confusão, as suas trevas, as suas formas incriadas; a alma sente que falta-lhe a vida ou a luz em torno."